Logo Correio do Estado

MP denuncia vereadores de Guarulhos por desvio de verba MP denuncia vereadores de Guarulhos por desvio de verba 20 JUL 2010 • POR • 21h30

     

O Ministério Público denunciou à Justiça (acusou formalmente) 18 pessoas por desvio de verba na Câmara Municipal de Guarulhos (Grande São Paulo). Foram denunciados 12 vereadores, cinco ex-vereadores e um homem que teria participado do esquema. As investigações apuram desvios entre os anos de 2005 e 2006, forjando a compra de material de escritório e selos.

Na última sexta-feira (16), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na câmara e nas casas dos investigados. Segundo a Promotoria, o desvio foi de mais de R$ 580 mil. Os vereadores usavam notas frias para justificar o uso da verba de R$ 5.000 por mês disponível para funcionamento e manutenção dos gabinetes --a verba foi aprovada por uma resolução em 2001 e suspensa em 2007.

Durante as investigações, a polícia identificou três papelarias que participavam do esquema. Um dos proprietários, identificado com Henri Diskin, teria comprado a papelaria exclusivamente para participar do desvio, segundo a Promotoria. Ele também foi denunciado na manhã de hoje.

Diskin é apontado ainda como o responsável por fraudar notas dos Correios. Segundo o Ministério Público, ele confessou em depoimento ter clonado o sistema do banco de dados utilizado por uma agência franqueada dos Correios em Cidade Tiradentes, em São Paulo, que ele usava para emitir recibos de compra de selos.

A Promotoria aponta que entre 2005 e 2006 os vereadores apresentaram notas frias de compra de selos no valor total de R$ 389 mil. Já as notas frias fornecidas pela papelaria de Diskin chegam a R$ 195 mil. O fornecedor da nota ficava com 10% do valor.

Além da papelaria de Diskin --"Henri Diskin Papelaria ME"-- também foram identificadas notas falsas dos comércios "HD Papelaria & Produtos de Informática" e "Naan Mercantil Importadora e Exportadora" --segundo o MP, esta última vende autopeças e não trabalha no ramo de papelaria.

        As investigações tiveram início em outubro de 2006, depois que a Promotoria da Cidadania de Guarulhos encaminhou ao Ministério Público Federal centenas de cópias de notas fiscais emitidas pelas três papelarias.