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Morte não impede que Neide Mota seja julgada Morte não impede que Neide Mota seja julgada 30 NOV 2009 • POR • 22h00

     

A morte da anesteologista Neide Mota, 52 anos, não impedirá a realização de júri popular, para julgamento dos crimes de aborto a ela atribuídos pelo Ministério Público Estadual (MPE). O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) negou recurso do advogado de defesa, Ewerton Belilinati, e a decisão de cancelar ou não júri está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Caso o STJ confirme a pronúncia do TJ-MS, irão a júri popular as funcionárias da ex-médica, Rosângela de Almeida, Maria Nelma de Souza, Libertina de Jesus Centurion e a psicóloga Simone Aparecida Cantagessi de Souza. Neide teve o diploma de médica cassado pelo Conselho Regional de Medicina, em julho deste ano. São quase 10 mil fichas de clientes que passaram pela clínica da falecida, durante os 20 anos de existência do estabelecimento. Entretanto, apenas 25 estão configurando como provas do MPE no processo que tem mais de 2 mil páginas. ?Minha cliente não participou de nenhum desses 25 casos. Não há provas no processo quanto a isso. Fez aborto, cadê o feto??, defende Bellineti. O advogado disse não saber se sairia vitorioso do provável júri, observando que ?júri é júri. Eu preciso ter quatro votos contrários às acusações para ganhar a causa.

Por volta de 16h do sábado, a ex-médica, saiu da chácara localizada na periferia de Campo Grande, onde morava com a mãe, e foi até a chácara vizinha buscar leite de cabra, como fazia todos os dias. Na porta do vizinho, parou o carro e ficou agonizando. Empregados do local correram para socorrê-la, mas quando chegaram ao automóvel, ela já estava morta. O delegado da Polícia Civil, Divino Furtado de Mendonça, que preside o inquérito sobre o caso, está trabalhando com a hipótese de homicídio.

Com informações do Estadão