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Para coibir ?farofa? na praia, cidades de SP cobram caro de turista de um dia Para coibir ?farofa? na praia, cidades de SP cobram caro de turista de um dia 20 DEZ 2009 • POR • 10h31

     

Os turistas de um dia têm tido cada vez mais dificuldade para aproveitar as praias do litoral de São Paulo. Acostumados a se amontoar em ônibus com isopores lotados de bebida e comida para passar algumas horas ao sol, eles estão longe de receber tratamento VIP.

A maioria das cidades tem ao menos uma receita para coibir a ?farofa? na areia. Algumas cobram caro dos que pretendem entrar na cidade sem gerar renda alguma e ainda despejar sujeira. Outras ?isolam? os turistas em praias menos badaladas, dando em troca um terminal todo equipado com banheiros e estacionamento.

É o que ocorre em São Sebastião, no litoral norte. Reformado, um terminal para ônibus na Praia Grande recebe os chamados turistas de um dia com churrasqueiras e até lanchonete. Os ônibus param e pagam R$ 300.

Vans desembolsam R$ 60. Com isso, os turistas ficam bem longe de Maresias, Juqueí, Camburi e outros locais frequentados pela ?high society?. ?As pessoas dessas praias têm de fato preconceito contra os turistas de um dia. É para isso que existe essa estrutura aqui?, diz Ademir Rosa dos Santos, que administra o chamado Balneário.

Em Caraguatatuba, os ônibus também só podem parar em dois terminais preestabelecidos. Um é mantido pela prefeitura e fica na Praia das Flexeiras. O outro é particular e fica em Aruã. Nos dois, ônibus pagam R$ 350; as vans, R$ 150. Em Flexeiras, há chuveiros e outras dependências para os visitantes. A idéia é ampliar a estrutura e construir também uma quadra de esportes. Em Aruã, há até acomodações para os motoristas dos ônibus tirarem uma soneca.

Em Ubatuba, também há um terminal em Perequê-Açu, com sanitários, chuveiros com água quente, guarda-volumes e local para descanso coberto. Ônibus pagam R$ 300. O diretor-presidente da Companhia Municipal de Turismo (Comtur), Enos José Arneiro, não vê, no entanto, preconceito. ?O ônibus precisa parar aqui porque não há outra forma de disciplinar o trânsito. Não é discriminação?, diz, apesar de os turistas de um dia ficarem longe de praias como a da Almada e do Tenório. ?A Praia do Perequê-Açu é uma das melhores da cidade?, defende.

Em Santos e na Praia Grande, ônibus que não estejam seguindo para alguma pousada predeterminada nem entram no município. Em Santos, fiscais ficam de prontidão na saída do Sistema Anchieta-Imigrantes para impedir que burlem a lei. Nas duas cidades, o ônibus que for flagrado circulando sem autorização paga multa, é apreendido e levado para o pátio. No Guarujá, um novo decreto, deste ano, taxa em R$ 800 os ônibus com turistas de um dia sem reserva em algum estabelecimento da cidade. 

Altas taxas

Ilhabela cobra caro dos que não têm reserva: R$ 1.041 para os ônibus com ?farofeiros?, que precisam pedir uma senha com 72 horas de antecedência. Se forem flagrados sem a licença, pagam uma multa de 10 vezes o valor (mais de R$ 10 mil). Além disso, o ônibus precisa pagar uma taxa de licenciamento ambiental (de R$ 40).

No litoral paulista, São Vicente tem a taxa mais ?salgada? de todas. Ônibus que não pararem em nenhuma das nove pousadas habilitadas pagam R$ 2.800. Se pagarem a hospedagem ou um valor preestabelecido, os turistas podem deixar os pertences às 5h e retirá-los às 17h, sem desembolsar a taxa.

As informações são do Portal G1