São Paulo
A candidata a presidente Marina Silva (PV) mostrou ontem disposição para “virar o jogo até o dia da eleição”, em 3 de outubro. “Para aqueles que já estão cantando vitória antes do tempo e para aqueles que já estão entregando os pontos antes do tempo, eu estou chamando o eleitor brasileiro para a gente virar esse jogo e irmos para o segundo turno”, afirmou, sorridente, após um passeio de uma hora pelo Mercado Municipal de São Paulo.
Questionada se, ao falar de “entregar os pontos”, se referia ao candidato a presidente José Serra (PSDB), Marina respondeu: “eu vejo que as pessoas ficam desanimadas, meio atordoadas. Mas eu acredito na democracia. Temos 40 dias pela frente e, nesses 40 dias, muita coisa pode acontecer.” Marina reclamou que o debate eleitoral tem deixado para segundo plano propostas para a saúde, segurança, educação e meio ambiente e prometeu que insistirá na discussão desses temas.
Ex-filiada ao PT, ela fez mistério sobre a aparição ou não da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos programas da campanha na publicidade eleitoral gratuita na televisão. Marina repetiu por três vezes que não negaria a própria história, mas também não faria “uso oportunista” da figura de Lula.
Segurança
A candidata do PV a presidente criticou ainda a forma como são encaradas no Rio as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), iniciativa do Governo do Estado para combater o tráfico de drogas em favelas. Para Marina, a ideia é boa, mas é usada como se fosse a solução em relação à violência na capital fluminense. “Pega-se um bom remendo e põe-se num tecido velho”, afirmou. De acordo com a candidata do PV, é esse raciocínio que causa episódios como o de sábado (21), quando criminosos invadiram o Hotel InterContinental, na zona sul daquela capital.