Guilherme Soares Dias
Mato Grosso do Sul é o estado que concentra maior previsão de investimentos das empresas fabricantes de celulose no País nos próximos quatro anos. Das quatro empresas – Fibria, Portucel, Eldorado e Suzano –, que já anunciaram investimentos em novas capacidades até 2014, as três primeiras pretendem construir novas plantas na região do Bolsão.
A Fibria tinha previsão de iniciar a construção de sua segunda fábrica no Estado apenas em 2016, mas adiantou o projeto e vai iniciar as obras em 2014. Com isso, o Estado concentra três das seis novas fábricas previstas e receberá quase metade dos R$ 22,8 bilhões previstos para o período.
A expansão marcará a ampliação do leque do setor e firmará a posição de Mato Grosso do Sul como importante produtor da commodity, atingindo o mesmo patamar de tradicionais produtores como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, que não devem receber novas fábricas, já que as outras três plantas serão na região Nordeste, nos estados da Bahia, Maranhão e Piauí.
A diversificação das áreas, de acordo com o analista da Planner Corretora, Victor de Figueiredo, é importante para garantir a posição do País de maior produtor de celulose de fibra curta, mas pode gerar custos maiores na produção. “As plantas próximas dos portos são mais indicadas. Como há falta de áreas de plantio e aumento no preço das terras nas regiões Sul e Sudeste, há mudança do eixo, o que é natural. Isso encarece um pouco a produção, mas nosso custo continua sendo o mais baixo, garantindo maior competitividade às empresas brasileiras”, afirma.
No caso das fábricas em Mato Grosso do Sul, a localização escolhida é considerada estratégica por ficar em local com terras mais baratas, mas na divisa com o estado de São Paulo, às margens da hidrovia Tietê-Paraná e próximo à linha férrea que leva ao Porto de santos.