Na 19ª Reunião de Cúpula do G20, realizada no Museu de Arte Moderna, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, detalhou nesta segunda-feira (18) o funcionamento da recém-lançada Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa já conta com a adesão de 82 países, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 34 organizações filantrópicas e não governamentais.
Estrutura e Implementação
Segundo Dias, a Aliança terá bases instaladas em várias cidades estratégicas ao redor do mundo, incluindo Washington, Roma, Adis Abeba, Brasília e possivelmente Bangkok. Essas bases funcionarão como escritórios para coordenar os esforços globais de erradicação da fome e da pobreza.
Os países membros da Aliança Global elaborarão planos específicos para combater a insegurança alimentar e reduzir a pobreza em seus territórios. Esses planos serão baseados em medidas comprovadas, como programas de transferência de renda, alimentação escolar e qualificação para o emprego.
Metas e Objetivos
O objetivo inicial da Aliança é alcançar, até 2030:
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500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda
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150 milhões de crianças com alimentação escolar
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200 milhões de mulheres e crianças de até seis anos com programas de saúde e acompanhamento da gestação e primeira infância
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100 milhões de pessoas com iniciativas de emprego e empreendedorismo
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre 713 milhões e 757 milhões de pessoas podem ter enfrentado fome em 2023, uma em cada 11 pessoas no mundo, e uma em cada cinco na África.
Estrutura Organizacional
A Aliança Global contará com duas instâncias principais:
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Instância Técnica: Escritórios da Aliança ao redor do mundo para facilitar parcerias entre países e organizações.
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Conselho dos Campeões: Formado por lideranças mundiais, esse conselho ajudará a destravar acordos e avançar parcerias. O conselho contará com até 50 integrantes, sendo 25 representantes de países e 25 de organizações.
Financiamento
O financiamento da Aliança será dividido em dois blocos: um para a governança da Aliança, com o Brasil se comprometendo a contribuir com 50% do valor necessário, e outro para a implementação das ações de erradicação da pobreza e fome. Os investimentos poderão vir de empréstimos de instituições financeiras ou recursos não reembolsáveis.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já anunciou um financiamento de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 140 bilhões) para a Aliança. Além disso, o Banco Mundial será um parceiro importante, contribuindo com dinheiro não reembolsável e empréstimos com juros baixos.
Avanços no G20
Para Wellington Dias, a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma grande conquista da presidência brasileira do G20. “Considero algo extraordinário da Aliança o fato de, no dia do lançamento, nós termos oficializado a adesão e apoio de 82 países e mais 60 instituições, organismos internacionais e agentes financeiros”, afirmou Dias.
O G20, composto por 19 países e a União Europeia, é o principal fórum de cooperação econômica internacional, representando cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta.
*Com informações de Agência Brasil