São 35 funcionários na coordenação da Funai em Campo Grande. No prédio, localizado na Avenida Calógeras, são três andares e apenas um telefone para todos os funcionários utilizarem, que fica no andar térreo. “Se alguém quiser falar ao telefone lá, e está em outros andares, tem de descer ao térreo”, disse um dos funcionários, que ainda denuncia: “não há nem água para beber ”.
Faltam equipamentos de trabalho, assim como atribuições aos funcionários. “Há ótimos profissionais na coordenação que não são aproveitados para nada, quando há muito a se fazer”, diz o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado, Juracy Almeida Andrade.
Em carta enviada ao sindicato, nesta quinta-feira, funcionários da Funai em Campo Grande atribuem a atual situação ao descaso da presidência e à “desastrosa reestruturação do órgão indigenista praticada pelo atual dirigente máximo da Funai”. Entre elas, está a extinção de postos indígenas nas aldeias, o que garantia uma fiscalização mais próxima das terras indígenas.
Recentemente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) denunciou o roubo de gado e de madeira da reserva Kadwéu, na Serra da Bodoquena (MS), que tinha posto indígena, mas que foi transferido para o núcleo da Funai em Bonito.
Além de Campo Grande, ainda há coordenação em Dourados e Ponta Porã, enquanto Bonito e Amambai são núcleos da Funai no Estado. A Capital e Dourados estão sob coordenação substituta e a presidência do órgão ainda não se manifestou a respeito da nomeação de titulares para os cargos. “Quem perde são as comunidades indígenas no Estado”, disse o presidente do sindicato. (MR)