Fernanda Brigatti
O governador André Puccinelli (PMDB) fez campanha na tarde de ontem na Vila Popular, e desdenhou a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Campo Grande. “Eu estou fazendo a minha campanha. Ele não é nem candidato”, afirmou. Lula vem à Capital em agosto, quando inaugura obra custeada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Na mesma data, o principal adversário de Puccinelli, o petista José Orcírio dos Santos, tenta garantir a realização de um comício com a participação do presidente. Ontem, em Brasília (DF), Orcírio teve encontros em que articulou a agenda política com Lula (leia mais na página 3A).
Na rua
Em caminhada na Capital, Puccinelli foi seguido por uma caravana formada por assessores, fotógrafos, carros de som, cinegrafistas, produtores, bandeiras e cabos eleitorais. De casa em casa, a liturgia é a mesma: ciceroneado por uma liderança do bairro, Puccinelli explica ao potencial eleitor que nas eleições deste ano serão seis votos e apresenta o deputado federal Waldemir Moka (PMDB), candidato ao Senado.
Seguindo a caravana, vão a vice, Simone Tebet (PMDB), a suplente de Moka na coligação, Antonieta Trad (PMDB), e candidatos a deputado estadual e federal pela coligação Amor, Trabalho e Fé.
Entreveros
A disputa por espaço próximo ao governador, nas caminhadas realizadas nos bairros, já resulta em ciumeira entre cabos eleitorais e até entre candidatos. Giroto (PR), Fábio Trad (PMDB) e Marun (PMDB) — os dois primeiros postulantes à Câmara dos Deputados e o outro à Assembleia Legislativa — são os candidatos com número mais expressivo de cabos nas ruas, presentes em todas as caminhadas realizadas por Puccinelli e nos eventos da coligação. O melhor posicionamento nos bairros acaba resultando até em bate-boca entre cabos eleitorais.
Entre os candidatos, a oportunidade de chegar “colado” ao governador é concorrida. Na abordagem ao eleitor, todos querem ser os preferidos. Se não conseguem chegar próximo ao eleitor junto a André, a corrida começa assim que o governador se afasta. A briga começa, então, pelo adesivo ou cartaz que será colado na porta da casa.
Questionado por um eleitor em quem votaria para deputado federal, André Puccinelli se lembrou de quatro nomes: Giroto (PR), Mandetta (DEM), Fábio Trad (PMDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB). “Esses são nossos companheiros”, afirmou.
Outras agendas
O candidato do PSOL ao governo, Nei Braga, reduziu sua agenda para ontem e foi apenas à Feira Livre do Rouxinóis, em Campo Grande. Durante o dia, Braga raramente sai em campanha, pois passa o dia na lanchonete da qual é proprietário. Hoje, ele planeja uma “escapada” para caminhar pelo Centro com militantes e candidatos do partido.
Já o candidato ao governo do Estado da coligação A Força do Povo, José Orcírio, passou o dia de ontem em Brasília e hoje segue para São Paulo (SP), onde deve ter reuniões políticas com integrantes do Diretório Nacional do PT.