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Biotecnologia e um mundo carbono neutro

Elas nos permitem imaginar um mundo carbono neutro, no qual indústrias e comunidades tiram o máximo proveito de matérias-primas e recursos

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Todos nós estamos vivendo e sentindo as mudanças intensas no clima.

Sabemos dos impactos que os combustíveis fósseis geram nos ciclos climáticos naturais do planeta, contribuindo para o aquecimento global, além de outros fenômenos como desertificação, incêndios florestais, elevação do nível do mar e extinção de espécies.

Ainda assim, o mundo é baseado em paradigmas que têm como base o combustível fóssil.

Em 2020, a energia gerada a partir de fontes fósseis recebeu 70% dos subsídios globais para o setor, e apenas 20% desses subsídios foram destinados às fontes renováveis de energia.

Para que tenhamos um avanço nas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, o mundo precisa acelerar rumo a uma sociedade neutra em carbono. Soluções baseadas em biotecnologia são parte da resposta a alguns dos maiores desafios do mundo.

Elas nos permitem imaginar um mundo carbono neutro, no qual indústrias e comunidades tiram o máximo proveito de matérias-primas e recursos. Muitas das soluções já existem e têm um potencial de crescimento sustentável enorme.

Mais de 85% das vendas da Novozymes, líder global em biotecnologia, em 2021 foram geradas a partir de soluções que reduzem o uso de recursos fósseis, permitem que a agricultura e os setores alimentares produzam mais com menos e possibilitam uma melhor saúde em todo o mundo.

A forte presença da indústria na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), realizada este ano no Egito, segue mandando a mensagem de que o setor privado está preparado e quer uma transição sustentável para uma economia independente de substâncias de alta intensidade emissora de carbono.

A Novozymes esteve presente no evento com a participação de nossa CEO global, Ester Baiget, e um time de especialistas da empresa para trabalhar com stakeholders de diversos setores, indústrias e comunidades a fim de garantir que deixemos um planeta saudável e viável para as próximas gerações.

Como instituição, estamos fazendo a nossa parte e cumprindo com os nossos compromissos. Junto aos parceiros das cadeias de valores nas quais atuamos, trabalhamos para reduzir as emissões e estamos a caminho de alcançar nossa meta de ser uma empresa carbono neutra até 2050.

Nossas metas de redução de emissões foram renovadas pela iniciativa Metas Baseadas na Ciência (SBTi – Science Based Targets initiative). Fazemos parte de uma restrita lista de empresas que estão comprometidas com o novo padrão do SBTi para metas de neutralidade em carbono até 2050.

Até 2030, a Novozymes reduzirá as emissões absolutas de CO2 em sua operação em 75% e as emissões absolutas de CO2 de sua cadeia de abastecimento em 35%. Até 2050, a Novozymes alcançará a meta de ser carbono neutro.

Empresas como a Novozymes têm um papel de extrema relevância nos objetivos estabelecidos pela COP27, mas o esforço conjunto deve necessariamente envolver o poder público.

Por isso apoiamos o desenvolvimento e implementação de políticas de precificação de carbono e incentivos à energia renovável como soluções fundamentais para uma transição econômica mais verde.

Entendemos que o Brasil tem uma posição essencial nessa discussão. Por ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, pela vanguarda no desenvolvimento e apoio ao uso de biocombustíveis e pela vasta biodiversidade, o País pode e deve atuar como líder nessa discussão.

As empresas, os governos e as sociedades civis devem ser ambiciosos e trabalhar juntos para encontrar as melhores soluções para nosso futuro comum. A única maneira de avançar é por meio de esforços coordenados e coletivos.

A pandemia global da Covid-19 e as restrições nas cadeias de abastecimento têm enfatizado como as nações e a indústria estão interconectadas. A crise climática exige uma colaboração ainda maior.

Não vamos parar por aí. A Novozymes está pronta para trabalhar com as partes interessadas globais e locais para garantir um planeta saudável e sustentável para todas e todos nós.

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A dor que cala e o silêncio de todos nós

13/02/2025 16h14

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Imagine. Era uma manhã como outra qualquer. Em algum lugar, uma mulher acordava com o coração acelerado, os olhos marejados de medo. Em algum lugar, uma mulher olhava para o homem ao seu lado e não via mais o companheiro, o pai de seus filhos, o amor de sua vida. Via um algoz. Em algum lugar, uma mulher respirava fundo, tentando encontrar coragem para mais um dia de sobrevivência. Em algum lugar uma mulher suspira fundo ao imaginar que pode ser agredida a qualquer momento. Em algum lugar uma mulher será próxima vítima.

Ela teme vir à público, denunciar. Teme por mais agressões antes que medidas se tornem efetivas. Alguém, não sem razão, fará a pergunta: Quantas vezes o sistema falhou em protegê-las? Pode invocar o argumento que a justiça, que deveria ser um porto seguro, muitas vezes se transforma em um labirinto burocrático, onde a vítima é revitimizada a cada depoimento, a cada julgamento adiado, a cada olhar de descrença.

O machismo brasileiro é um câncer enraizado. Ele está nas piadas que objetificam as mulheres, nas letras de música que as reduzem a corpos, nas igrejas que pregam a submissão, nas famílias que ensinam aos meninos que chorar é “coisa de menina” e que meninas devem ser “boazinhas” e “comportadas”. Está nas delegacias, onde policiais despreparados perguntam: “Por que você não se separou antes?” Está nos tribunais, onde juízes questionam: “Mas ela não provocou?” Está nas ruas, onde homens se sentem no direito de invadir o espaço das mulheres com assédios e ameaças.

E enquanto isso, os números não mentem: o Brasil é um dos países com mais feminicídios no mundo. O Estado do MS, infelizmente, também não fica atrás. São mulheres mortas por serem mulheres. Mortas porque ousaram dizer “não”. Mortas porque tentaram recomeçar. Mortas porque existiam. São assassinadas pelo simples fato de ser mulheres. E, muitas vezes, seus assassinos seguem impunes, protegidos por uma justiça lenta e por uma sociedade que ainda hesita em enxergar a gravidade do problema.

Onde está a luz no fim deste túnel de horrores?  Nas mulheres que se levantam, que denunciam, que apoiam umas às outras. Há homens que questionam o machismo, que educam seus filhos para o respeito, que entendem que a luta pela igualdade não é só das mulheres, mas de todos nós. Há leis que avançam, como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio (em MS já existe essa tipificação), mas que precisam ser aplicadas com rigor e eficácia. E há luz nas campanhas incisivas a exemplo da #TodosporElas, criada pela desembargadora Jaceguara Dantas, com chancela dos três Poderes.

É necessário se engajar. Protestar. Gritar se preciso for. E se unir a outras mulheres. Ninguém, em sã consciência, deve se calar, naturalizar, muito menos ignorar. Mais do que nunca é preciso alento. Para além das jovens, mulheres na meia idade e até idosas está em jogo o futuro das nossas crianças, meninas que sonham. Elas não precisam carregar esta culpa.

A dor que cala é a dor de milhares de mulheres silenciadas. A justiça que falta é a que deveria protegê-las. Enquanto houver uma mulher com medo, enquanto houver um agressor impune, enquanto houver um sistema que falha, a luta não pode parar. Porque nenhuma vida a menos é aceitável. Porque todas merecem viver sem medo. Porque o silêncio já foi demais.

ARTIGOS

Um santuário ecológico chamado Pantanal

13/02/2025 07h45

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A maior planície alagada do planeta Terra, um presente do Criador para a humanidade e, particularmente, para o estado de Mato Grosso do Sul. Por isso mesmo, povo e governos têm o dever de zelar por essa maravilha do mundo, que corre o risco de desaparecer, por conta dos constantes incêndios florestais criminosos, motivados pela ganância e pela busca por fortuna.

Nas últimas cinco décadas, venho cobrando de nossos representantes no Congresso Nacional providências em relação à proteção do Pantanal, diante do perigo iminente de seu desaparecimento, da absoluta falta de fiscalização e, como consequência, da total ausência de proteção. Medidas paliativas têm sido adotadas, mas sem qualquer comprometimento real com a preservação desse ecossistema tão importante.

Nos últimos cinco anos, as queimadas criminosas quase dizimaram as espécies de vida natural do Pantanal, tanto vegetal quanto animal. Os pantaneiros são religiosos e, com suas orações, sempre contaram com a proteção divina, a força maior. Várias gerações foram desaparecendo, e homens e mulheres nascidos e criados no Pantanal anteviam o pior. O Rio Taquari é um exemplo do abandono e do descaso com algo tão valioso.

Enquanto as autoridades fechavam os olhos para esse grave problema, o desmatamento, sem qualquer fiscalização, abria caminho para o extermínio do Pantanal. Porém, em 2020, os incêndios superaram todas as expectativas, destruindo tudo o que encontravam pela frente. Dias e noites o fogo ardia, e nada podia ser feito. Homens e mulheres idosos choravam ao assistir tamanha destruição. Parecia que o Pantanal sucumbiria de vez. Parece que somente a fé em Deus conseguiu conter as chamas.

Os recursos materiais e humanos foram insuficientes para o combate ao gigantesco incêndio e, mesmo contando com a ajuda dos bombeiros dos estados vizinhos, pouco pôde ser feito. No entanto, o desastre serviu de alerta, pois críticas e sugestões surgiram de todos os segmentos da população e até mesmo de outros países. Felizmente, a sensibilidade do poder público atendeu a tantos apelos.

O jovem governador Eduardo Riedel entendeu a necessidade de tomar medidas de proteção ao santuário que é o Pantanal, aliviando milhares de seres humanos que nele vivem e que, finalmente, esperam vê-lo protegido dos criminosos predadores. Parabéns, governador.

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