A economia se movimenta em ciclos. O crescimento dos países e dos setores não é linear, e, por isso passa por estágios que são normalmente explicados por modelos estatísticos de tendências.
No setor do agronegócio não é diferente, há os ciclos de maior oferta e menor oferta, menor preço/lucro e maior preço/lucro, e ainda maior demanda e menor demanda. E os números atuais com suas projeções apontam que há um ciclo promissor pela frente.
Os eventos endógenos ao setor, por exemplo de maior oferta de bovinos nos anos passados, fizeram com que a arroba do boi caísse vertiginosamente, e, temos no atual ano uma arroba voltando a crescer, com demanda interna e externa e horizonte positivo para a venda de proteína animal.
Para os eventos exógenos, o agronegócio brasileiro se prepara para um novo ciclo promissor em 2025, impulsionado por uma série de fatores geopolíticos e de mercado. Um dos elementos centrais desse movimento é a recente reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o que trouxe uma dinâmica renovada às relações comerciais globais.
A política externa dos EUA, sob a nova gestão, tende a influenciar de maneira significativa as cadeias de fornecimento e os acordos comerciais, especialmente em setores estratégicos como o agronegócio. A expectativa é de que as exportações de produtos agropecuários brasileiros, como carne bovina e soja, ganhem espaço adicional no mercado asiático devido a um possível aumento nas tensões comerciais entre os EUA e a China.
Em termos de preços, a arroba do boi deve continuar em elevação, sustentada tanto pelo aumento da demanda internacional quanto pelo fortalecimento da atividade econômica em mercados emergentes. Projeções indicam que o preço da arroba pode ultrapassar R$ 350 até o final de 2025, representando um crescimento de aproximadamente 15% em relação aos níveis de 2024. A recuperação de preços da soja, que atualmente gira em torno de R$ 150 por saca, é projetada para atingir R$ 170 por saca com a manutenção da demanda internacional.
O aumento das exportações para a Ásia deve ser impulsionado por fatores como a diversificação de fornecedores pela China e a crescente demanda por produtos alimentícios e insumos agropecuários de alta qualidade em regiões em desenvolvimento.
Estimativas de especialistas apontam que as exportações brasileiras de soja para a Ásia possam crescer cerca de 10% em 2025, com um volume projetado de mais de 90 milhões de toneladas exportadas. Com a reeleição de Trump, especialistas antecipam uma postura mais protecionista nos Estados Unidos, o que pode criar novas oportunidades para o Brasil ocupar nichos de mercado e fortalecer parcerias estratégicas na região.
O uso de tecnologias também desponta como uma alavanca fundamental para a produtividade do setor. Inovações em automação, agricultura de precisão e soluções baseadas em dados estão permitindo que os produtores aumentem a eficiência e otimizem os recursos. Tecnologias como IoT (Internet das Coisas), sensores inteligentes e análise de dados avançada estão transformando o modo como o campo gerencia a produção e melhora a tomada de decisões.
Outro ponto em ascensão é o uso de biomassa e fontes de energia renovável no agronegócio, contribuindo para a sustentabilidade e redução de custos energéticos. A expansão do uso de biomassa como insumo energético não só amplia a matriz energética, mas também agrega valor à produção, tornando-a mais competitiva no mercado internacional.
O panorama para 2025 reflete um cenário de potencial crescimento e expansão do agronegócio brasileiro, marcado por um maior dinamismo no comércio internacional, avanços em tecnologia e melhores condições de mercado para produtos-chave como a soja e a carne bovina. As condições estão postas para que o Brasil reafirme sua posição como um dos principais protagonistas do setor agroalimentar global.