Dados do Ministério da Saúde revelam que, apesar de 97% dos jovens saberem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a aids, apenas 61% deles usam camisinha na primeira relação. Para o Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, esses números mostram um comportamento comum entre esta faixa etária: os jovens acham que não vão ser contaminados pela aids por não estarem nos chamados "grupos de risco".
O diretor ressalta que hoje não existem mais grupos, mas sim situações de risco. "Não temos mais aquela história anterior que era chamada grupo de risco, que só alguns grupos são infectados pelo HIV. Agora muito mais claramente a gente está falando de situação de risco, que é ter qualquer relação sexual, sem preservativo, entre duas pessoas que você não sabe quais são os estados sorológicos dessas duas. Todas as pessoas que tem vida sexual ativa estão nesse grupo. Cada vez que você tiver um risco, mesmo que seja pequeno, tem que ser prevenido."
Dirceu Greco lembra que a aids não tem preconceito e nem cara, por isso, está mais do que na hora dos jovens levarem a sério a prevenção. "No imaginário popular, a aids tem marca. Quando na verdade não tem. A infecção pode ficar anos sem nenhum sintoma e a pessoa nunca vai saber disso. E a outra é quando você começa a decisão de ter uma relação sexual nova, decide que vai usar preservativo e depois de três meses juntos você para de usar. O HIV está disponível apesar de muitos de nós não enxergar isso. Há maneiras de prevenir não só a infecção pelo HIV, mas pela hepatite B. Sífilis, HPV, e outras patologias sexualmente transmissíveis. Prevenção é preservativo"
Dirceu Greco lembra que falta de preservativos não é o problema. Camisinhas são distribuídas gratuitamente em todo o País pelo Sistema Único de Saúde. O Ministério da Saúde é o maior comprador mundial de preservativos para distribuição gratuita pelo SUS. Além disso, o país fabrica cem milhões de preservativos por ano.