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Poder de Polícia? Após assaltos, comerciantes tiram o CAC para proteger lojas em Campo Grande Diante do "abandono da região central", a CDL informou que os empresários estão buscando armas para garantir a segurança dos estabelecimentos 19 NOV 2024 • POR Laura Brasil • 16h47
  Gerson Oliveira / Correio do Estado

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande, após uma comerciante ter usado a arma para revidar um assalto, outros empresários estão tirando o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).

A CDL justificou que os comerciantes estão intimidados pela presença de usuários de drogas e pessoas em situação de rua que, em determinadas situações, chegam a intimidar lojistas e clientes.

Diante da falta de segurança, a entidade fez um apelo por mais policiamento na região, que neste momento coloca em risco a vida de comerciantes e de quem frequenta a região central para realizar suas compras.

Assalto

No dia 25 de outubro, a empresária Cintia Guandalim foi abordada por um homem que fingiu ser cliente enquanto ela abria o estabelecimento e anunciou o assalto.

A comerciante possui CAC e chegou a efetuar disparos em direção ao assaltante, que fugiu levando apenas um aparelho de celular.

“Tem muito comerciante que está se preparando, está cuidando da própria segurança. Tem muito lojista que é CAC, porque tem medo e cansou. Eu já fui assaltada, é a terceira vez. Por mais que seja CAC, não esperamos que sejamos assaltados. Se eu não tivesse minha arma, eles teriam levado tudo”, pontuou a comerciante e completou:

“Sinceramente, o Centro está abandonado. A bandidada voltou com força. Passam de dois em dois, passam de três, passam sozinhos. Eles passam usando uma camiseta e com a outra já jogada no ombro. Eles não têm nem receio de mostrar para o que vieram. Polícia para pegar moto, pegar carro, para multar tem de sobra; agora, para fazer vigilância aqui no Centro, não tem.”

Falta de segurança

O comerciante tem direito de se proteger, conforme frisou o presidente da CDL, Adelaido Vila, o que acabou levando um número maior de empresários a buscarem meios de defender seu negócio por conta própria.

“Lojistas têm o direito de se proteger, mas isso não significa que o CAC seja a solução total para a insegurança no comércio. Com a falta do policiamento, essa acaba sendo a alternativa para que coisas piores não aconteçam”, disse Vila.

Lojistas se armando

O proprietário de uma loja de tiro esportivo, Kleber da Cruz Peixoto, acredita que toda pessoa do bem deve possuir um CAC.

Diante da sensação de insegurança, ele passou a atender empresários e funcionários no processo documental exigido pelos órgãos para conseguir o registro.

O comerciante tem direito de se proteger, conforme frisou o presidente da CDL, Adelaido Vila, o que acabou levando um número maior de empresários a buscarem meios de defender seu negócio por conta própria.

“Lojistas têm o direito de se proteger, mas isso não significa que o CAC seja a solução total para a insegurança no comércio. Com a falta do policiamento, essa acaba sendo a alternativa para que coisas piores não aconteçam”, disse Vila.

Quem pode ter CAC?

Primeiro, é importante estar atento à diferença entre posse e porte de arma de fogo, que possuem regras estabelecidas pelo Estatuto do Desarmamento, conforme a Lei 10.826 de 2003.

Para ser CAC, é necessário:

Segurança Pública

“A CDL-CG reconhece que parte dessa problemática é uma questão de saúde pública e de assistência social. Tanto o usuário quanto o morador em situação de rua só seguem o tratamento caso seja de vontade própria.

Por outro lado, abandonar o policiamento da área central só faz aumentar os impactos que esse grupo de pessoas acaba ocasionando.

A CDL também tem buscado alternativas para minimizar os impactos deste cenário preocupante. Uma delas é pedir a presença de policiamento, principalmente, no período noturno. A segurança não é necessária apenas no Centro, mas em toda a Capital.”

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