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POLÍCIA Traficantes enviam cocaína em encomendas aéreas Traficantes enviam cocaína em encomendas aéreas 16 JAN 2011 • POR EDILSON JOSÉ ALVES, DE PONTA PORÃ • 00h02

Traficantes encontraram uma nova maneira de enviar cocaína do Paraguai para outros países. A droga agora é embalada e despachada em pequenas quantidades no meio de encomendas aéreas. Em menos de uma semana a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) fez duas apreensões de cocaína, uma com destino a Espanha e outra para a Áustria.

Conforme as informações repassadas pela Senad, durante fiscalização no último dia 10 no setor encomendas de uma empresa de transporte aéreo, em Assunção, um cão farejador identificou cocaína em uma embalagem lacrada. O volume foi levado ao Palácio de Justiça e diante do juiz Rubén Dário Riquelme foi aberta pelos policiais antidrogas.

No interior de uma agenda foram apreendidos 438 gramas de cocaína que estavam escondidos na capa e contracapa. O entorpecente estava endereçado a Madrid na Espanha e teria sido negociado ao preço de US$ 60 mil, valor equivalente a cerca de R$ 102 mil. Os policiais estão investigando a pessoa que teria feito o despacho da encomenda.

Quatro dias antes os agentes a Senad já tinham realizado uma outra apreensão de cocaína cujo traficante utilizou o mesmo “modus operandi”. A embalagem estava endereçada para a Áustria e também sairia por via aérea do Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção. A droga estava no interior de uma pequena pasta, misturada a cartões. Dessa vez foram apreendidos 273 gramas de cocaína. O procedimento dos policiais foi o mesmo, a droga localizada por um cão farejador e a embalagem levada ao Palácio de Justiça para ser aberta na presença do juiz Ruben Dario Riquelme. A droga saiu de Ciudad Del Este foi para Assunção e de lá tinha como destino final a cidade de Viena, na Áustria.

Entreposto


O Paraguai vem se transformando nos últimos anos em um entreposto de cocaína produzida na Colômbia e Bolívia. Os traficantes encontram facilidades em virtude de não existir no país vizinho um melhor controle aéreo. O entorpecente que é trazido para cidades fronteiriças como Pedro Juan Caballero, Capitán Bado, Ciudad Del Este e Bela Vista acabam entrando no Brasil por via terrestre em pequenas quantidades.

Mas como os organismos de segurança estão reforçando a fiscalização no lado brasileiro da fronteira, os traficantes buscam novos meios e um deles é despachar como encomenda comum. Mas a Senad informou que vai continuar fiscalizando as empresas de transportes tanto aéreo como terrestre e que cães farejadores são imprescindíveis para a localização de entorpecentes.