JAKSON PEREIRA
O para-atleta Yeltsin Jacques, principal destaque da delegação brasileira, desembarcou ontem em Campo Grande e não escondeu que ficou mais motivado depois das três medalhas conquistadas nos Jogos Mundiais de Países de Língua Portuguesa, disputados em Maputo, Moçambique, na África.
Especialista nas corridas de 800, 1.500 e 5 mil metros, Yeltsin foi pego de surpresa, um dia antes da disputa, com a informação de que as provas onde é destaque não seriam realizadas, mas, mesmo assim, conquistou as três medalhas, sendo um ouro e duas pratas. “Só a equipe brasileira tinha atletas de corridas longas e acabou não acontecendo a competição. O chefe da delegação perguntou se eu gostaria de correr outras provas e, como já estava lá, encarei o desafio”, comentou.
Sem suas provas, Yeltsin teve apenas um dia para se preparar para correr com velocistas (100, 200 e 400 metros). “Sabia que seria difícil ganhar o 100 e o 200, mas nos 400 já poderia brigar pelo primeiro lugar. Estudei meus adversários nas provas mais rápidas, para conseguir superá-los na mais longa, e deu certo”, disse o campeão dos 400 m.
Visivelmente feliz, Yeltsin disse que não existem limites para ser campeão. “É preciso foco. Consegui um excelente resultado pela minha concentração e mesmo não sendo minha melhor prova, consegui subir ao pódio e ouvir o hino nacional”, comentou emocionado o atleta que tem apenas 10% da visão.
Preparação
Mesmo depois de 30 horas de viagem de Moçambique a Campo Grande, Yeltsin nem pensou em descansar e ontem mesmo retornou aos treinamentos. “Estou bem e tenho objetivos. Já vou iniciar os treinos hoje (ontem) para o Brasileiro, que acontece no fim do mês, em São Paulo”, disse o atleta que vai buscar na competição paulista o índice para o Mundial Paraolímpico, que acontece no início do próximo ano, na Nova Zelândia.