Encarado como uma segunda chance pelos candidatos, a reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na tarde de ontem, registrou alto índice de abstenção. No País, o comparecimento não chegou a 50%. Na Escola Estadual Joaquim Murtinho, a quantidade de alunos não passou de dez pessoas em cada uma das quatro salas, segundo relatos dos estudantes e de fiscais que cuidaram da avaliação. O número de participantes não foi divulgado pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O gabarito será divulgado na terça-feira.
"Achei a prova mais fácil. Fui convidado para fazer a prova só na segunda-feira e tenho impressão de que fui melhor. Agora, já posso pensar em conseguir uma bolsa do ProUni para cursar uma universidade particular", comentou o operador de máquina Walter Souza Carvalho, de 20 anos.
Em 2008, o candidato também fez o Enem, mas não utilizou a nota para ingressar em nenhum curso de nível superior. Ele relatou que, apesar de ter pego a prova amarela — que foi a que registrou problemas na impressão dos cadernos e motivou a nova convocação do Ministério da Educação — não teve problemas para resolver as questões. "Mas, como fui convidado, resolvi arriscar. E foi bom, porque fui melhor".
Para Ailson Ferreira Sandim, de 30 anos, a prova estava equivalente à primeira. "Algumas questões eram bem parecidas, com o mesmo nível. Foi uma segunda chance, para ver se me saia melhor que da primeira vez", avaliou. Ele foi convocado a participar do novo Enem na sexta-feira. Conforme relatou, foi feito o mesmo esquema de cores para identificação da prova. "Dessa vez, peguei uma de cor azul. A primeira coisa que fiz foi olhar todo o caderno, para ver se estava tudo certo".
Atraso
Aryella Ayme D’ávila, de 18 anos, chegou à escola da Capital às 12h, mas os portões fecharam às 11h55min. Mesmo sem fazer a prova, a candidata acha que não foi prejudicada. Ela não havia preenchido o gabarito ainda quando identificaram o problema na prova amarela e no dia seguiu a orientação dos fiscais. "Só vim fazer porque recebi a carta do MEC dizendo que eu podia refazer a prova".
Em Mato Grosso do Sul, as provas foram aplicadas em dez cidades. Quem não compareceu terá corrigido o cartão resposta do primeiro teste.
Presídios
Ontem, também foi dia de prova para internos dos presídios e das unidade educacionais de internação (Uneis). No total, 549 pessoas participaram da avaliação, sendo 16 do presídio federal. Eles responderam a questões da área de ciências humanas e da natureza. Hoje, a prova terá uma redação e questões relacionadas a linguagem, códigos e tecnologia.