Faz exato um ano que Geisy Arruda, à época estudante de turismo, foi humilhada por outros alunos da Uniban por usar um vestido rosa curto. Desde lá, a moça já processou a universidade, procurou namorado em programa televisivo, entrou e saiu de um reality show, fez ensaio sensual e na noite de ontem, 21 de outubro, decidiu lavrar em outras terras. A loura reuniu a imprensa e amigos em um bar da cidade de São Paulo para apresentar a coleção de vestidos que ela mesma assinou e batizou sob o nome "Glamour".
Pois sim, Geisy quer ser a fazendeira do mundo da moda. E, já que a sorte não lhe sorriu durante as poucas semanas que ficou confinada no curral de "celebridades" da Record, quem sabe arriscando-se como fashionista ou encarando a "trendesetter" (pessoa que lança tendência) seu caminho seja mais florido.
Foi a partir das flores que Geisy compôs seu reinado de microvestidos. "Sou apaixonada por flores e cada vestido tem o nome de uma flor porque eles são especiais assim como elas", disse em entrevista concedida ao Terra.
É uma meia verdade afirmar que o caso Uniban foi o motivo que a impulsionou a criar a coleção. Geisy falou que a dificuldade em achar roupas que adequassem estilo, comprimento e personalidade, o principal fator para tal empreitada. Aliás, personalidade é uma das palavras chaves do vocabulário da moça. Quando indagada sobre qual imagem ela queria vender com seus vestidos, sem titubear respondeu, "de uma mulher com muita personalidade, dona de seu nariz, que é independente do tipo que não precisa do homem para nada. Uma mulher autêntica, dona de si, que não leva desaforo para casa".
A mesma mulher forte, de personalidade e que não precisa de homem algum não soa ser a mesma mulher público-alvo de sua coleção. A própria Geisy diz que fez os vestidos pensando na dona de casa, no "povão". Não que isto seja uma contradição, mas parece que no século 21 as mulheres independentes não têm como espelho a figura da dona de casa.
E se em um ano Geisy Arruda vêm rendendo (ou faltando) pano para manga (ou para o vestido), os próximos passos em sua vida são dois: fazer faculdade de jornalismo e ser rainha dos gays. "Adoro frequentar lugares gays, lá o preconceito não existe. Posso usar um vestido minúsculo, um sapato rosa e outro roxo que ninguém vai falar nada. Meu sonho é ser a rainha dos gays, porque na balada eu já vou, agora só falta a coroa".
O mundo de Geisy Arruda é inegavelmente cor de rosa.