Sílvio Andrade, Corumbá
Caiu o ritmo das obras públicas e particulares em Corumbá e região depois de mais uma semana sem cimento no mercado. O setor da construção civil já prevê demissões. A fábrica da Votorantim no município prometeu regularizar a situação, aumentando a produção em mais duas mil sacos/dia, a partir do dia 14, mas o produto continua faltando nos depósitos e sem previsão de abastecimento.
A Votorantim produz hoje 20 mil sacos de 50 kg cada, por dia – 30% a mais em relação a 2009 – contudo vinha priorizando outros mercados, como por exemplo, Mato Grosso. A direção da unidade de Corumbá garantiu que em fase do aumento expressivo da demanda interna daria prioridade ao mercado local, medida que não teve reflexos na semana passada. O saco de cimento já custa R$ 23, aumento de 40% em duas semanas.
O empresário Jorge Freitas, dono de empreiteira, citou ainda problemas com os pedidos eletrônicos e pediu uma reunião que a Associação Comercial e Empresarial teria com a direção da Votorantim para cobrar uma posição da indústria. Donos de depósitos informaram que a fábrica não tem previsão de estabilidade do mercado. A Votorantim alega que os revendedores não fazem estoque.
A comercialização de cimento na região aumentou em pelo menos cinco vezes de 2009 para cá com as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Corumbá, que somam R$ 120 milhões. Somente no setor habitacional são 2,5 mil unidades em construção, incluindo as 1,2 mil do Estado com recursos próprios, e a prefeitura está licitando mais 600. Os investimentos privados também cresceram.