Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Faz o L, de Ladeira abaixo"

Deputado Zucco (PL-RS) após disparada do dólar atingir marca histórica de R$6

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Pacote Malddad taxa até quem tem doença terminal

O governo Lula (PT) prometeu “corte robusto de gastos”, mas passou a perna em todo mundo, provocando decepção e desânimo. O pacote anunciado pelo ministro da Fazenda, que opositores chamam de “Malddad”, inclui medidas cruéis como extinguir a isenção tributária para portadores de doenças terminais. O governo desapontou quem espera desde a posse do atual presidente a prometida isenção de impostos para quem recebe até R$5 mil mensais: só começa no ano (eleitoral) de 2026.

Não sabe o que diz

Sobre a isenção dos R$5 mil, Haddad fez a alegação falsa de que será compensado taxando quem ganha mais de R$50 mil. Sem chances.

Não compensa nada

Investidor respeitado, Pedro Cerize disse que o número de assalariados na faixa dos R$50 mil é irrisório, mesmo que a alíquota seja de 100%”.

Prioridade é gastar

Em vez de corte de gastos, o governo anunciou apenas mais um pacote tributário, confirmando a recusa de Lula de cortar seus gastos sem limite.

Apenas improvisação

O governo tirou da gaveta antigo projeto da Receita esfolando quem já paga muitos impostos. Nada tinha preparado sobre corte de gastos.

Paper relata ao Cade ‘tese irracional’ dos Batista

Em defesa protocolada no Cade (Conselho de Defesa Econômica), do Ministério da Justiça, a Paper Excellence mostra como é irracional a tese dos irmãos Joesley e Wesley Batista para impedir que a multinacional tenha voz na governança da Eldorado Celulose. Conhecida no noticiário econômico e policial, a dupla alega que a Paper seria “concorrente”, o que é falso, e por isso pretenderia prejudicar Eldorado. Como se a Paper tentasse prejudicar a empresa na qual investiu mais de R$15 bilhões.

Investimento bilionário

Além do investimento bilionário no Brasil, a Paper gasta milhões lutando contra jogadas que tentam impedi-la de assumir a empresa que adquiriu.

Comprou e não levou

Nesse litígio, que já dura sete anos, os irmãos Batista fazem o diabo para não entregar a empresa comprada e paga pela Paper.

Concorrência zero

A Paper não atua no mercado brasileiro de celulose senão por meio da própria Eldorado. Globalmente comercializa outros tipos de celulose.

China comprou

A venda da maior mina de urânio do Brasil (na Amazônia) ao governo da China indignou o Congresso. “Ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Compromisso? Conluio?” pergunta o senador Plínio Valério (PSDB-AM).

Escala 6x1

Viralizou nas redes sociais o movimento “pelo fim da escala 6x1”, mas o meme nada tinha a ver com trabalho. A imagem mostrava R$1 real e US$1. A moeda americana chegou a ser vendida por R$6 ontem (28).

Lorotas ao vento

Voltaram a circular posts petistas já desmoralizados. Caso do senador Randolfe Fernandes (AP), que listou as promessas de Lula em abril de 2023: “Dólar abaixo de R$5, Inflação em queda, Juros futuros em queda.”

Pombo petista

Do senador Rogério Marinho (PL-RN) ao podcast Diário do Poder: “Falar de economia com o PT é como jogar xadrez com pombo, ele bagunça tudo, faz ‘caca’, deixa lá para alguém arrumar e sai dizendo que ganhou”.

Post premonitório

Reapareceu post de Flavio Dino, de outubro de 2021, atacando a “turma de incompetentes”, prevendo alta do dólar e dos preços: “Além de não gostar de trabalhar, o sujeito não sabe trabalhar”. Não se referia a Lula, mas a Bolsonaro, que deixaria o governo com superávit de R$79 bilhões.

Governador barrado

O casamento do ministro do STF, Flávio Dino, amanhã (30), mobiliza as principais autoridades do Maranhão, mas uma ausência é a mais falada. O governador Carlos Brandão, ex-aliado de Dino, não foi convidado.

Austeridade seletiva

Marcel van Hattem (Novo-RS) cobrou da Casa Civil explicações sobre a reforma na cascata da Granja do Torto. O deputado diz que a obra, em um momento de corte de gastos, levanta questionamentos.

Os nazis vivem

Estudo do Ecoa divulgado esta semana revela que 1 em cada 4 judeus já foi alvo de discriminação e preconceito no local de trabalho. E apenas 15% das empresas possuem políticas de combate ao antissemitismo.

Pensando bem…

...“nunca na história desse (sic) País” o dólar chegou a R$ 6!

 

PODER SEM PUDOR

Emprego estável

Eram os anos 1960 e Teotônio Vilela fazia campanha para senador, cada vez mais distante da Usina Boa Sorte. O filho José Aprígio, 17 anos, já muito responsável, cobrava sua presença. Mostrou-se tão preocupado que o pai o emancipou e confiou a ele a gestão da usina. O rapaz iniciou cortando gastos e logo recolheu os talões de cheque do pai. Teotônio era generoso, dava até o que não tinha, inclusive dinheiro, e talões de cheque eram um perigo. Mas o senador só reagiu quando Aprígio mexeu no amigo: “Terei de dispensar o Zé do Cavaquinho”, referindo-se ao grande companheiro de boemia, poeta e cantador. Teotônio subiu nas tamancas: “Nesse aí ninguém toca!” Zé Aprígio insistiu: “Ele nunca deu um dia de serviço!” Teotônio liquidou o assunto: “Ele cuida da minha alma!” Enquanto viveu, Zé do Cavaquinho foi funcionário da usina.

 

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CLÁUDIO HUMBERTO

"Nosso abraço, irmão Lula!"

Nicolás Maduro, ditador e fraudador de eleições na Venezuela, saudando o velho amigo

11/12/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Lula e Dilma condecoraram ditadores e corruptos

A condecoração de Lula (PT) ao tirano deposto da Síria e a recepção de chefe de Estado ao ditador Nicolas Maduro durante mera visita de trabalho não foram casos isolados de bajulação a figuras abomináveis. A Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, mais alta condecoração brasileira, foi usada por Lula para homenagear também o francês Nicolás Sarkozy, que acabaria preso por corrupção, assim como Dilma Rousseff o fez em 2015 a Cristina Kirchner, argentina também sentenciada por ladroagem.

Até o ‘carniceiro’

A condecoração a Bashar Al-Assad, o “carniceiro de Damasco”, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, cobriu a diplomacia de vergonha.

Agressor premiado

O ex-presidente argentino Alberto Fernández, indiciado por agredir a ex-mulher, suspeito de corrupção, também foi condecorado por Lula.

Honraria a Fujimori

O tucano FHC também fez a presepada de conceder a Ordem do Cruzeiro do Sul ao peruano Alberto Fujimori, que cumpriu longa pena.

Anulações difíceis

O Senado anularia em 2002 a comenda de Fujimori, mas a honraria ao “carniceiro”, proposta por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), não anda.

PT não quer nem saber de Alckmin assumir o cargo

A cirurgia de Lula no cérebro confrontou o PT com seu maior fantasma: a posse do vice Geraldo Alckmin. Já aconteceu antes em sua trajetória, quando vice de Mário Covas, falecido no cargo. Os petistas até toleram, mas não confiam em Alckmin. Ontem cedo, com aval de Janja, “ministros da casa” plantaram que Lula não se afastaria do cargo. Ele está na UTI, incapacitado de tomar decisões, mas o vice foi impedido de exercer seu papel constitucional. Alckmin não reclama. Coisa de quem sabe esperar. 

Vice de fato

Ao vice são confiados só fatos irrelevantes, como ontem, no Rio, com o premiê eslovaco. A “vice” Janja representa Lula em eventos midiáticos.

Ela se impõe

Janja se impôs para representar relutante marido na visita à tragédia gaúcha, em setembro de 2023, e na abertura das Olimpíadas de Paris.

Virou piada

A “vingança” ficou por conta dos criadores de memes, das montagens mostrando o vice “atleta” alongando ou posando com faixa presidencial.

Osmar tinha razão

Há 47 dias, ao Diário do Poder, o deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS) alertou para risco de piora no quadro de saúde de Lula em razão da queda no banheiro. Não deu outra.

Foi chocante

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco saíram impactados da reunião em que Lula começou a apresentar sintomas da hemorragia cerebral que o levou à cirurgia. Meio devagar, o presidente chegou a dormir durante a reunião.

Não faz tempo

A expectativa é que o Comitê de Política Monetária aumente a nova taxa Selic de 0,75% a 1 ponto percentual. A última vez que houve aumento da taxa em mais de 0,75 ponto foi em maio do ano eleitoral de 2022.

Veja bem

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, deveria começar dando o exemplo e obrigando o uso de câmeras corporais pelos policiais que fazem a segurança dos ministros do STF.

Salgou o churrasco

Coitado de quem espera pela promessa de “churrasco e cervejinha”: o preço do grupo “alimentação e bebidas” foi o que mais subiu em novembro, diz o IBGE. Só o preço das carnes subiu mais de 8%.

Malddad desagradou

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) conseguiu o improvável com o corte de gastos fake: uniu direita e esquerda para descer a borduna na proposta. Esta semana, a turma do PSB apresenta projeto alternativo.

Empréstimo é dívida

O Senado autorizou três Estados a captarem empréstimos no exterior. Bahia, governada pelo PT, fará dois com o BID e o Fida; Ceará (PT) vai pegar dinheiro do Bird; e Paraíba, governada pelo PSB, com o Banco dos Brics. No total serão mais de US$705 milhões.

Baixa motivação

Foi cancelado debate na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara ontem (10) sobre o impacto das apostas on-line no endividamento da população e na política de juros. Não há nova data para a discussão.

Pensando bem...

...com a “tabelinha” Lula-STF, quem precisa de Congresso legislando?

PODER SEM PUDOR

Um baiano nos pampas

Reza o folclore político que o gaúcho Getúlio Vargas arrumou encrenca com o general Flores da Cunha, em 1937, ao nomear o general Daltro Filho, soteropolitano, interventor no Rio Grande do Sul. “Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado!” Getúlio reagiu com naturalidade: “Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?”

ARTIGOS

O mundo caótico das narrativas

10/12/2024 07h45

Arquivo

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Desde quando o mundo foi o mundo das realidades e da verdade em si? Tudo que nos chegou foi pelo processo de histórias mal engendradas, mal registradas e mal contadas. Toda a história da humanidade viajou no tempo por intermédio de narrativas, por intermédio de enunciadores que não a viveram. São elas que formaram o cerne de todas as entranhas culturais existentes no mundo. Toda nossa vida foi-nos traduzida pelos que nos precederam (lembranças são memórias atualizadas, nunca fiéis aos acontecimentos). Tudo o que deles sabemos, também o foi. Tenho insistido na tese de que a verdade, enquanto categórico universal, não nos seja acessível. 

Fatos são fenômenos irrecuperáveis na linha do espaço-tempo. Mesmo com o advento das novas mídias, “vê-se” o registro, mas não se pode recuperar a “realidade”, a “verdade” tal como se deu. Isso porque nossa capacidade de percepção do mundo é ínfima, parcial, individual: o que eu percebi, o que eu vi e o que eu inferi está absolutamente lincado a minha (in)capacidade de captar, deduzir, interpretar e enunciar o fato em si. O que vejo, creio, percebo, está contido no campo de minha potencialidade de perceber, interpretar e enunciar.

Vivemos, mesmo, mergulhados em um mundo caótico de narrativas. De enunciados e de enunciadores, a respeito da “verdade dos fatos” (inapreensíveis em si) vamos construindo narrativas possíveis dentro dos parâmetros que podemos ter. Nossas enunciações deixam nossas assinaturas, marcas e rastros de opinião, reescrevendo, diuturnamente, a história contada do nosso e único jeito de compreendê-la e transmiti-la. 

Tudo se apresenta como meras traduções. Metabolizamos o que capturamos de fora, por intermédio da filtragem do que temos por dentro. E nesse processo de captação e representação da realidade, a carregamos com pinceladas de uma cosmovisão personalíssima que constitui nossa lente de olhar o mundo. Tal como o observado vê o observador, o mundo traduzido, por recorrência de quem o captou, apresenta-se particularíssimo diante de nós.

Depois de Einstein e da física quântica, legaram um antecartesiano novo paradigma do encontro, no qual ambos (observador e observado) se auto modificam, todas as narrativas a respeito de tudo são possíveis.

Com isso, somos os que observam e os observados. Influímos e somos influenciados, modificamos o que captamos como realidade e verdade em si e as enunciamos conforme a capacidade que temos de interpretá-las e passá-las adiante. 

Somando-se ao conceito anterior, com relação à captação do mundo, a Semiótica (ciência dos signos, estudo de como lidamos com as representações) determinou que a apreensão da “realidade” se dá por intermédio de traduções sígnicas. O mundo que habitamos (e tudo que há nele) é único e individual. Vivemos a realidade que, potencialmente, podemos viver – “somos quem podemos ser” – por meio das significações que somos capazes de dar, seja com relação aos acontecimentos (aos fatos), às pessoas, à realidade, à “verdade”, à vida em si. 

Enunciadores-narradores de fatos e verdades – com nossos parcos recursos de captação, interpretação e compreensão – é o que somos. Tudo arrolado em um imenso caldeirão, no qual razão e emoção nos constituem enquanto humanos pensantes e sencientes. Somos, sim, complexidades (ainda ignorantes e narcísicas), as quais atribuímos uma capacidade que não temos. Tudo é e não é; existe e não existe, dependendo do filtro que temos e usamos. É a esse mundo de “enunciações”, “paradigmas”, “concepções” e “narrativas” que estamos todos subjugados e afetados.

Dotados da arrogante prerrogativa anacrônica de que somos capazes do que não temos condição de ser, ou seja, compreender o outro e o mundo que nos asfixia por si mesmo, tal como é, tal como somos, intérpretes do que nos chega – oriundo da esfera das significações – filtrado, de antemão, por nosso próprio lastro interpretativo. Reconhecer e conseguir vivenciar esse mundo de narrativas, talvez, seja a habilidade que precisamos reconhecer como de nossa natureza, para esse momento caótico de estar no mundo, que de toda forma é só nosso, visto que o real não existe.

A concepção que temos a respeito de tudo sempre será pessoal e intransferível. Enfim, tudo o que podemos acessar se dará, unicamente, por intermédio de traduções e de narrativas nossas e dos demais. A torre de babel não seria, assim, apenas um mito, talvez seja uma explicação.

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