O brasileiro Eduardo Saverin, considerado um dos fundadores do Facebook ao lado de Mark Zuckerberg, publicou ontem um artigo sobre empreendedorismo como blogueiro convidado do site da CNBC. É uma das poucas vezes em que ele fala publicamente e a primeira vez que comenta o filme A Rede Social, que retrata a história da criação da rede social por jovens universitários de Harvard, entre eles, Saverin. O subtítulo do filme diz: 'Você não junta 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos.' Saverin é um dos inimigos.
'O que eu tirei de A Rede Social foi muito maior e mais importante do que saber se as cenas e detalhes do roteiro relatavam precisamente o que aconteceu', escreve ele no texto para a CNBC. 'O que me atingiu não foi o que aconteceu - e o que não aconteceu - ou quem disse o que, e por quê. A verdadeira lição para mim foi que o empreendedorismo e a criatividade, embora complicados, difíceis e duros de realizar, são talvez os aspectos mais importantes de um negócio hoje em dia e do crescimento da nossa economia.'
Junto do amigo de faculdade Mark Zuckerberg, Eduardo Saverin foi o primeiro investidor do Facebook. Mas, ao contrário do jovem que se tornou o 35.ª pessoa mais rica dos Estados Unidos, de acordo com a revista Forbes, Saverin tem preferido ficar fora dos holofotes, principalmente depois do processo contra o Facebook em 2009, que havia reduzido sua parte na empresa de 30% para 5% na época.
Ele evita declarações à imprensa, e o pouco que se conhece sobre ele está nos livros The Facebook Effect, de David Kirkpatrick, e Bilionários por Acaso, de Ben Mezrich - este último, deu origem ao filme que estreia em dezembro no Brasil.
O artigo assinado pelo brasileiro - 'nascido no Brasil, criado em Miami e formado em Boston', como ele diz - não relata detalhes de sua disputa com Zuckerberg e fala sobre a importância do empreendedorismo. Em uma das cinco vezes em que cita o Facebook ele diz: 'Com o Facebook, construímos um produto porque acreditávamos nele e na sua utilidade, e queríamos que ele existisse.'
Ele ainda mostra como a vida de empreendedor tecnológico é repleta de desafios e, de certa forma, manda um recado para Zuckerberg: 'No mundo digital, a dependência de uma carteira cheia (de dinheiro) para começar um negócio está diminuindo. Em vez disso, o que se torna mais importante é a ajuda de outras pessoas - o capital intelectual e o conhecimento para se tornar bem-sucedido.'
Ele termina o texto voltando a falar sobre o filme. 'Assistir à versão de Hollywood sobre uma vida de faculdade é ao mesmo tempo humilhante e divertido, e espero que o filme inspire inúmeras outras pessoas a criar e a dar um salto para começar um novo negócio.'