A criação de empregos com carteira assinada em Mato Grosso do Sul alcança níveis históricos neste ano. Até o mês passado, foram criadas 28,1 mil vagas, variação positiva de 37,2% em relação a 2009 (20,4 mil). O número bate recorde desde 1996, quando o Ministério do Trabalho passou a divulgar, mensalmente, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mês, a quantidade não empolga: 985 novas vagas, redução de 53% ante novembro do ano passado (2,1 mil).

O setor de comércio e serviços continua puxando os índices e, juntos, criaram 14,9 mil vagas neste ano, 53% do total. Só O varejo colaborou com 5,1 mil postos; seguido pelo segmento de administração de imóveis (3,3 mil). Na indústria, mais 7,9 mil novas vagas (+10,47%). A agropecuária teve o menor saldo, de 2,3 mil (3,85%).

Apesar de acelerado, o ritmo do emprego divide opiniões. O economista Áureo Torres, que analisa os dados do Caged, esperava mais. Para ele, o Estado poderia criar mais vagas se tivesse uma política de geração de emprego eficiente. "O que temos é um crescimento natural, baseada na nossa localização, que atrai empresas de outros estados. É essa estrutura que usamos", explica Torres.

Segundo o economista, 40 mil jovens farão 18 anos em 2011 e a geração de vagas será insuficiente. O potencial de consumo, de turismo e de indústria não são explorados como deveriam. No ranking nacional, MS tem a 9ª pior taxa de crescimento, atrás de estados menores, como Rondônia, que encabeça a lista, com oscilação positiva de 12,43% (20 mil novos postos).

O assessor econômico da Federação do Comércio (Fecomércio-MS), Thales de Souza Campos, diverge da análise anterior: "é um crescimento sui generis (único) em 3 décadas de construção do Estado", rebate. "Antes, não havia uma grande indústria, estamos saindo do grão, e isso leva tempo", analisa. Segundo Campos, quando a indústria cria dois empregos, surgem até cinco em serviço ou comércio.

No País, foram criados 2,54 milhões de empregos, até novembro. Só no mês passado foram 138,2 mil (+0,39%). A marca supera em 21% o recorde anterior do período (2008), quando foram registrados 2,1 milhões de novas vagas.