ADRIANA MOLINA
Os jogos da Copa do Mundo devem colaborar para a geração de 300 a 500 vagas de emprego temporário em Campo Grande. A estimativa é da Associação Comercial e Industrial da Capital (ACICG), que acredita que o evento deverá melhorar as vendas do comércio nas próximas semanas em cerca de 7%, que, somados aos 16% já verificados até agora, representam um cenário mais de 20% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
"As lojas que vendem artigos relacionados à Copa, como camisetas, bolas, decoração, bandeiras e até mesmo televisores incrementam seu efetivo em cerca de 15% a 20% neste período para atender basicamente o evento, mais o Dia das Mães e Dia dos Namorados também", afirma o gerente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da ACICG, Valdineir Ciro de Souza.
Dados de abril do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), já apontam acréscimo de 229 postos de trabalho no comércio neste ano, enquanto no mesmo período de 2009 o saldo era negativo: 663 demitidos. "Podemos dizer que isso já é reflexo da Copa, aliado ao melhor momento na economia", explica Souza.
A gerente de uma loja de utilidades domésticas em Campo Grande, Glauce Mônica Grato de Oliveira, conta que por causa do grande movimento no comércio desde abril, teve que colocar dois novos vendedores para o atendimento ao público. "Tudo que é verde e amarelo temos vendido muito. Chegou mercadoria há dois dias e já não temos quase nada. Ontem mesmo, em pleno feriado, a loja lotou de gente à procura de buzinas, bandeiras, camisetas do Brasil. Prevendo isso, porque todo ano de Copa é assim, contratamos mais dois funcionários", diz.
Informal
Além dos trabalhadores formais, contratados pelo comércio da Capital, a Copa do Mundo ainda tem dado oportunidade para aqueles que vivem na informalidade ou buscam uma renda complementar. A vendedora Sandra Passarela dos Santos é uma delas. "Toda Copa faço bordados de miçangas e paetês em camisetas, bojos. Dá para tirar em média uns R$ 400, dependendo de até onde o Brasil chega nas eliminatórias, quanto mais longe ele for melhor para mim", conta.
Sandra aproveita os momentos mais tranquilos na loja da academia em que trabalha e em casa para bordar as bandeiras e números nas camisetas do Brasil, tudo sob encomenda. Os trabalhos custam entre R$ 20 e R$ 100 − apenas o bordado, as peças geralmente são levadas pelos clientes. Nesta Copa ela estima fazer cerca de 10 trabalhos.