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CAMPO GRANDE Santa Casa alega superlotação e recusa novos pacientes Setor de urgência e emergência, que originalmente deveria acomodar 13 leitos, encontra-se com mais de 80 pacientes internados 24 MAR 2025 • POR Leo Ribeiro e judson marinho • 12h52
Diretor técnico evidencia que pacientes se aglomeram pelos corredores
Diretor técnico evidencia que pacientes se aglomeram pelos corredores   Reprodução/Santa Casa

Na figura de seu Diretor Técnico, Dr. William Lemos, a Santa Casa de Campo Grande veio à público nesta segunda-feira (24) indicar os níveis críticos de sua superlotação, informando que não deve admitir mais pacientes. 

Em material midiático e ofício divulgado pela instituição, que evidencia a dita superlotação da unidade, o diretor técnico explica que a situação é "caótica". 

Pelo ofício, a Santa Casa estabelece que: 

"Devido a motivos éticos é necessário a interdição de atendimento de quaisquer outroas naturezas que não emergências e referências exclusivias a partir de agora em função de desabastecimento grave de insumos, principalmente em ortopedia.

Assim, diante deste cenário, NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE NOVAS ADMISSÕES", 

"Estamos diante de pacientes que se acumulam e aglomeram em nossos corredores, não só no do pronto-socorro mas também no saguão da nossa área de imagem. Temos diversos pacientes aguardando atendimento e leitos", cita ele. . 

O Dr. William complementa que a Santa Casa passa por uma situação gravíssima de desabastecimento, sem interrupção até então no fluxo de entrada de novos pacientes. 

"Esse final de semana tivemos diversos politraumas e situações que acabaram culminando nessa lotação impressionante do nosso hospital, de quase 100 paciente no nosso pronto socorro, entre aqueles internados e em observação, tanto na área vermelha como na verde e a pediatria tem sido também um problema sério para nós nos últimos dias", diz. 

Conforme explícito em nota, o setor de urgência e emergência, que originalmente deveria acomodar 13 leitos, encontra-se com mais de 80 pacientes internados, de acordo com os dados atualizados até as 9h de hoje (24).

"E continua a pressão pelo número de pacientes que têm chegado. Não estamos conseguindo dar a vazão necessária para pacientes ortopédicos e clínicos, diante de um volume crescente que pressiona gravemente a assistência no nosso hospital que infelizmente pede socorro", completa o Dr. William Lemos.

Crise 

Como bem afirmado pelo Dr. William, a situação crítica da Santa Casa não é novidade, com a unidade se transformando em megapronto-socorro após a suspensão de cirurgias graças ao rombo de R$158 milhões em 2024. 

Na primeira semana de março, como bem acompanha o Correio do Estado, as alas verde e azul do pronto atendimento já eram as mais lotadas da unidade, com a vermelha também atendendo o dobro da capacidade. 

Diante da situação, a Santa Casa se apega à liberação - que há de vir - de R$25 milhões em emendas parlamentares que devem ajudar a “estancar a sangria” na crise financeira aguda do hospital. 

Informações do balanço financeiro da Santa Casa mostram que, em 2024, o hospital filantrópico recebeu R$ 383,5 milhões de receita entre janeiro e dezembro, o que inclui incentivos federais, estaduais e municipais.

Segundo os dados, os gastos operacionais do hospital chegaram à casa dos R$542,4 milhões, gerando um prejuízo de R$158 milhões anual e de R$13,2 milhões mensal.

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