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Obrigação de fazer Sindicato pressiona prefeitura contra atraso para promover 900 guardas municipais Conforme o acordo, promoção de guardas deveria ocorrer em janeiro deste ano 19 MAR 2025 • POR Alison Silva • 15h00
  Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

O Sindicato dos Guardas Civis Municipais (SindgmCG) protocolou nesta segunda-feira (17), um pedido de liminar para que a Prefeitura de Campo Grande cumpra o acordo que promove 900 guardas na Capital.

No último dia 10, o presidente do SindgmCG, Hudson Bonfim, encaminhou um ofício à prefeitura de Campo Grande solicitando que a prefeita Adriane Lopes (PP) cumprisse com a segunda etapa do acordo que previa o enquadramento de outros 946 guardas civis em janeiro deste ano, trato que ainda não foi concluído pela administração municipal.

Diante da inércia, o advogado da categoria, Marcio Almeida destacou ao Correio do Estado que a única coisa que os guardas querem, é o cumprimento do acordo.

“Pedimos apenas o cumprimento do acordo, que deveria ser estabelecido até o fim de janeiro. Além disso, após o cumprimento, solicitaremos os pagamentos retroativos, uma vez que o acordo deveria estar em vigência”, complementou Márcio Almeida. 

Além do cumprimento do acordo, os guardas pedemum reajuste de 142% no auxílio-alimentação, que se aprovado, saltaria de R$ 494 para R$ 1,2 mil, o enquadramento aos tecnólogos já aprovados, além de reduzir o parcelamento dos pagamentos de um ano para seis meses. O pedido de conciliação também foi motivado pelo anúncio de corte de gastos por parte da prefeitura no último dia 7 deste mês. 

Relembre

A primeira parte do acordo já foi cumprida e publicada em edição extra do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) em julho de 2024, quando a prefeita Adriane Lopes (PP) enquadrou 957 servidores da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em novas categorias hierárquicas: Segunda Classe, Primeira Classe, Classe Especial e Inspetor Terceira Classe, a maior dentre as citadas. 

À época, o acordo era de que a incorporação dos servidores ocorresse em dois módulos, sendo a primeira fase em setembro do último ano, o que ocorreu, e a segunda etapa em janeiro deste ano, e que segue pendente. 

Cabe destacar que o reajuste  é de 20% no salário base, que varia dependendo da categoria que o servidor já ocupava. 

Em setembro último, receberam a promoção os servidores agora enquadrados na Segunda Classe (11 guardas), Primeira Classe (453 guardas) e Classe Especial (493). Neste momento, 493 guardas esperam ser enquadrados como Inspetor Terceira Classe (493 guardas), outros 453 esperam se encaixar na Classe Especial.

Cabe mencionar que de modo geral, a maioria dos servidores vão receber dois ajustes, já que subiram de classe em setembro e devem subir neste ano, como os da Classe Especial, que vão para a Inspetor Terceira Classe, e os da Primeira Classe, que sobem para a Classe Especial. Isso significa que 946 servidores podem subir dois degraus da hierarquia, o que resultará em um reajuste de 40%.

Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente do Sindicato dos Guardas Civis Municipais (SindgmCG), Hudson Bonfim, explicou à época que são seguidos alguns critérios para a promoção dos servidores da GCM, como antiguidade, tempo de serviço, idade, escolaridade e comportamento.

Da Terceira à Primeira Classe, é exigido Ensino Médio completo; para a classe especial e inspetores, é exigido Ensino Superior completo.

Reivindicações

A promoção de servidores da Guarda Civil Metropolitana atende a uma das reivindicações feitas pela classe em março de 2024, quando os guardas municipais foram às ruas pedir por melhorias nas condições laborais, cobrando da Prefeitura o pagamento de adicional de periculosidade, a convocação de novos guardas, reajuste do salário base e o enquadramento.

Reposição de inflação

A reposição da inflação no salário dos servidores é aguardada há anos, já que não foi feita em 2022, em decorrência de uma lei que vedava a reposição por causa da pandemia da Covid-19, e em 2023, ano em que era para a reposição ter sido feita, o Município não apresentou proposta e nem dialogou com a classe.

A inflação terminou 2022 a 5,79%, e encerrou 2023 em 4,62%, ou seja, apenas nestes dois anos, a perda salarial foi de 10,41%. No último ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a taxa de inflação oficial do país fechou em 4,83%.

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