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inteligência artificial Supercomputador derrota humanos em programa de perguntas e respostas na TV Supercomputador derrota humanos em programa de perguntas e respostas na TV 15 JAN 2011 • POR R7 • 20h25

Um supercomputador do tamanho de 10 geladeiras e com uma potente inteligência artificial venceu na noite desta quinta-feira (13) uma competição entre dois dos maiores vencedores do programa americano de perguntas e respostas Jeopardy.

A batalha foi apenas uma prévia porque a competição final entre dois seres humanos craques nesse tipo de programa de TV está prevista para acontecer em fevereiro. Na apresentação, o computador ficou nos bastidores, mas foi representado no palco por uma tela. 

O computador Watson, fabricado pela empresa IBM e batizado com esse nome em homenagem ao fundador da empresa, Thomas J. Watson, derrotou Ken Jennings, vencedor do programa por 74 vezes consecutivas entre os anos de 2004 e 2005, e Brad Rutter, que já acumulou o equivalente a R$ 5,5 milhões (US$ 3,3 milhões) em prêmios no Jeopardy.

A máquina respondeu corretamente a questões sobre Agatha Christie e a cidade de Jericó e venceu o teste que simulava a primeira parte do programa, ganhando R$ 7.400 (US$ 4.400).

O vencedor vai levar para casa um prêmio de R$ 1,6 milhão (US$ 1 milhão). O vice-campeão ganha R$ 505 mil (US$ 300 mil) e o terceiro leva R$ 336 mil (US$ 200 mil). A IBM disse que se o Watson sair vitorioso, doará toda a quantia para instituições de caridade.

A demonstração de ontem revela que um defeito que o supercomputador apresentou em um teste anterior foi resolvido. Antes, a máquina que tem memória virtual enciclopédica não conseguia acionar um dispositivo que seria como apertar a campainha antes dos seres humanos que lhe dá direito de responder primeiro às perguntas.

O objetivo da IBM é provar que o Watson é capaz de responder rapidamente perguntas difíceis e até mesmo com linguagem não muito comum, com jogo de palavras e trocadilhos, como são as questões desafiadoras apresentadas no game-show Jeopardy.

Alimentá-lo com conhecimento é fácil. O Watson não está conectado à internet, mas dispõe de um banco de dados que cobre muitos assuntos, entre os quais história e entretenimento.

John Kelly, diretor da IBM Research, comemorou a vitória.

- Criamos um sistema de computação com a capacidade de compreender a linguagem humana natural, algo que é muito difícil para um computador. No campo da inteligência artificial, as pessoas passam suas vidas tentando conquistar avanços de alguns centímetros. O que o Watson faz e já provou é desenvolver uma capacidade de avançar o estudo da inteligência artificial na escala dos quilômetros.

A IBM diz que a capacidade de compreender a linguagem humana faz do Watson uma máquina muito mais desenvolvida que o Deep Blue, o supercomputador da empresa que derrotou o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov em uma série de partidas em 1997.

Apesar do Watson poder não se tornar um projeto comercial em curto prazo, executivos da IBM afirmam que suas capacidades linguísticas e analíticas podem eventualmente ajudar a companhia a desenvolver novos produtos em áreas como medicina diagnóstica.

Jennings ainda afirma acreditar que Watson pode ser vencido na competição de verdade.

- O Watson está sujeito a erros. 

Rutter concordou, citando a fraqueza da máquina em compreender humor, uma parte importante de algumas perguntas.

Em uma pergunta sobre o ator e músico Jamie Foxx, que aprendeu a tocar violoncelo, Watson deu como resposta uma outra pergunta.

- Quem é Beethoven?

Rutter riu e ironizou o erro da máquina.

- Eu confundo os dois sempre.

Watson não riu, mas mesmo assim terminou a noite como o maior astro da competição.