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RODOVIA DA MORTE Alta de até 94% no fluxo explica tragédias na BR-163 em dezembro Em dois dias foram seis mortes na principal rodovia de e o mais grave ocorreu justamente na região onde ocorre o maior aumento no número de carros nesta época do ano 20 DEZ 2024 • POR Neri Kaspary • 11h15
Em acidente na manhã de quarta-feira (18), três pessoas da mesma família morreram na colisão de caminhonete e caminhão  

Na quarta e quinta-feira desta semana, dias 18 e 19, pelo menos seis pessoas morreram em três acidentes na BR-163 em Mato Grosso do Sul e uma das principais explicações para as seguidas tragédias neste período de viagens natalinas é o significativo aumento de veículos de passeio na rodovia. 

Em dezembro de 2022 e no mesmo mês do ano seguinte, o fluxo aumentou 49,8% e 47,5%, respectivamente, na comparação com novembro, conforme dados da concessionária CCR MSVia. Os índices são relativos ao fluxo dos 845 quilômetros da rodovia. Porém, se for lavado em consideração a praça de pedágio de Sonora, a alta chega a quase 100%. 

Em novembro de 2022 foi registrada a passagem de 756.944 veículos pelas nove praças de pedágio. No mês seguinte, a quantidade aumentou para 1.136.935. Fenômeno parecido ocorreu no ano passado, quanto a quantidade saltou de 836.213 para 1.233.488. 

Enquanto isso, a quantidade de caminhões em dezembro é praticamente a mesma que em novembro. No fim do ano passado, este lume recuou 8,6% no último mês do ano na comparação com o mês anterior, passando de 730 mil para 667 mil veículos de carga registrados nas praças de pedágio. 

Historicamente, dezembro é disparado o mês com maior movimento na principal rodovia de Mato Grosso do Sul. Porém, em janeiro o movimento é semelhante. Em dezembro de 2023 passaram 1,93 milhão de veículos nas praças de cobrança de tarifa. No mês seguinte, foram 1,82 milhão. 

E esta situação fica mais grave ano após ano, principalmente porque os investimentos na rodovia são praticamente inexistentes. Na comparação com dezembro de 2019, antes da pandemia, com dezembro de 2023 houve aumento de 16% na quantidade de veículos, passando de 1,66 milhão para 1,93 milhão. São quase 300 mil veículos a mais em uma estrada sem novas benfeitorias. 

FLUXO QUASE DOBRA

O acidente mais grave desta semana, no qual morreram três pessoas, ocorreu próximo a Sonora, nas imediações da praça de pedágio número 9. É justamente nesta região que em dezembro do ano passado ocorreu o maior aumento de movimento.

Em novembro havia sido registrada a passagem de 47,5 mil carros de passeio naquele local de cobrança. No mês seguinte, foram 92,5 mil, o que representa alta de 94%. Em segundo lugar no ranking dos aumentos aparece a praça 8, um pouco mais ao sul, com 76% de aumento.

O outro acidente grave desta semana, com duas mortes, ocorreu nas imediações onde tradicionalmente existe o maior fluxo de carros de passeio na rodovia (excluíndo o anel viário de Campo Grande), nas imediações da cidade de Bandeirantes, onde as BR-163 e 060 se sobrepõem. 

Em dezembro do ano passado, 198,5 mil carros de passeio pagaram a tarifa naquele local, o que é 42% a mais que em novembro daquele mesmo ano.

OS ACIDENTES

Na manhã de quinta-feira (19), Meire Lourdes da Rocha, de 65 anos, e Rodrigo Domingos da Rocha, de 35, morreram vítimas da colisão de dois veículos próximo a Bandeirantes. Duas pessoas sofreram ferimentos, mas sobreviveram e foram levadas para atendimento médico. 

Na manhã anterior, próximo a Sonora, morreram  Luzimar Costa da Silva, de 40 anos e os filhos, Maria Eduarda Ruphenthal, de 19 anos, e Miguel Ruphenthal, de 10 anos. A família, de Mato Grosso, estava a caminho do Rio Grande do Sul, onde passaria o Natal e o Ano Novo. Três pessoas ficaram feridas na colisão entre uma caminhonete e um caminhão.

A sexta vítima na BR-163 nesta semana foi Geicilene Alves de Menezes Maciel, de 29 anos. Ela estava numa moto que foi atingida por uma caminhonete Ford Ranger, próximo a Caarapó, na região sul do Estado.