Logo Correio do Estado

Ministério Público investiga demolição de imóveis históricos no centro de Campo Grande Nove inquéritos foram instaurados para apurar se proprietários tinham autorização para demolir os imóveis, inventariados pelo Plano Diretor como detentores de significância histórico-cultural 15 JAN 2025 • POR Alanis Netto • 11h20
  Divulgação: MPMS

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deu início à investigações acerca da demolição de imóveis históricos no Centro de Campo Grande, feita sem a prévia autorização.

Até o momento, foram instaurados nove inquéritos civis, sendo cinco deles novos e quatro do ano passado, pela 26ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico, Cultural, Habitação e Urbanismo de Campo Grande. Estes, instaurados na terça-feira (14) são destinados a apurar a eventual destruição ou deterioração de seis imóveis, bem como a responsabilização aplicável.

Embora não sejam tombados, os imóveis são reconhecidos e devidamente inventariados pelo Plano Diretor de Campo Grande como detentores de significância histórico-cultural e fazem parte, mais especificamente, da denominada Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC) 2.

Procedimentos

A Promotoria localiza os imóveis e identifica os proprietários para eventual responsabilização. Em um dos casos, já foi feito acordo entre o MPMS e os proprietários do imóvel.

O valor pago por eles para a compensação da deteriorização do imóvel foi destinado à higienização, tratamento, digitalização e gestão eletrônica dos documentos históricos do Arquivo Histórico de Campo Grande (ARCA), e utilizado na restauração do Obelisco, monumento criado em homenagem ao fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira.

"O trabalho de identificação pelo MPMS e visitação dos imóveis de relevância histórico-cultural em Campo Grande continua. A depender do que for averiguado, novos procedimentos poderão ser instaurados", destaca o órgão.

Preservação

Todo bem que constitui o patrimônio cultural brasileiro deve ser protegido pelo Poder Público, com a colaboração da comunidade, seja por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento, desapropriação, entre outras formas de acautelamento e preservação.

Antes de iniciar eventuais modificações nos imóveis detentores de significância histórico-cultural, o proprietário precisa pedir e obter autorização prévia da Prefeitura Municipal. Esse passo é mandatório até mesmo no caso de obras menos complexas, como pintura e reformas.

Assine o Correio do Estado.