Basta circular por bairros de classe média baixa da região metropolitana do Rio de Janeiro para constatar um dos mais cruéis efeitos da crise econômica: o aumento do desemprego entre jovens. Ociosos, eles passam o dia sentados em grupo nas praças e nas calçadas.
O cenário confirma a pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na semana passada, que apontou taxa de desemprego de 21,1%, na faixa etária dos 16 aos 24 anos, em março.
A Folha ouviu dezenas de rapazes e moças na zona oeste do Rio e nos municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e constatou o esforço das famílias para custear a qualificação técnica dos filhos e a decepção com os cursos rápidos, que não abrem portas no mercado de trabalho.
""Há seis meses procuro emprego. Qualquer um. Na semana passada, fui atrás de um anúncio falso. Eu teria que convencer alguém na rua a comprar um eletrodoméstico que não existia para conseguir a vaga. Só me aparecem arapucas", diz Rúbio Catrinck, 19, morador de Belford Roxo. Estudante do supletivo do ensino médio, Catrinck fez cursos de informática básica e de manutenção de computadores.
(Com Folha Online)