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Idosa que esquartejou e congelou corpo do marido vai à júri popular em junho Julgamento será transmitido ao vivo por meio de um canal do Youtube 12 MAR 2025 • POR Alison Silva • 14h30
  Foto: Reprodução

Aparecida Graciano de Souza, de 63 anos, vai à júri popular em junho próximo, sentença que será proferida dois anos após a idosa matar e esquartejar o marido Antônio Ricardo Cantarin, em maio de 2023, em Selvíria, interior do estado. 

De acordo com a denúncia do Ministério Público, ambos eram casados desde novembro de 2021, e passaram a conviver maritalmente desde então, sendo ela responsável por Antônio, que necessitava de cuidados em virtude de um acidente vascular cerebral (AVC), que o fez perder parte da mobilidade do corpo.

No dia 22 do mesmo mês, a idosa, segundo o MP, disse que não estava sendo  “devidamente valorizada pelo seu companheiro”, e foi até uma loja agropecuária para comprar veneno de rato, popularmente conhecido como “Mão Branca”. 

Em casa, ela colocou o veneno em um copo com água e deu para o marido tomar, alegando ser “remédio para dor de barriga”.

A vítima, que estava na cama do casal, tomou o líquido, reclamou do gosto da bebida, mas voltou a deitar-se, morrendo envenenada às 19h do mesmo dia.

Após a morte de Antônio, Aparecida Graciano pegou um plástico e esquartejou o cônjuge com uma faca de cozinha. Ao cortar os membros, a idosa “pegou os panos sujos de sangue, colocou na máquina de lavar e retornou ao quarto para limpar o chão”. 

Conforme a denúncia, no dia seguinte ao crime, o mau cheiro do corpo da vítima se espalhou pela casa, e Aparecida, colocou partes do corpo da vítima em uma mala, colocando o restante dos membros do corpo da vítima no freezer. 

Com o corpo ocultado, a idosa disse que precisava de dois homens para ajudá-la a “pegar uma mala e colocar em seu carro, dizendo que tinha vendido uns retalhos para uma mulher de Três Lagoas”.

Ao chegarem na casa dela, os dois homens que auxiliaram a idosa se queixaram do cheiro da mala. Em sua defesa, a idosa disse que se tratava de retalhos que estavam no forro da casa, “e provavelmente poderia ter ratos e morcegos mortos junto com os tecidos". Ambos receberam R$20 pela ajuda, enquanto a idosa seguiu até uma rodovia sentido Três Lagoas, parou o veículo, desceu  e empurrou a mala para fora do carro.

Após despejar o corpo às margens da rodovia, Aparecida retornou e deu mais R$20 aos ajudantes. Questionada por sua rapidez, ela disse ter encontrado a mulher no meio do caminho. 

No dia 25 de maio, dois dias após o crime, a idosa pegou os membros que estavam congelados, colocou-os dentro do carro, e tentou sair de casa, entretanto, o veículo não funcionou, e o cadáver retornou ao congelador.

No dia seguinte, após consertar o veículo com a ajuda de um mecânico, ela colocou novamente as partes do corpo da vítima no carro e saiu para a rodovia sentido Três Lagoas e procurou um “lugar fácil” para ocultar os membros da vítima, onde “jogou os sacos com os membros de Antônio em um barranco e voltou para casa."

A mala com o tronco da vítima foi encontrada por um morador da cidade, onde durante as investigações, a polícia constatou que Antônio não era mais visto há alguns dias. Diante do reconhecimento do corpo, a Polícia Civil foi até a casa da idosa, que deu algumas versões contraditórias, mas acabou confessando o crime. 

Julgamento

O julgamento ocorrerá no dia 11 de junho, às 08h30min, na sala de sessões do Tribunal do Júri. Presa desde o ocorrido, Aparecida acompanhará o julgamento por videoconferência, que será transmitida, ao vivo, pelo YouTube, por meio do canal desta vara de Justiça, conhecido como“Júris em Três Lagoas”.

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