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Política Cosméticos para crianças Cosméticos para crianças 26 JAN 2010 • POR LUANA MARTINS, BOLSA DE MULHER • 07h08

Depois de nove meses de muita espera, aquela criaturinha chega ao mundo, ainda frágil e precisando de cuidados redobrados. A pele sensível dos bebês descama nos primeiros dez dias de vida, chega a perder três vezes mais umidade que a dos adultos e as chances de irritações e alergias são elevadas, já que seu sistema de defesa ainda não está totalmente formado. Por isso, além de uma boa higiene, a escolha dos cosméticos da criança é um mais do que apenas um detalhe. Mas, diante de tantas opções – sabonetes, xampus e hidratantes, cremes antiassaduras, colônias e condicionadores – como escolher o que há de melhor para o seu pimpolho? Ao contrário da pele do adulto, que já adquiriu defesas contra as agressões externas, a derme do bebê ainda é muito frágil. Os pediatras dizem que seu sistema imunológico ainda é imaturo, por isso ele é tão suscetível a infecções e alergias. A pele demora aproximadamente dez dias para atingir uma semelhança com a derme do adulto. A idade certa para começar a usar O uso indiscriminado de cosméticos, mesmo infantis, porém, pode irritar a pele do pequeno. Por isso, os especialistas recomendam que eles só sejam utilizados a partir do terceiro mês de vida. Os dermatologistas aconselham que quanto mais tarde usarmos cosméticos nas crianças, melhor, porque ela correrá menos riscos de ter sua pele sensibilizada pelo uso desses produtos. Contudo, em alguns casos especiais, o uso de cosméticos se faz obrigatório. Vai depender da característica de pele de cada bebê. Alguns nascem com ictiose – uma doença que causa ressecamento excessivo da derme – e requerem o uso de hidratantes desde cedo. No entanto, os especialistas são unânimes em afirmar que apenas alguns cosméticos estão liberados para a compra: os produtos devem ser hipoalergênicos, neutros e sem cheiro. A mamãe deve evitar também corantes e substâncias sensibilizantes, como os parabenos. Um aspecto muito importante mas que frequentemente não é observado na escolha dos produtos é o pH. O pH é uma medida que indica se a solução é ácida, neutra ou alcalina. Nossa pele tem pH levemente ácido (em torno de 5,5) e os cosméticos devem respeitar essa medida. Se o produto for muito ácido (abaixo de 5.0) ou muito alcalino (acima de 7.0), ele poderá irritar a pele da criança. Por isso, é recomendado a escolha de produtos neutros. Produtos neutros são aqueles em que o pH é igual a 7. Verificar a validade dos produtos e se eles são dermatologicamente testados aumenta as chances de uma boa decisão. Mas de nada adianta acertar na escolha do produto se as mamães não ficarem atentas aos cosméticos que andam usando. Perfumes e hidratantes da mãe podem ocasionar desde reações alérgicas na pele do bebê a rinites, conjuntivites e até edemas. Isso não significa que você terá que abrir mão de toda sua rotina de beleza: se a mulher tiver uma pele muito ressecada e não puder deixar de usar o hidratante, ela deve optar pelos infantis ou por óleos à base de macadâmia, semente de uva, semente de girassol ou amêndoas. Eles não farão mal ao bebê. Segundo os dermatologistas, os cosméticos de adultos só estão liberados para o uso em crianças a partir dos 12 anos de idade. E, ainda sim, substâncias ácidas devem ser evitadas na composição. Protegendo do sol A lgumas hori n h as de exposição ao sol na vida da criança são de extrema importância. É ele quem ajuda na absorção de vitamina D fundamental para o desenvolvimento do bebê. Mas, se alguns cuidados não forem tomados, um grande aliado pode se tornar um verdadeiro vilão. A mãe deve evitar o contato direto da criança com os raios solares, mesmo nos horários permitidos – entre 9 e 15 horas. Por isso, o uso de chapéus, camisetas e filtro solar são de extrema importância. No entanto, é feito uma ressalva: no horário entre 8h e 9h da manhã, o bebê deve tomar seu banho de sol sem filtro solar, para que a vitamina D possa ser convertida em cálcio, essencial para o seu desenvolvimento ósseo. De acordo com os especialistas, o uso do filtro solar só está liberado a partir dos seis meses de idade. E na hora da compra é preciso observar algumas características: o mais indicado é que o fator de proteção seja 50 e que o protetor tenha em sua composição mais filtros físicos – como o dióxido de titânio, o óxido de zinco e o óxido de ferro – do que químicos, que poderão irritar a pele da criança. Antes de aplicar a loção, não esqueça de testá-la em uma pequena área do corpo da criança para se certificar de que o filtro não fará mal ou causará alergias.