A Coreia do Sul e a Coreia do Norte trocaram disparos de artilharia ontem, após o regime comunista ter atirado contra uma ilha perto da disputada fronteira marítima dos dois países, no Mar Amarelo, matando pelo menos dois fuzileiros navais sul-coreanos, incendiando dezenas de edifícios e provocando a fuga de civis. O choque, que colocou a Coreia do Sul em alerta máximo, foi uma das confrontações mais dramáticas desde o final da Guerra da Coreia em 1953. Cada parte ameaçou a outra com terríveis represálias no caso de um novo ataque.
O confronto teve início quando Pyongyang alertou o Sul para interromper manobras militares na área, de acordo com funcionários sul-coreanos. Quando a Coreia do Sul se recusou e começou a disparar tiros de artilharia contra as águas disputadas, mas longe da margem da Coreia do Norte, Pyongyang retaliou ao bombardear a pequena ilha de Yeonpyeong, que tem como moradores militares sul-coreanos e uma pequena população civil.
A Coreia do Sul respondeu logo depois disparando tiros de canhão K-9 de 155 mm, e despachando caças de combate ao local. Funcionários sul-coreanos disseram que a Coreia do Norte pode ter tido várias baixas nessa resposta. A troca de disparos durou cerca de uma hora. O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, que convocou uma reunião de emergência logo após o incidente, disse que "um ataque indiscriminado contra civis nunca pode ser tolerado".
"Deveria ser feita uma enorme retaliação, numa extensão que o Norte nunca fará mais provocações", disse o mandatário sul-coreano.