O índice de inflação em Campo Grande (IPC/CG), em julho, foi de 0,14%, em relação ao mês anterior. Os itens que compõem o grupo saúde foram os que apresentaram maior elevação no período (1,07%). Por outro lado, os produtos que fazem parte da alimentação, com destaque para os hortifrutis, apontam deflação de 0,33%, puxando os preços para baixo.
De acordo com o professor e coordenador do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais), Celso Correia de Souza, “esta pequena alta sinaliza que a inflação está sob controle após as medidas tomadas pelo Banco Central, como o aumento da taxa Selic, e a melhoria do clima nas regiões produtoras de hortifruti, estabilizando e até fazendo cair os preços de verduras, legumes e frutas”. Destacaram-se com contribuições negativas para esse índice as fortes quedas nos preços dos produtos: couve-flor (-33,4%), pimentão (-18,1%), batata (-15,5%) e tomate (-13,7%).
Já para o grupo carnes, a tendência, para agosto, é de aumento de preços. Os cortes que registraram as maiores variações foram: peito, com aumento de 4,4%; e paleta e músculo, com quedas de 3,6% e 2,9, respectivamente. Já os cortes de carne suína, como a bisteca e costeleta, registraram aumentos de 4,6% e 1,1%. O preço do pernil permaneceu estável, com pequena queda de 0,60%. Os miúdos de frango apresentaram alta de 0,60% e o frango congelado apresentou reajuste de 2,3%.
No ano, a inflação acumulada está em 3,2%; nos últimos 12 meses registra 4,36%, abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que para o ano é de 4,5%, com tolerância de 2% para mais ou para menos. “A inflação começou a ceder a partir do mês de maio, sinalizando que as medidas tomadas pelo Banco Central do Brasil, aumentando o valor da taxa Selic, surtiu o efeito desejado: frear a inflação. O clima também tem contribuído com as hortaliças e legumes, baixando os seus preços e melhorando a qualidade dos produtos. Problemas podem acontecer com a carne bovina, pois estamos em plena entressafra do produto e a seca tem-se mostrado rigorosa, prejudicando as pastagens. A tendência é que subam os preços”, comenta o pesquisador do Nepes, José Francisco dos Reis Neto.
Reajustes
“No subgrupo carnes, constatou-se que alguns preços foram majorados, enquanto outros diminuíram os valores. Tudo isso dentro da normalidade, sem nenhum destaque. A tendência para o mês de agosto é de alta nos preços das carnes, pois estamos em plena entressafra, em que ocorrem menores ofertas de bois gordos aos frigoríficos. A tendência, também, é que o Brasil continue aumentando as exportações dessa commodity, diminuindo a oferta interna “, avalia o professor.
O IPC/CG de Campo Grande é feita pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Universidade Anhanguera-Uniderp. (VH)