“Deve ser o único item da pauta”
Presidente Davi Alcolumbre (Senado) e a votação de hoje da reforma da Previdência
Janot confessa que trabalhava em meio a bebida
Um bar com bebidas alcoólicas em sala anexa ao próprio gabinete, na Procuradoria Geral da República (PGR), pode render dissabores a Rodrigo Janot. Em seu livro, onde também revela o plano de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Janot conta que foi na “Farmacinha”, o bar do seu gabinete, onde saboreou pela primeira vez as gravações de Joesley Batista com o então presidente Michel Temer. “Batemos ao teto!”, exultou um auxiliar na Farmacinha.
Se beber, não acuse
Janot relata no livro que às vezes reunia sua equipe na “Farmacinha” e “todos voltavam ao trabalho” após “uma dose de qualquer bebida”.
Cana heterodoxa
“Para tudo, moçada! Todo mundo para a Farmacinha, sô!”, dizia Janot quando queria a equipe participando de uma “solução heterodoxa”.
Carinhoso incremento
“Farmacinha”, disse Janot, foi o “nome carinhoso” que deu à geladeira com bebidas usada para “incrementar” sua sala de descanso.
Seria ‘etc’ o tira-gosto?
Ao definir a “Farmacinha”, Janot afirmou que mantinha “vinho, cerveja, uísque, cachaça, rum, vodca, gim etc”. Só faltou explicitar o “etc”.
Brasília discute extinção de ‘agência reguladora’
Tomando dos pagadores de impostos do Distrito Federal R$64,1 milhões por ano, seu orçamento de 2019, dos quais R$26,5 milhões são gastos com pessoal e penduricalhos e salários de quase R$27 mil mensais, a “agência reguladora” Adasa está pronta para ser extinta, por sua inutilidade. O despreparo e imprevidência da Adasa levou Brasília a um racionamento de água, em 2017, que durou um ano e meio.
Puro desperdício
A Adasa torra R$19,4 milhões em custeio e outros R$7,8 milhões em ações (quais mesmo) de “regulação”, seja lá o que isso signifique.
Escassez de competência
Nesta segunda (30), após o fim do período de quatro meses de seca, a Adasa apareceu para exigir um “plano” para enfrentar a escassez
Para que agência?
Em 2017, Brasília só ficou sabendo do colapso no abastecimento de água quando faltou água nas torneiras. A Adasa é que não avisou.
Deu no WSJ
Parte da mídia brasileira fez que não viu, mas o Wall Street Journal, um dos mais influentes do mundo, domingo (30), publicou artigo de elogios à “revolução de mercado” do presidente Jair Bolsonaro no Brasil.
Livro de graça
Se foi para turbinar as vendas do seu livro que o ex-procurador Rodrigo Janot se expôs, confessando plano para matar ministro do Supremo e revelando seu boteco na Procuradoria Geral da República, isso não deu certo. O conteúdo do livro já circula nas redes sociais. De graça.
Gilmar não leu
Gilmar Mendes ainda não leu o livro em que Janot relata o plano para matá-lo “com um tiro na cara”. O ministro disse que é ocupado demais para isso. Ademais, nunca respeitou a qualidade do texto do ex-PGR.
Na repartição, é crime
Experiente na política e ministro de Estado várias vezes, Delfim Netto ironizou ontem a “Farmacinha” de Rodrigo Janot na PGR: “No meu tempo no serviço público, isso era crime...”
Indignação seletiva
Grupos que tentam organizar protesto contra o Fundão Sem Vergonha, que pode chegar a R$3,7 bilhões, não conseguem mobilizar estudantes que foram às ruas após o governo contingenciar dinheiro da educação.
Combate à seca
O TCU alerta para a falta de planejamento estruturado para combater a seca e enchentes. Análise dos investimentos entre 2012 e 2018 mostra que a distribuição não é uniforme e prejudica o semiárido nordestino.
Advocacia criminal
O presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), Bruno Espiñeira Lemos, nomeou Daniela Tamanini presidente da Comissão Especial da Cannabis Medicinal e vice-presidente da Comissão da Mulher Criminalista.
Jogo rápido
Aprovação da PEC da reforma da Previdência na CCJ do Senado hoje é tida por governistas e oposição como garantida. Fala-se em votação simbólica. Já no Plenário, serão necessários 49 votos favoráveis.
Pensando bem...
... essa será a primeira vez que uma farmacinha vai dar dor de cabeça.

PODER SEM PUDOR
Defunto elegante
O senador gaúcho Pinheiro Machado marcou uma visita ao hotel onde estava o seu colega Bernardo Monteiro, no Rio de Janeiro. O anfitrião o recebeu vestindo ceroulas comuns e ele não conteve a observação: “Bernardo, você precisa estar preparado para morrer na rua. Vista-se de seda por baixo. Seja um cadáver decente.” Pinheiro Machado seria assassinado alguns anos depois, no Hotel dos Estrangeiros, no Rio. Vestia ceroulas de seda.
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Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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