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Política Rádio e TV serão as armas dos candidatos Rádio e TV serão as armas dos candidatos 16 AGO 2010 • POR • 22h39

ADILSON TRINDADE

A guerra eleitoral no palanque eletrônico começa dia 18 e será quando cada candidato a governador colocará a voz e a imagem nas emissoras de rádio e televisão para se promover e defender suas bandeiras. A estratégia dos candidatos é explorar o potencial desse contato com eleitores para influenciar na decisão do voto e sair vitorioso nas eleições. O horário gratuito será, a partir desta semana, o principal instrumento dos postulantes a governar Mato Grosso do Sul para chamar a atenção do eleitorado.
Para se manter no poder, a arma do governador André Puccinelli (PMDB) será expor os números de sua administração, enquanto José Orcírio dos Santos (PT) vai colar sua imagem na do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontar obras do governo federal no Estado e comparar o período em que administrou Mato Grosso do Sul com a gestão do PMDB. O comerciante Nei Braga, do PSOL, sem chance de vitória, como ele mesmo reconhece, quer usar a cadeia estadual de rádio e televisão para divulgar o programa doutrinário e ideológico do partido.

Prestando contas
O programa da coligação do PMDB será comandado pelo marqueteiro Chico Santa Rita. A ideia é manter discurso equilibrado e sem ataques pessoais em frente aos holofotes e microfones. O governador André Puccinelli não quer baixar o nível da campanha com agressões verbais aos rivais, principalmente a José Orcírio. A proposta é manter a mesma linha adotada no corpo a corpo com os eleitores e centrar o discurso na prestação de contas de sua administração.
“Vamos prestar contas do trabalho que realizamos neste primeiro mandato, detalhar o programa de metas para os próximos quatro anos, sem demagogia ou alardeando mentiras embaladas como propostas”, explicou. “Não gosto de ficar garganteando pelos quatro ventos o que não existe”, ressaltou o governador.
Comparações
O marqueteiro Toni Cotrim, responsável pela campanha petista, não deixará de explorar, no horário gratuito, as obras executadas pelo governo de José Orcírio. Outra arma, considerada essencial para virar o jogo eleitoral, é mostrar a “sensibilidade social” do candidato do PT. Essa estratégia já vem sendo utilizada no corpo a corpo com eleitores, em que José Orcírio critica o corte dos programas sociais no primeiro ano da administração de André Puccinelli.
Sabendo da exploração dessa medida, André justifica a herança financeira que recebeu do petista para adotar corte. Ele alega ter assumido o governo sem dinheiro em caixa e com a folha salarial atrasada. André lembra também o início difícil de sua gestão, quando herdou dívida de curto prazo no valor de R$ 1,2 bilhão, déficit de R$ 30 milhões. Outro entrave foi o bloqueio das contas por falta de pagamento da parcela de dezembro da dívida com a União e pelo não recolhimento do Pasep. “Para colocar a casa em ordem, tivemos que praticamente parar a máquina em 2007”, justifica o governador.
Nesse “parar a máquina”, André suspendeu todos os programas sociais e virou alvo de duras críticas do PT, justamente o que vem sendo agora explorado pelo ex-governador José Orcírio. Quando restabeleceu o programa, André Puccinelli mudou a denominação de Segurança Alimentar (governo do PT) para Vale Renda. O governador assegura ainda que programa atual é mais eficaz que o do rival.