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André é o último a saber que perdeu o PSC para o PT André é o último a saber que perdeu o PSC para o PT 3 JUL 2010 • POR • 00h03

Rose Rodrigues, de Três Lagoas
Lidiane Kober, da redação

O governador André Puccinelli (PMDB) foi o último a saber que o PSC abandonou seu arco de alianças a fim de indicar o economista Pedro Chaves (PSC) para a primeira suplência de Delcídio do Amaral (PT) na corrida por vaga de senador. Pelo menos foi isso que ele informou ontem, durante rápida visita a Três Lagoas. “Eu fiquei sabendo, hoje (ontem), a respeito da suplência do Delcídio”, declarou. Indagado sobre os reflexos da indicação na disputa eleitoral, Puccinelli saiu pela tangente. “Não tenho porque comentar a respeito”, disse.
Na calada da noite do dia 30 de junho, prazo final para homologar os candidatos em convenção partidária, a direção nacional do PSC decidiu apoiar Dilma Rousseff (PT) na batalha pela sucessão presidencial, abrindo caminho para o partido deixar a coligação de Puccinelli e indicar o suplente de Delcídio. Um dia depois (1), em entrevista coletiva, o senador anunciou a parceria com Pedro Chaves e a aliança com o PSC. A coligação ampliou para nove o número de partidos do arco de aliança do ex-governador José Orcírio dos Santos (PT) e aumentou em 26 segundos seu tempo de propaganda gratuita na televisão e no rádio.
Ainda surpreendeu Puccinelli a debandada, também de última hora, do PSDC. Dia 26 de junho, na convenção do PMDB, representantes do partidos davam como certa a parceria com o governador, porém, quatro dias depois (30), na convenção do PT, o PSDC anunciou apoio a Orcírio.
Questionado sobre os motivos e o reflexo da debandada do PSC e do PSDC, Puccinelli voltou a se negar a comentar o assunto. “Não vou falar sobre isso”, disse.

Maratona
O governador chegou a Três Lagoas às 16h20min, depois de visitar Bataguassu e Dois Irmãos do Buriti. Muito apressado, porque tinha apenas 40 minutos para permanecer na cidade antes de embarcar para Corumbá, Puccinelli falou pouco com a imprensa. A correria se deve a pressa para tirar proveito do penúltimo dia para inaugurar obras, conforme determina a Justiça Eleitoral.
Do aeroporto, o governador foi direto para a estação ferroviária e fez um pequeno trajeto, de 50 metros, de trem até o local do evento. Ele desembarcou do trem acompanhado pela ex-prefeita Simone Tebet (PMDB), vice na chapa rumo à reeleição; do ex-secretário de obras, Edson Giroto (candidato a deputado federal), do deputado federal Waldemir Moka (candidato ao Senado) e da prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura (PMDB). No local, houve a comemoração do aniversário do governador, que completou 62 anos ontem. Nas outras cidades visitadas, Puccinelli também recebeu homenagens pelo aniversário.
Em Três Lagoas, ele assinou ordem de serviço da construção do contorno ferroviário, bancado quase em sua totalidade por recursos federais. O empreendimento vai possibilitar a retirada dos trilhos da região central da cidade, o que além de permitir a reorganização do trânsito do município, vai possibilitar a valorização imobiliária de uma região que, apesar de estar muito próxima ao centro da cidade, sofria com a falta de estrutura, como asfalto e esgoto.
O trajeto onde hoje estão os trilhos será urbanizado e transformado, com investimentos na ordem de R$ 33 milhões. Em torno de 30% da obra serão subsidiadas com recursos estaduais e o restante por meio de parceria com o Governo Federal, por intermédio do Ministério dos Transportes e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O contorno terá extensão de 6,2 quilômetros e ligação com o trecho Bauru/Campo Grande, viabilizando o escoamento da produção do Estado rumo ao porto de Santos.