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Cidades Neblina provoca caos aéreo na Capital Neblina provoca caos aéreo na Capital 17 JUL 2010 • POR • 23h27

Bruno Grubertt

Por conta da forte nebulosidade que encobriu o céu de Campo Grande desde a noite de quinta-feira, o Aeroporto Internacional de Campo Grande ficou fechado durante quase todo o dia e pelo menos 48 voos haviam sido cancelados até o começo da noite. O movimento de passageiros foi tão grande que a Polícia Militar chegou a ser acionada para evitar tumultos. O caos foi ainda maior porque os passageiros enfrentaram dificuldades para conseguir vagas em hotéis da Capital, que ficaram superlotados. Quem não conseguiu vaga, teve de enfrentar o frio e aguardar no saguão do aeroporto.

A estudante Patrícia Schettini, de 17 anos, precisa chegar hoje, antes das 11 horas a Brasília (DF). Ela está inscrita no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) para Medicina e deveria ter partido ontem, em um voo que sairia às 6h45min. Por volta das 15 horas, ela ainda aguardava no saguão para embarcar. “Eles me colocaram numa lista de espera e disseram que eu posso embarcar em um voo que chega lá às 11 horas. Mas não tem condições, fica muito em cima da hora”, disse a estudante.

As filas dos guichês de todas as empresas estavam lotadas. Passageiros buscavam informações ou procuravam uma forma de cancelar seus voos e obter o reembolso do valor pago. Como o motivo do cancelamento dos voos era o mau tempo, não havia muita coisa a ser feita, já que nenhuma aeronave podia decolar ou pousar. “Vou pedir que a empresa pague hotel, refeição e táxi”, disse a advogada Marcela Wetzel Almeida, de 34 anos, que deveria ter voado para o Rio de Janeiro às 14h15min. Às 16 horas, ela ainda estava na fila do guichê.

Mãos atadas
De acordo com o superintentende do Aeroporto Internacional de Campo Grande, Autemar Lopes de Souza, em situações como a de ontem, não há o que fazer. Somente em aeroportos europeus os instrumentos instalados permitem pousos e decolagens com muita neblina. No Brasil, até mesmo os maiores aeroportos, como o Galeão, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em São Paulo, há dificuldades para operar nessas condições.
De acordo com ele, a Anac opta sempre por investir em equipamentos mais modernos para os maiores aeroportos e onde os fechamentos por conta do mau tempo são mais frequentes. “Nós somos privilegiados. Aqui temos uma pista ótima e casos como este acontecem somente cerca de duas vezes ao ano”, justificou o superintendente.

Previsão
Ontem, as empresas informaram aos clientes que eles seriam remanejados para outros voos com o mesmo destino, mesmo que fossem de empresas diferentes. Muitos estavam preocupados porque não tinham onde passar a noite.
Nos hotéis Vale Verde e Indaiá, por exemplo, não havia mais vagas ontem, por volta das 19 horas. Segundo a funcionária Tiara Caroline Nogueira, muitos passageiros estavam procurando apartamentos, mas várias hospedagens tiveram de ser recusadas. Não havia informações sobre como as empresas resolveriam o problema.