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MATO GROSSO DO SUL Indígenas bloqueiam rodovia do interior de MS em protesto contra falta d'água Na última semana houve lançamento do programa "Água para Todos" em benefício de 35,6 mil pessoas de aldeias guarani-kaiowá; lideranças Jaguapiru e Bororó apontam em ação problemas que se arrasta há décadas 25 NOV 2024 • POR Leo Ribeiro • 10h15
Com tratores; pedras; árvores e veículos de moradores das comunidades, o bloqueio deve seguir por tempo indeterminado   Reprodução/Aparecido Francisco/ItaporãAgora

Lideranças indígenas Jaguapiru e Bororó começaram, na manhã desta segunda-feira (25), protestos com pontos de bloqueio na rodovia MS-156 no interior de Mato Grosso do Sul, sinalizando o problema da falta d'água que esses povos originários da região de Dourados e Itaporã enfrentam há décadas. 

Entre as lideranças das comunidades, Ramon Fernandes destaca - em entrevista ao repórter Sidnei Bronca pelo Instagram, que você confere abaixo - que os bloqueios acontecem em três pontos da rodovia:

 
 
 
 
 
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Com tratores; pedras; árvores e veículos de moradores das comunidades, o bloqueio que deve seguir por tempo indeterminado começou ainda nas primeiras horas da manhã de hoje (25), movido pelo medo de que esses indígenas fiquem desabastecidos faltando um mês para as festividades do final de ano. 

"Também somos douradenses, falei para o pessoal, agora é tudo ou nada, se não formos para a briga vai passar Natal e Ano Novo todo mundo sem água. 

Todo vida só vêm e falam em conversa com a gente, não por documento, com responsabilidade. Eles vêm e falam que vão jogar o mel na boca não é de hoje, há anos que fazem isso então queremos um fim", expõe a liderança. 

O bloqueio desse trecho da rodovia, que corta a reserva indígena, já estava previsto há algum tempo - "a comunidade da Reserva Indígena de Dourados já não aguenta mais" dizia o texto de chamamento - o que segundo a liderança motivou que um caminhão pipa chegasse à região ontem (24), entre 21h e 22h. 

Ainda assim, o receio desses povos Jaguapiru e Bororó é que, o pouco seja dado agora de imediato diante da pressão e, posteriormente, as comunidades acabem desabastecidas sem a continuidade do serviço ou alguma medida definitiva. 

Segundo os indígenas, promessas já foram feitas, desde que poços seriam furados, até mesmo o fornecimento dos caminhões pipas, porém o que eles cobram é algo formalizado por escrito, para que o benefício não seja apenas por palavras, no famoso "boca a boca".

"MS Água para Todos"? 

Na última quinta-feira (21), mesmo que a oficialização da demarcação da Terra Indígena (TI) Ñande Ru Marangatu, em Antônio João, tenha sido adiada para início de dezembro, a ministra dos Sonia Guajajara esteve em Ponta Porã em cumprimento de agenda Federal. 
 
Na ocasião, o Governo de Mato Grosso do Sul celebrou convênios com a Itaipu Binacional com três principais eixos: 

Justamente nesse segundo eixo está inserido o  Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água - MS Água para Todos, que conta com investimento de cerca de R$ 60 milhões, R$ 45 mi de Itaipu Binacional e R$ 15 mi aportados pelo Governo do Estado. 

Através desse projeto, a previsão é beneficiar cerca de 35,6 mil pessoas de oito aldeias ou TI's das etnias guarani-kaiowá de seis municípios: 

  1. Amambai
  2. Caarapó
  3. Japorã
  4. Juti
  5. Paranhos
  6. Tacuru

Guajajara destacou a insuficiência da abragência, afirmando que o mandato não deve terminar sem que a questão da falta do acesso à água seja resolvida, apontando locais que, como os indígenas em protesto, ficaram de fora do pacote. 

"Temos um projeto para levar água a outros territórios, incluindo Dourados, o que já está no nosso planejamento", completou Guajajara. 

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