A capoeira, arte desenvolvida por escravos e seus descendentes, foi um dos destaques do Dia da Consciência Negra, comemorado ontem. Na Praça Ary Coelho, em Campo Grande, uma roda foi montada com a participação de deficientes. O "aulão de capoeira inclusiva" foi organizado pelo capoeirista e pedagogo Josimar de Araújo, de 34 anos.
"Sou capoeirista há 25 anos e, há 10 anos, comecei um trabalho de inclusão com deficientes visuais, auditivos, com déficit intelectual, paralisia cerebral, pessoas com síndrome de down. Hoje (ontem), quisemos homenagear o Dia da Consciência Negra e expressar o nosso agradecimento pela contribuição dos negros na capoeira, que é uma atividade riquíssima, que cada vez mais ganha adeptos em todo o mundo", ressaltou o professor. A chuva não atrapalhou a apresentação, que ocorreu por volta das 10h.
Outras atividades estavam programadas, também, para o Parque Ayrton Senna, em alusão à data. O evento é organizado pelo Conselho Municipal dos Direitos dos Negros.
Na última quinta-feira, o Instituto Luther King realizou a Noite da Cultura Afro em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra. O evento contou com apresentações musicais, dança, poesia e teve a participação da promotora de Justiça Jaceguara Dantas da Silva Passos, além do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), autor da lei que instituiu o 20 de novembro como feriado em Mato Grosso do Sul. A data foi escolhida para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, que lutou contra a escravidão no Brasil.