As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Vila Almeida e Coronel Antonino contarão com policiais militares – para ocupar as salas que já foram construídas para este fim – e os oito centros regionais 24h passarão a contar com quatro guardas municipais, dois por turno, o dobro do atual contingente. Além disso, mais médicos serão convocados (veja matéria abaixo). As medidas foram anunciadas ontem pelo prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, após reunião com representantes da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), Conselho Municipal de Saúde e secretarias de Governo e de Saúde. Amanhã, ele se reúne com o secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, para discutir o assunto. A reunião ocorreu após episódio em que cerca de 20 pessoas invadiram e encurralaram médicos, na UPA Vila Almeida, na noite de quintafeira, reclamando da demora no atendimento. O grupo ameaçou derrubar a porta da sala em que quatro médicos haviam se trancado. Na oportunidade, estava no local apenas uma guarda municipal. Nelsin ho afirmou que reivindicará o cumprimento da portaria do Ministério da Saúde que determina que todas as UPAs tenham a presença de policiais dentro da unidade ou nas áreas lindeiras. “Além dessa presença da PM nas duas unidades em funcionamento, nas demais unidades 24h vamos pedir para que haja reforço nas rondas, no policiamento ostensivo”, disse o prefeito. “Estamos preocupados com a época do carnaval. Assim como no fim do ano há maior atenção para a área central, no Carnaval vamos pedir para que o reforço seja nos postos de saúde”. O comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Evaldo Mazuy, garantiu que ainda ontem haveria rondas mais frequentes nas áreas dos postos de saúde. “A presença policial é fundamental em qualquer lugar. Sobre a solicitação da prefeitura, há uma série de variantes que precisam ser analisadas. A segurança será feita, mas a forma precisa ser discutida tecnicamente”. Novo O secretário de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apontou alguns fatores que podem ter contribuído para o transtorno ocorrido na UPA Vila Almeida, inaugurada há cerca de 30 dias. “Muitas pessoas ainda não entenderam a função da unidade. Por exemplo, temos a classificação, conforme a gravidade, em vermelho, amarelo, verde e azul. Tivemos uma procura acima da média de casos classificados como azul [tirar pressão, trocar ponto ou receita]. As pessoas estão experimentando o posto”. Ele negou que o fato tenha ocorrido por causa da falta de médicos. Segundo ele, naquela noite havia quatro clínicos gerais e quatro pediatras. “Ouvimos algumas pessoas que estavam no local e reconheceram alguns dos invasores, que já teriam causado problemas em outros locais”, relatou. Outro problema apontado foi a renovação da Guarda Municipal, que convocou novos servidores, ainda sem experiência. Para Luiz Henrique Mandetta, a presença da PM seria importante para o registro dos casos de violência. “Agressões contra mulheres, crianças e idosos, por exemplo, atendidas nas UPAs, acabam não sendo denunciadas pela falta de policiais. Muitas pessoas deixam de procurar socorro na Santa Casa, porque sabem que lá haverá a investigação do caso”