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Política Crescendo junto Crescendo junto 31 JAN 2010 • POR • 07h26

Os filhos crescem rápido. Esta é uma sensação comum entre os pais. Quando estão curtindo as caretinhas e sons do bebê, este já entrou na infância. Quando se divertem com as perguntas inusitadas da criança, esta virou adolescente. É, parece que às vezes os filhos crescem mais rápido que os pais! Cada etapa da vida tem seu valor, importância, características e necessidades, e exige dos pais posturas, cuidados e linguagem diferenciados, ou seja, compatíveis com a faixa etária dos filhos. Acontece que alguns pais têm dificuldade de encarar o crescimento do filhote e, assim, também não crescem. Crescimento este, não no sentido de tornarem-se melhores, mas de transformarem- se para acompanhar as transformações do filho. Compreendido isto, podemos dizer que os pais devem crescer junto com os seus filhos. Afinal, ser mãe de um bebê é bem diferente de ser mãe de um pré-adolescente. O bebê necessita dos cuidados básicos de alimentação e higiene, de colinho e carinho. O bebê não diz que não quer ir visitar a avó, muito menos que quer ir embora da festinha. Os pais de bebê são o centro de sua vida. A criança, na infância, requer outros cuidados e postura dos pais. Não é mais tão dependente. É claro que fazem malcriação e têm seus momentos de teimosia e peraltice, mas o enfoque, aqui, é o papel dos pais e dos sentimentos inerentes a cada etapa de vida dos filhos. Nesta fase, os pais ocupam o lugar de “super-heróis”, são inquestionáveis em suas falas e ações, o que dizem é lei para os filhos. Falta de limites à parte, os pais são vistos pelos filhos como autoridade máxima e, portanto, são respeitados. Agora o filho cresceu, é adolescente. Que lugar os pais ocupam nesta fase da vida? Há quem chame este momento de “aborrecência”, isto porque as figuras de autoridade (aquelas respeitadíssimas na infância) são questionadas o tempo todo. Os pais perdem o lugar de heróis e passam a ocupar o lugar de humanos. O que isso significa? Que suas opiniões não são mais aceitas tão facilmente. Além disso, o jovem abre espaço para namorados, namoradas, amigos e já não querem a companhia dos pais com tanta frequência. Percebemos uma mudança significativa no papel dos pais a cada fase, mas é preciso ressaltar que, independente do ponto de vista dos filhos, a figura do pai e da mãe é importante e fundamental em cada momento para sua formação, só que é preciso aprender a ser pai de bebê, de criança e de adolescente. Muitas vezes, a dificuldade dos pais não consiste no fato de não querer que seus filhos cresçam, mas de não quererem “perder” seu papel na vida dos filhos. Com isso, assistimos a algumas situações como pais que permitem (ou incentivam) o uso da chupeta e/ou mamadeira até tarde, que tratam seu filho de 10 anos como um bebê de 10 meses! I ndependente de sua vontade, o tempo passa e o filho cresce. A relação de dependência entre ele e os pais irá se transformando. A tendência de todo ser humano é a de ir ampliando seu ciclo social e tornar-se cada vez mais independente dos pais. Nós também fizemos assim, pois assim é a vida. A dependência pode ir diminuindo, mas não a relação de amor e afeto. Esta é única e fundamental em toda e qualquer etapa da vida do sujeito. Portanto, cresça junto com seu filho e ajudeo a amadurecer em harmonia com sua fase de desenvolvimento.