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Política Palanque das coligações apoia rivais na campanha Palanque das coligações apoia rivais na campanha 9 AGO 2010 • POR • 21h01

adilson trindade

O palanque das duas principais coligações é um mosaico de lideranças empenhados em eleger candidatos rivais nas próximas eleições. Os líderes políticos disputam apoio de eleitores para candidatos fora da coligação na sucessão presidencial e na briga pelas duas vagas de senador.
Nas caminhadas e reuniões políticas, o governador André Puccinelli (PMDB) defende a eleição de José Serra (PSDB) para presidente da República, enquanto parte de seus aliados pede voto para a petista Dilma Rousseff. Eles também apoiam candidatos distintos para o Senado. Nem todos da coligação de André, por exemplo, estão fechados com o vice-governador Murilo Zauith (DEM) na briga por uma vaga de senador. Esta corrente que rejeita Murilo, fica com o senador Delcídio do Amaral (PT), que é candidato da oposição. Mas são coesos no apoio ao deputado federal Waldemir Moka (PMDB). Toda esta manifestação acontece na mesma solenidade política.
O quadro não é diferente no palanque de José Orcírio dos Santos (PT). Enquanto ele busca votos para Dilma, a sua vice, Tatiana Ujacow (PV), vai atrás pedindo apoio eleitoral para a senadora Marina Silva (PV). Eles estão unidos, no entanto, em torno de um candidato a senador, deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) e uma parte trabalha no “chão” para Murilo Zauith, da aliança adversária. Portanto, nem todos da coligação estão fechados com a reeleição do senador Delcídio do Amaral (PT).
No lançamento do comitê do deputado estadual Londres Machado (PR), que busca o 11º mandato, o seu palanque agregava correntes políticas pedindo votos para candidatos diferentes a presidente da República e a senador.
Em seu discurso, Londres defendeu apoio a Dilma e lembrou da vantagem dela de 10 pontos percentuais — segundo a pesquisa da CNT/Sensus — sobre o tucano José Serra. E fez ainda questão de declarar apoio à reeleição do senador Delcídio do Amaral, candidato da coligação rival.
O seu colega de partido, ex-secretário estadual de Obras Públicas Edson Giroto foi único a pedir apoio a Murilo Zauith para o Senado, além do Moka. Ele reconheceu, no entanto, o trabalho desenvolvido pelo petista Delcídio do Amaral em favor de Mato Grosso do Sul. Mas vai de Murilo e Moka. Quanto à Presidência da República, Giroto preferiu ficar “em cima do muro” mesmo com PR fechado com Dilma.
Moka, por sua vez, não lembrou de Murilo, parceiro de coligação, no seu discurso. Ele manifestou, no entanto, apoio implícito à reeleição do petista Delcídio do Amaral.
O governador André Puccinelli seguiu rumo diferente ao de Londres. Ele defendeu apenas o apoio a Moka para o Senado. Não falou de Murilo nem citou nominalmente Delcídio. Ao se referir ao senador petista, que conta com apoio explícito de Londres, ele pediu votos para “um, três oitão” — 138, número do Delcídio.
Para a sucessão presidencial, André declarou o seu voto a José Serra e brincou: “nem quero ouvir o Londres dizer que Dilma está 10 pontos à frente de Serra”.

Choro de Londres
A solenidade organizada pela vereadora de Campo Grande e filha de Londres, Grazielle Machado (PR), atraiu centenas de correligionários do deputado, reuniu políticos com posição diferente na sucessão presidencial e para o Senado.
Grazielle fez um emocionado discurso que levou o seu pai, Londres, a chorar. E foi ela quem abriu o evento pedindo apoio, além de Londres, para Delcídio e Dilma. A vereadora deixou clara a posição do comando de campanha de Londres de trabalhar pelos dois candidatos petistas, que são adversários da coligação de André.