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GIBA UM

"Não temos como dizer qual vai ser a solução e, às vezes, não fazer nada talvez possa ser pior"

de ROBERTO CAMPOS NETO // presidente do Banco Central , falando os juros rotativos do cartão de crédito.

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"Não temos como dizer qual vai ser a solução e, às vezes, não fazer nada talvez possa ser pior do que tentar achar uma solução organizada", de ROBERTO CAMPOS NETO // presidente do Banco Central , falando os juros rotativos do cartão de crédito.

A Receita Federal deflagrou ope- 3 ração para desbaratar suposto esquema criminoso em postos de combustíveis em pedidos de ressarcimento de PIS e COFINS, que poderia ter movimentado R$ 3 bilhões em vários estados.

Mais: o esquema é gigantesco: os pedidos de ressarcimento foram apresentados por 1.176 empresas do setor de combustíveis. Mais: a Receita negou cinco mil pedidos de ressarcimento que alcançavam cerca de R$ 1 bilhão.

IN: Suco de maçã

OUT: Suco de goiaba

STF vs. TST

As sucessivas inflexões do STF sobre matérias da Justiça Trabalhistas tem sido objeto de discussões entre a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo e o Ministro Lelio Bentes, presidente do TST. A partir de setembro, o assunto vai cair no colo de Luís Roberto Barroso.

Alguns juristas interpretam essa 'invasão' do STF em matérias da Justiça do Trabalho como uma consequência da Reforma Trabalhista do governo Temer, que trouxe a reboque questionamento à constitucionalidade de algumas novas normas da CLT. O argumento não encontra eco entre os magistrados do TST.

DERROTA PREVISTA

Depois de muita discussão na reunião do Cidadania, o presidente do partido Roberto Freire (um grupo vem tentando derrubá-lo da posição) retuitou postagem que prevê derrota na Câmara no retorno do imposto sindical pretendido pelo governo petista (foi extinto no governo de Michel Temer em meio à reforma trabalhista). Mais: a pretendida volta do imposto sindical revoltou o presidente do Novo. "O PT é uma geleia de anacronismos e falta de vergonha na cara", falou Eduardo Ribeiro.

Injetáveis

A Cimed quer entrar no mercado de medicamentos injetáveis. O laboratório farmacêutico já iniciou tratativas com a Anvisa. É um negócio que tem crescido 15% no Brasil e cada ano no ano passado a venda de remédios como um todo teve no país uma queda de receita de 3%. O avanço dos injetáveis se deve, principalmente, a doenças crônicas. A produção deverá ficar a cargo da mais nova fábrica da Cimed em Porto Alegre, onde a companhia investiu R$ 300 milhões. Neste ano, a Cimed deverá atingir a faixa de R$ 3 bilhões de faturamento pela primeira vez em sua história.

ÍNDIO DE FARDÃO

Com a morte de José Murilo de Carvalho, grande historiador nacional, já começam a se apresentar candidatos à sua vaga na Academia Brasileira de Letras. Além da também historiadora Mary del Priore, desta vez tudo indica que dois autores indígenas concorrerão. De um lado, Daniel Mundukuru, que já avisou sua intenção de se candidatar outra vez; de outro, o novo candidato Ailton Krenak. Entre os mais bem humorados imortais, a ideia de ter um indígena de fardão, com pintura no rosto (e até cocar) chega a ser inspiradora.

Vice de saias

Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo PT em sua campanha à prefeitura de São Paulo procura um vice que não seja radical ou setorizado em áreas específicas. Segundo aliados mais próximos, o próprio Boulos confessa que queria um vice no estilo de Geraldo Alckmin que trabalha pelo governo enquanto Lula viaja, é discreto, tem entrada em vários blocos, é respeitado pela indústria e é fidelíssimo, só para começo de conversa. E aí surpresa um dos nomes cotados é o de Ana Estela Haddad, mulher do ministro da Fazenda Fernando Haddad (ela vem resistindo).

Festa de 100 anos

Na semana passada um dos mais tradicionais hotéis do Brasil comemorou 100 anos de existência: o Copacabana Palace. O hotel já foi eleito algumas vezes como o melhor da América do Sul e em 2018, o grupo LVMH o comprou-o e outros hotéis da rede Belmond, em transação de cerca de R$ 12 bilhões.

Para a comemoração uma festa para lá de especial: a cenografia e projeções gráficas foram assinadas por Giovanni Bianco. O jantar foi comandado pelo italiano Nello Cassese, chef executivo do hotel com um serviço à francesa. No menu: carpaccio de camarões, risoto boêmio, filé-mignon a wellington e as sobremesas ficaram por conta do porto-riquenho Antonio Bachour, eleito duas vezes com o título de melhor chef confeiteiro do mundo, tudo servido em louças criadas para ocasião de Tânia Bulhões.

E não existe festa sem música, o som ficou por conta de Gilberto Gil e Jorge Ben Jor. Entre tantos convidados estavam, da esquerda para à direita, a jornalista Mariana Gross, a modelo e cantora Barbara Fialho, as atrizes, Tais Araújo, Camila Queiroz, Fernanda Rodrigues e Flávia Alessandra.

Militares golpistas

O ministro da Defesa, José Múcio, pediu à Polícia Federal acesso a nomes de integrantes da caserna que se encontraram com o hacker, agora condenado a 20 anos de prisão, Walter Delgatti Neto, supostamente para estabelecer estratégias contra as urnas eletrônicas. Trata-se de um sinal de que as Forças Armadas pretendem punir golpistas em seus quadros.

Em paralelo, o Exército faz acenos internos para não desagradar os quartéis. A punição a militares que participaram de tramas golpistas foi discutida, nesses dias, numa reunião entre Lula, José Múcio e os comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo Damasceno (Aeronáutica), no Alvorada.

O esforço de Múcio em localizar outros militares que conversaram com o hacker Walter Delgatti Neto em reuniões com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, começa a provar que é falso dizer que militares de alta patente não se engajaram no movimento golpista. Na reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, havia cinco generais a seu lado. E na noite de 8 de janeiro, o comandante do Exército, general Júlio César Arruda, usou tanques para impedir a prisão dos criminosos. Muitos estão meios sumidos nos últimos tempos.

Educação militar

Para quem sonha com uma vida de princesa, saiba que na Espanha não é nada fácil. A herdeira do trono espanhol para assumir o posto precisa passar três anos em treinamento e estudo militar, depois que conclui o ensino secundário. E a princesa de Asturias, Leonor acaba de ingressar na Academia Militar do Exército em Saragoça para sua formação no qual ficará um ano, depois irá para Escola Militar Naval de Marín, a bordo do Navio Escolar Juan Sebastián de Elcano, e para finalizar entrará na Academia Aeronáutica Geral. Quando Leonor se tornar rainha da Espanha um dia, ela se tornará a comandante suprema das forças armadas da Espanha e conhece as exigências e os sacrifícios que a vida militar implica e sabe bem a honra de formar e servir ao lado dos homens e mulheres das Forças Armadas.

Bebidas vs. cigarros

Tributaristas estão apontando a importância de separar o joio do trigo na aplicação do chamado "imposto do pecado", prevista na reforma tributária. É praticamente um consenso que os fabricantes de bebidas não devam pagar o mesmo tributo da indústria tabagista. Ou seja: AmBev e congêneres teriam de ser taxados com uma alíquota inferior à da BAT Brasil (ex-Souza Cruz, subsidiária da British American Tobacco Brasil).

O argumento é que o valor do "imposto do pecado" deve ser proporcional aos malefícios causados por determinado produto. A linha de raciocínio é que a bebida alcóolica faz mal à saúde, mas menos que o cigarro. Outra hipótese é que a definição do impostos poderia levar em consideração as ações adotadas por cada companhia ou setor da indústria para mitigar os efeitos nocivos de seus produtos.

Pedaladas fiscais

O TRF-1 manteve a decisão da Justiça Federal do Distrito Federal, que arquiva ação de improbidade contra Dilma Rousseff pelas pedaladas fiscais. Também escaparam o ex-ministro Guido Mantega (autor intelectual das pedaladas), Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, Arno Augustin, ex-secretário do Tesouro e Luciano Coutinho, ex-BNDES. As pedaladas fiscais, que são o uso de bancos públicos para atrasar repasses da União e maquia resultados fiscais, foi a justificativa para se protocolar pedido de impeachment de Dilma, concretizado em 2016.

Quanto custa

Enquanto se prepara para criar uma faculdade de medicina, o Fleury somou nove aquisições nos últimos dois anos. Recentemente, protagonizou uma das maiores operações de M&A na área de saúde, a fusão com o Hermes Pardini, criando uma empresa com receita anual de R$ 6,5 bilhões. Agora, há pouco espaço para grandes saltos na área de medicina diagnóstica. Já a educação é um eldorado a ser desbravado pelo Fleury, em razão das altas cifras que circulam em torno das universidades de medicina. Hoje, uma mensalidade varia de R$ 7.000 a R$ 12.000 e o preço de cada aluno encostou na casa dos R$ 2 milhões. Por isso, também Sírio-Libanês e Rede D'Or têm enveredado pelo setor da educação.

HOME DEPOT NO BRASIL

A Saint Gobain foi longe na tentativa de encontrar um comprador para a Telhanorte, rede de material de construção controlada pelo grupo que, agora estaria fazendo sondagens junto à norte-americana Home Depot. É um potentado que sacudiria o varejo da construção no Brasil. O grupo norte-americano tem mais de 2.300 lojas, cerca de 300 mil funcionários e um faturamento superior a US$ 150 bilhões. A Saint Gobain está procurando candidatos à Telhanorte há mais de um ano e outras empresas do setor enfrentam o mesmo problema.

MISTURA FINA

O EX-presidente Jair Bolsonaro foi rotulado de "pão duro" por sua mulher, Michelle, como contou Fábio Wajngarten, quando tentou explicar por que a ex-primeira-dama usava cartão de crédito de uma amiga e não tinha seu próprio limite de crédito em banco. Não era bem assim: afinal, o Capitão repassou em 2022 e 2023 um total de R$ 119 mil (em dez transferências) para a conta da mulher. O dado está no relatório sobre movimentação financeira do ex-presidente na CPI de 8 de janeiro.

AGORA, desde que assumiu o PL Mulher, os tempos financeiros mudaram para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, suposta candidata ao Senado em 2026 pelo Distrito Federal. Valdemar Costa Neto, dono do partido, que lhe paga mensalmente pouco mais de R$ 41 mil para que ela trabalhe a favor da legenda nacionalmente, abriu conta em banco em Brasília , com direito a cheque especial e cartão de crédito gold com limite de R$ 20 mil. E Valdemar sorri muito com a nova situação de Michelle, com quem teria tido um affair, antes dela conhecer Jair Bolsonaro (conforme sua ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira).

EX-ministra do STJ, Eliana Calmon criticou a formação de maioria no Supremo para permitir magistrados a julgar processo de clientes de parentes. "As próprias mulheres dos ministros são chamadas por grandes escritórios para, muitas vezes, nada fazerem mas apenas figurarem como alguém ligado a um ministro no tribunal superior". Segundo a jurista, "existe uma divisão familiar".

AINDA Eliana Calmon: ela lembra que os ministros recebem salários menores, limitados ao teto constitucional, hoje de R$ 41.650,92, mas exercem seu poder para garantir o emprego de parentes em grandes escritórios de advocacia, "com salários astronômicos". E emenda: "A mulher fica com o poder econômico nos escritórios de advocacia e o marido, com o poder político dentro do Judiciário. Dessa forma, eles ganham muito e tem o poder na mão. É realmente um acasalamento perfeito".

O COMANDO Caça Comunista (CCC), que ficou famoso na década de 60, depois de instaurada a ditadura militar no país, reapareceu com novos integrantes, claro em Minas Gerais, ameaçando grupo de parlamentares mulheres à esquerda do espectro ideológico de morte e estupro coletivo. Os textos endeusavam o coronel Brilhante Ustra e tinha o slogan "Deus, Pátria e Família", muito usado por Jair Bolsonaro. E emendavam: "O homossexualismo é um pecado contra as leis naturais e divinas e o solo mineiro ficará livre de homossexuais queiram vocês ou não". Elas foram se queixar ao ministro Flávio Dino (Justiça).

*Colaboração: Paula Rodrigues

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CLÁUDIO HUMBERTO

"Esse é o caminho da esquerda; da pobreza e da miséria"

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre a inflação dos alimentos que penaliza os mais pobres

26/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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STF obriga Câmara a alterar número de deputados

Ganhando quatro vagas, Santa Catarina é dos Estados beneficiados pelo projeto que altera as bancadas de deputados federais. A Câmara vê com desconfiança o fato de serem catarinenses o autor do proposta, Rafael Pezenti (MDB), e Caroline de Toni (PL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que pautou o texto para esta terça (26). Mas foi o STF que fixou prazo para o Congresso se “adequar” ao último censo, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) legislar de novo.

Time ganhador

Além de Santa Catarina, Pará ganharia 4 vagas, Amazonas 2, enquanto ganhariam uma vaga Ceará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.

Campo minado

O projeto retira duas vagas da bancada da Paraíba e duas da Bahia, de onde sairá o futuro presidente, e uma de Alagoas, de Arthur Lira (PP).

Toque de caixa

Também perdem deputados Estados grandes como o Rio de Janeiro (4), Rio Grande do Sul (2), Piauí (2) e Pernambuco (1).

Rearrumação

O total de 513 deputados continua, mas Estados ganham, outros perdem e outros ficam com as mesma vagas, como os 70 deputados paulistas.

Governo enrola e ‘reduz’ déficit com mais imposto

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) deixou a imprensa amiga saber que sua proposta de corte de gastos públicos será sobretudo em torno dos “gastos tributários” do governo Lula. Ou seja, serão cortadas principalmente as isenções tributárias a algumas empresa ou setores da economia. Na prática, o tal “corte” do ministro já conhecido como “Malddad” será outra forma de o petista cobrar ainda mais impostos.

Olho grande

Os tais “gastos tributários” representam mais de R$150 bilhões segundo estimativas avaliadas no Ministério da Fazenda.

Acredite vendo

Haddad diz, há semanas, que vai revisar benefícios de militares, do Congresso, supersalários e também contas da Previdência.

Prorrogação suspeita

Apesar das manchetes e intenções anunciadas, o plano oficial de cortes de Haddad foi adiado duas vezes e ainda não foi apresentado.

Todos contra o Carrefour

O presidente da Câmara, Arthur Lira, espera retratação do CEO do Carrefour na França, que decidiu não mais comprar carnes do Brasil e do Mercosul. Ou se retrata ou sua empresa sofrerá retaliações.

Franceses mentirosos

Carlos Fávaro (Agricultura) jogou por terra a mentira do Carrefour francês que malandramente resolveu questionar a segurança sanitária da carne brasileira. O ministro lembra que há 40 anos a França compra o produto.

Caso de soberania

Coronel Fernanda (PL-MT) quer que o parlamento discuta medidas comerciais em resposta ao boicote do Carrefour às carnes do Mercosul. A deputada vê que é hora de reafirmar a soberania nacional.

Candidato a mico

O Psol, que ainda tem 13 deputados, vai lançar o Pastor Henrique Vieira (RJ) como candidato a presidente da Câmara contra o favorito, Hugo Motta (Rep-PB). Com sorte, o pastor terá 13 votos.

Ficou na promessa

Zucco (PL-RS) vai acionar a Comissão Externa sobre os Danos Causados pelas Enchentes para o governo explicar suas lorotas durante as enchentes. O governo Lula nem sequer construiu casas prometidas.

Na seca

A Câmara avalia convocar o ministro Waldez Góes (Desenvolvimento Regional): o governo não liberou verba e acabou com a Operação Carro-Pipa, essencial para cerca de 270 mil pessoas somente na Paraíba.

Nada sabe

O neopetista Marcelo Freixo (RJ) até parece um veterano do partido de Lula. Como sempre fazem no PT, ele disse que “não sabia” da existência de funcionários fantasma na Embratur, que presidente. Anrã.

Dois anos depois

Enquanto mortes de indígenas batem recordes sob o governo Lula, como no caso dos ianomami, uma ativista, burocrata das Nações Unidas (ONU) fez comunicado para culpar... o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Pensando bem...

...após tanta enrolação não se discutia corte de gastos no governo.

PODER SEM PUDOR

Brisas não pagam contas

Companheiro de farras históricas do saudoso senador Teotônio Vilela, o compositor e boêmio Zé do Cavaquinho, dono do bar “Trovador Berrante”, em Viçosa (AL), é o autor de uma frase célebre: “Vida é negócio para ser vivido e gozado, nunca filosofado.” Certa vez, ele precisou de um empréstimo no Banco do Brasil. Fez a barba, ajeitou os cabelos, vestiu a melhor roupa, mas esbarrou no gerente desconfiado: “Seu Zé, de que o senhor vive?” O poeta respondeu sem hesitações: “Vivo de olhares e sorrisos...”. O empréstimo foi negado.

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Economia brasileira: dilema do crescimento

Desde 2004, a correlação entre o IBC-Br e o índice de preços de commodities do Banco Mundial tem sido de aproximadamente 66%!

26/11/2024 00h05

MIchel Constantino

MIchel Constantino Divulgação

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador preliminar do PIB, surpreendeu o mercado com um crescimento de 0,80% em setembro em comparação ao mês anterior. 

Vale lembrar que as previsões contidas no Boletim Focus (Instituições Independentes do Mercado Financeiro) de janeiro desse ano previam um crescimento de apenas 1,6% em 2024, mas agora já prevê um valor um pouco superior aos 3,00% acumulados nos últimos 12 meses. 

MIchel Constantino

Mas como isso é possível em um ambiente de instabilidade, com a credibilidade das políticas fiscal e monetária abaladas e dólar e juros futuros em alta? Para muitos, o cenário já deveria apontar para uma recessão. Afinal, por que isso ainda não ocorreu?

Primeiro ponto: o impacto pleno da alta da Selic só deve atingir a economia em 2025. 
Segundo ponto: o potencial de uma crise econômica pode estar sendo postergado graças à forte influência dos preços internacionais das commodities sobre o crescimento de curto prazo no Brasil. 

Desde 2004, a correlação entre o IBC-Br e o índice de preços de commodities do Banco Mundial tem sido de aproximadamente 66%!

Historicamente, crises como a de 2008 (subprime), o período da ex-presidente Dilma e a pandemia foram acompanhadas por quedas nos preços das commodities.

Embora correlação não seja o mesmo que causalidade, como uma pequena economia aberta, o Brasil parece experimentar uma relação direta entre os ciclos das commodities e seu próprio ciclo econômico.

Muitos ainda acreditam que a influência das commodities se limita à balança comercial, mas seu impacto é muito mais amplo.

Em períodos de alta das commodities, a demanda doméstica se fortalece, enquanto em períodos de queda essa demanda se contrai.

Alguns estudos indicam que choques nos preços das commodities afetam o investimento e o consumo de maneira até mais intensa que as exportações. Como resultado, o PIB brasileiro é fortemente influenciado pelos movimentos globais nos preços das commodities: quando eles sobem, o Brasil cresce; quando caem, o país enfrenta crises.

Os surpreendentes números de crescimento de 2024 parecem refletir uma leve recuperação dos preços das commodities após um período de queda no pós-pandemia. 

Isso mantém o Brasil temporariamente distante de uma crise econômica iminente – o que parece ser mais um caso de sorte do que de juízo, especialmente considerando as incertezas a respeito das políticas fiscais e monetárias, pois, sem um esforço sólido de políticas regulatórias e fiscais que estimulem o produto pelo lado da oferta (reduzindo o intervencionismo vigente), todos os ingredientes para uma crise continuam infelizmente presentes. 

A queda no preço das commodities seria, talvez, o último gatilho necessário para que isto ocorra.

Nas próximas colunas vou me dedicar aos fatores macroeconômicos e na relação dívida pública, agronegócio e o crescimento econômico nacional e internacional, uma vez que o gráfico abaixo apresenta uma tendência preocupante, e é necessário trazer mais informações para nosso leitor sobre esse cenário.

MIchel Constantino

Destaco aqui a forte semelhança entre as políticas fiscais dos governos Dilma e Lula, vamos esquecer o teto de gastos, arcabouço fiscal, etc. Tudo o que você precisa saber sobre a política fiscal está resumida nesse gráfico. A correlação é de 94,18% entre as trajetórias fiscais dos dois governos nos seus 20 primeiros meses.

Até a próxima.
 

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