ADRIANA MOLINA
Os preços do feijão dispararam nos últimos meses e já acumulam alta de 40% ao consumidor, desde fevereiro, em Campo Grande. Dados do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais (Nepes) Econômicas da Uniderp-Anhanguera, revelam que, apenas entre abril e junho o grão teve alta de 32% em Campo Grande, motivada pela queda na produção nacional da última safra, que chegou a 17%.
Conforme informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as últimas três safras de feijão já apresentam, juntas, queda de 4,5%, graças à redução de área plantada, que está em torno dos 11% no País. “Só não foi maior porque tivemos clima favorável, que gerou melhor produtividade. Os preços ao produtor estavam muito baixos nos últimos tempos, o que desmotivou muitos agricultores, que reduziram suas lavouras ou trocaram por outras atividades”, explica o superintendente do órgão, Sérgio Rios.
Com menos produto disponível no mercado entra em ação a lei da oferta e demanda. Em um supermercado da Capital, o gerente notou alta nos valores do alimento nas distribuidoras de São Paulo que chegaram a mais de 100% entre abril e junho. Uma das marcas comercializadas no estabelecimento teve o valor final ao consumidor passando de R$ 1,50 para R$ 3,04 no período − acréscimo de 102,66%.
Oferta
Mas a tendência é de que os preços melhorem nos próximos meses. A atual safra de feijão já está sendo colhida, o que deve aumentar a oferta no mercado. Além disso, a população tem diminuído o consumo por conta desses altos preços, o que em pouco tempo pode refletir na baixa das cotações do grão.
Segundo o proprietário da distribuidora Paraná, Rubens Keniti Nakaya, já foi verificada redução significativa por parte dos consumidores. “Já percebemos uma queda de 35% no consumo e isso tem dado resultados. Em São Paulo, a saca hoje está em torno de R$ 135, mas já chegou a R$ 170 neste ano”, pondera.