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SAÚDE MENTAL O ano acabou, e agora? Descubra como a síndrome do fim de ano pode afetar seu bem-estar e confira as dicas de especialistas para driblar as angústias e ansiedades que afetam tanta gente durante essa época 26 DEZ 2024 • POR Da Redação • 10h00
Psicóloga diz que quanto menos expectativa, melhor, pois isso ajuda a evitar grandes frustrações, especialmente quando se tenta cumprir todas as metas de fim de ano que não foram alcançadas   Foto: Freepik

Passado o Natal, nem tudo é expectativa para a festança de Réveillon. Muitos indivíduos enfrentam a chamada síndrome do fim de ano, fenômeno psicológico que traz à tona sentimentos de ansiedade e insatisfação.

Um estudo da International Stress Management Association (Isma), uma organização sem fins lucrativos, revela que 80% das pessoas economicamente ativas apresentam níveis maiores de estresse e ansiedade no fim do ano.

A sensação melancólica de encerramento de ciclos tem explicação científica e meios de ser contornada. Segundo a psiquiatra Andreia Galastri, a síndrome está relacionada à sensação de fechamento de um ciclo, em que os indivíduos reavaliam suas metas e realizações.

“As pessoas lembram das metas não cumpridas e começam a se martirizar com isso”, afirma Andreia, que é professora do Instituto de Educação Médica (Idomed).

Durante essa época, a pressão para limpar a casa, organizar compromissos e presentear amigos e familiares pode se acumular, levando a um aumento da ansiedade.

“Em vez de relaxar e curtir cada festa, a pessoa acaba ficando mais preocupada e estressada”, explica a especialista.

Esse estresse é intensificado por obrigações sociais e a necessidade de apresentar uma imagem positiva para os outros.

Além disso, para aqueles que enfrentam problemas familiares ou lutos, o fim do ano pode ser especialmente difícil.

“Datas comemorativas ressaltam ausências e podem reviver sentimentos de tristeza e carência”, alerta Andreia Galastri.

A pressão para manter relações sociais e lidar com conflitos familiares pode gerar um desgaste emocional significativo.

CUIDAR DE SI

Para lidar com a síndrome do fim de ano, a psiquiatra sugere que as pessoas adotem uma abordagem mais leve e consciente.

“O que se deve fazer é o que deveria ser praticado durante todo o ano: cuidar de si, estabelecer limites e priorizar o bem-estar”, recomenda.

É fundamental reconhecer que a autocobrança excessiva e as comparações sociais podem tirar o prazer das celebrações. Portanto, encontrar um equilíbrio pode ser a chave para um fim de ano mais tranquilo e gratificante.

Para a psicóloga Jocely Burda, os conflitos familiares nessa época podem ser desencadeados por uma série de fatores – desde expectativas irreais até a sobrecarga de compromissos e cobranças externas.

Segundo ela, os conflitos frequentemente surgem por conta das altas expectativas em relação aos bons momentos durante as festas.

“A expectativa de que tudo será perfeito – na decoração, na comida, nos presentes – pode gerar frustração, principalmente quando a realidade não corresponde ao ideal”, explica.

Além disso, as diferenças individuais, muitas vezes não respeitadas, e as cobranças familiares podem intensificar os desconfortos.

A psicóloga destaca que, em alguns casos, se o simples ato de participar de uma reunião de família traz lembranças desagradáveis e aflora sentimentos não resolvidos, a melhor opção pode ser evitar o evento.

“Cada um deve avaliar sua própria dor e as consequências de sua decisão. Situações mal resolvidas sempre voltam à tona”, afirma.

Para aqueles que decidirem participar, Jocely recomenda que o foco seja evitar confrontos e ser mais humilde.

“Este não é o momento de querer ter razão. Falar sobre as dificuldades antes das festas pode ajudar a reduzir o estresse e as tensões”, orienta a especialista, que é professora do curso de Psicologia da Estácio.

EXPECTATIVAS IRREAIS

Para minimizar os impactos negativos, a psicóloga sugere um exercício de autoconhecimento e realismo nas expectativas.

“Quanto menos expectativa, melhor. Isso ajuda a evitar grandes frustrações, especialmente quando se tenta cumprir todas as metas de fim de ano que não foram alcançadas”.

Além disso, as tensões geradas pelo excesso de compromissos e gastos financeiros podem ser aliviadas ao dividir as responsabilidades entre os membros da família.

“Dividir tarefas e despesas é uma dica de ouro para que ninguém fique sobrecarregado”, diz.

Outro ponto importante levantado por Jocely é a divergência de opiniões sobre a organização e os detalhes das festas. Quando os desejos familiares entram em choque, ela sugere que haja uma pessoa responsável pela coordenação do evento, alguém que possa centralizar as decisões e envolver os demais membros de forma equilibrada.

“Uma comissão de organização ou até mesmo uma votação para decidir aspectos importantes das festas, como o local, a comida e a troca de presentes, pode ser uma maneira eficaz de evitar conflitos”, explica.

A divisão das tarefas de preparação entre os convidados também é fundamental para garantir que ninguém se sinta sobrecarregado, evitando a sensação de falta de tempo.

Dicas para um ambiente saudável e harmonioso

Para garantir um clima mais tranquilo durante as festas de fim de ano, a psicóloga Jocely Burda recomenda algumas estratégias práticas:

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