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CLÁUDIO HUMBERTO

O Brasil vive um momento de reformas

O Brasil vive um momento de reformas

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"O Brasil vive um momento de reformas”
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), volta a defender a reforma tributária

STF está a 3 votos de liberar todas as drogas
Na semana em que retomará o julgamento sobre prisão após condenação em segunda instância, com grande possibilidade de um retrocesso vergonhoso, o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou da pauta outro julgamento bem mais importante para os brasileiros: a ameaça de legalização de todas as formas de drogas no Brasil. A apreensão é grande porque a votação está favorável às drogas: 3x0. Bastam mais três votos para drogas e drogados terem maioria no STF.

STF ‘legislador’
Além de novamente legislar sobre matéria da competência do Congresso, o STF pode cometer um erro de custo elevado.

Direito de se drogar
O relator, Gilmar Mendes, acha inconstitucional proibir o porte e uso de quaisquer drogas porque isso conspira “contra o direito de ir e vir”.

Andando, tudo pode
Por analogia, Elisa Matsunaga não seria presa ao transportar o marido esquartejado na mala, tampouco alguém flagrado portando arma ilegal.

Inacreditável
O ministro Edson Fachin acha que deveria ser descriminalizada apenas a maconha, já Luís Roberto Barroso incluiria cocaína nessa lista.

Rússia já multou dona de navio em R$220 milhões
A Delta Tankers, empresa proprietária e operadora do navio que seria responsável pelo derramamento de petróleo próximo à costa brasileira, já se envolveu em outra polêmica que culminou no pagamento de multa de cerca de R$ 220 milhões (US$ 54 milhões). O navio petroleiro Delta Pioneer se chocou contra o cais de ancoragem no porto de Primorsk, próximo a São Petersburgo, na Rússia, causando danos milionários.

Na Justiça
O choque do navio grego no porto russo foi em novembro de 2016. As autoridades russas tiveram de apelar à Justiça para receber a multa.

Empresas culpadas
Corte arbitral russa resolveu o caso em 2017. A tripulação do Delta Pioneer foi julgada culpada por estar acima da velocidade permitida.

‘Pirataria’ russa
As empresas gregas alegaram que as amarras do navio quebraram e disseram à época que o processo na justiça era “pirataria” russa.

Indústria rudimentar
As limitações da indústria brasileira são vexatórias. Um programa arrojado de eletrificação rural do governo de Ratinho Junior, no Paraná, de R$2,1 bilhões, concluído em três anos, e não em um ano e meio, porque a indústria nacional não tem como fornecer 25.000km de cabos.

Fica por isso mesmo
O presidente Jair Bolsonaro pagou o mico de pedir desculpas ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o vídeo das hienas. Mas não cogita se livrar daqueles que o submetem a esses constrangimentos.

Palocci na CPI das Fake News
Há dois requerimentos para que o ex-ministro Antonio Palocci vá depor na CPMI das Fake News. A justificativa é a delação do petista sobre os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que teriam pago R$ 200 mil para reativar um perfil pró-Dilma e pró-PT nas eleições.

Político não relaxa
No 4º andar do Planalto, o deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) ouviu do ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) um protocolar pedido de ajuda. Pra quê! Teve de ouvir: “Se o sr. me ajudar, eu ajudo também...”

Corrupção 10%
O Instituto Não Aceito Corrupção enviou perguntas via Lei de Acesso à Informação a mais de mil municípios acima de 20 mil habitantes sobre gastos e gestão. Responderam só 337, nenhum do Piauí e Rondônia.

Tentam dominar tudo
A Comissão da Câmara discute o Código Brasileiro de Energia Elétrica, nesta terça (5), e “os desafios da comercialização e o mercado livre de energia”. Consumidores não foram convidados. Só quem os explora.

Data especial
A retomada do julgamento do STF sobre a prisão após condenação em segunda instância na próxima quinta (7) será uma data especial para o ex-presidente Lula, que comemorará um ano e sete meses de prisão.

Esforço conjunto
A Confederação Nacional da Indústria recebe os presidentes Rodrigo Maia (Câmara), Davi Alcolumbre (Senado), deputados e senadores nesta terça para discutir formas de incentivar pesquisa e inovação.

Pensando bem...
...após tantas gritarias e pressa, a reforma da Previdência foi aprovada há quase duas semanas e ainda não foi promulgada.

PODER SEM PUDOR

Redondamente limitado
Se denúncias envolvendo parlamentares provocam revolta, a qualificação de boa parte deles tampouco motiva o respeito dos eleitores. Na CPI do Apagão Aéreo, no governo FHC, o coordenador de Prevenção de Acidentes da Infraero explicava que se medem as pistas dos aeroportos com “régua milimetrada” quando foi interrompido pelo relator Marcos Maia (PT-RS), com ar de especialista: “Quadrada ou redonda?” O depoente se espantou, em meio a gargalhadas gerais: “Redonda?!?!”

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Com André Brito e Tiago Vasconcelos

www.diariodopoder.com.br

Colunistas

Clientes sem viagem, empresas sem pagamento

Operadora renomada deixa consumidores sem respostas e aciona alerta no setor

20/03/2025 00h04

Leandro Provenzano

Leandro Provenzano

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O mercado do turismo tem enfrentado batalhas inglórias, que passaram pela pandemia, recuperação judicial da empresa 123 milhas, e agora, um novo player do mercado já informou que não conseguirá honrar com compromissos já assumidos.

A Viagens Promo é uma operadora de turismo brasileira, com foco em vendas B2B – ou seja, monta pacotes de viagens que são comercializados por meio de agências de turismo. Recentemente ela enfrenta uma grave crise financeira, que tem levado a atrasos de pagamentos a fornecedores e parceiros, comprometendo toda a operação.

No início de 2025, a Viagens Promo reconheceu oficialmente sua instabilidade operacional e financeira, informando não dispor de recursos para honrar reservas futuras e iniciando uma força-tarefa de reestruturação. As consequências foram imediatas: companhias aéreas suspenderam serviços por falta de pagamento e voos fretados foram cancelados, deixando centenas de passageiros sem embarcar.

Hotéis parceiros também deixaram de receber pelos hóspedes encaminhados pela operadora, levando alguns a recusarem check-ins de clientes que chegavam com reservas não pagas. Houve casos de viajantes barrados na recepção do hotel e de agentes de viagens tendo que arcar do próprio bolso com diárias para acomodar seus clientes, na esperança de reembolso futuro. 

Diante desse cenário, surge a questão: qual a responsabilidade jurídica de cada parte envolvida – agências, companhias aéreas, hotéis e os próprios consumidores – e que soluções existem para mitigar os danos de uma falência ou inadimplência no setor de turismo?

As empresas do ramo já estão se preparando para o não cumprimento de compromissos assumidos pela Viagens Promo. Hotéis já estão avisando as agências e hóspedes que não receberam pelas reservas e que, caso elas não sejam pagas até a chegada do consumidor, este não conseguirá realizar o check in.

Com isso as agências de turismos e hóspedes estão tentando uma saída para que não haja a perda das viagens, onde, além do gasto com hotel, o consumidor também arca com o transporte, bem como se planeja financeira, pessoal e profissionalmente para que a viagem ocorra dentro de um alinhamento do calendário familiar.

Fato é que nenhum desses entes da cadeia do turismo estão totalmente seguros, muito menos possuem direitos e deveres claros quando o assunto é jurisprudência, uma vez que, infelizmente, ela varia de tribunal para tribunal, onde alguns determinam que a responsabilidade, por exemplo, entre hotel e agência de turismo é solidária, ou seja, ambos podem responder integralmente pelo prejuízo do consumidor, ainda que este tenha sido causado pela Viagens Promo.

Já outros tribunais entendem que cada elo desta cadeia se responsabiliza pelo que recebeu (ou receberia) pelos serviços prestados, por exemplo, a agência de turismo teria sua responsabilidade nos limites de sua comissão, já o hotel responderia no limite do valor que receberia pela reserva.

Fato é que mais uma crise acertou o turismo nacional e prejudicará toda a cadeia. Não se sabe se a Viagens Promo entrará ou não em recuperação judicial (certamente sim), mas com certeza sua crise irá prejudicar centenas (talvez milhares) de empresas menores que ela, que terão que suportar prejuízos tão acima de suas capacidades de pagamento, que inclusive pode levá-las a encerrar suas atividades.

Os consumidores dispõem de um arcabouço legal sólido (CDC) que os ampara – seus direitos a transparência, restituição e indenização, e eles devem exercê-los ativamente, buscando apoio de órgãos competentes quando necessário.

Medidas preventivas, como a contratação de seguros de responsabilidade por agências e operadoras, podem fazer toda diferença em casos extremos, ao passo que medidas corretivas, como a ação regressiva, permitem que o prejuízo seja repassado à parte devida, evitando a injustiça de punir quem agiu de boa-fé para socorrer o cliente.

O caso da Viagens Promo serve de alerta e aprendizado para o mercado de turismo. Mais do que nunca, fica clara a necessidade de planejamento financeiro responsável pelas empresas, transparência na relação com parceiros e clientes, e mecanismos de proteção (contratuais e securitários) para emergências. 

Do ponto de vista jurídico, a mensagem é inequívoca: a cadeia de fornecedores deve funcionar como uma rede de segurança ao consumidor – se um elo falha, os outros precisam suportar aquele viajante, pois assim exige a lei e a confiança do público, claro, que tudo isso dentro do limite da responsabilidade de cada agente. Ao final, reforça-se que responsabilidade e cooperação são pilares essenciais para superar crises no turismo com o mínimo de danos e preservar a credibilidade do setor frente aos viajantes.

Leandro Amaral Provenzano ([email protected])

ARTIGOS

You are now a central banker

19/03/2025 07h45

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Ser um banqueiro central frequentemente implica tomar decisões impopulares para manter a estabilidade econômica. A frase “You are now a central banker”, enviada por Paul Volcker a Alan Greenspan, simboliza essa responsabilidade: conter a inflação e salvaguardar a credibilidade da política monetária, mesmo diante de pressões políticas e reações adversas. Volcker repassou essa frase em um bilhete enviado a Greenspan após a primeira reunião em que este, como presidente do Federal Reserve no fim da década de 1980, decidiu elevar as taxas de juros, marcando um momento crucial de sua gestão.

No Brasil, a condução da política monetária ocorre em um ambiente de forte pressão fiscal. A política de ajustes de gastos adotada até aqui não tem favorecido a estabilização das expectativas de inflação e impõe desafios adicionais ao Banco Central (BC). Desde o anúncio, em novembro de 2024, de medidas de corte de gastos consideradas insuficientes pelo mercado, as projeções fiscais permanecem frágeis. A mediana das previsões de mercado do Relatório Focus indica deficits primários de 0,6% do PIB tanto em 2025 quanto em 2026, enquanto a dívida pública bruta deve atingir algo próximo a 81% e 85% do PIB nesses anos. Pior, mesmo olhando para horizontes mais longos, como 2027 e 2028, o mercado não enxerga equilíbrio do resultado primário.

A deterioração das expectativas de inflação foi significativa: desde o fim de novembro, a mediana das previsões para 2025 saltou de 4,4% para 5,7%, enquanto para 2026 subiu de 3,8% para 4,4%, desviando-se consideravelmente da meta de 3% ao ano, com um limite de tolerância de até 4,5%. E o cenário pode se agravar, já que, em fevereiro, a inflação de 1,31% foi a maior desde 2003. No acumulado em 12 meses, a inflação já está em 5,06%.

A ata da última reunião do Copom preservou o tom firme da administração anterior de Roberto Campos Neto e reconheceu que o hiato do produto está positivo, a inflação resiliente no setor de serviços e o mercado de trabalho ainda apertado. Esse contexto reforça que o último ajuste de juros e a sinalização de um novo aumento, decididos antes da mudança de comando no BC, estavam na direção certa. O mercado já precifica esse aumento de um ponto porcentual na reunião de março, que ocorrerá na semana que vem e deve levar a taxa Selic a 14,25% ao ano.

As decisões do Copom serão analisadas de perto, não apenas porque esse aumento foi definido na gestão anterior, mas principalmente porque o mercado buscará sinais claros sobre a disposição do novo comando em controlar a inflação. Em contextos de teoria dos jogos, um BC com inclinação mais branda em relação à inflação pode adotar estratégias de comunicação e medidas que transmitam uma imagem de maior rigor para preservar sua credibilidade, especialmente se os custos reputacionais de revelar uma postura mais flexível forem elevados.

Assim, as reuniões a partir de maio serão decisivas para sinalizar a posição do BC ao mercado. Se os riscos indicarem um afastamento das expectativas da meta e os indicadores continuarem apontando para uma inflação resiliente, o BC poderá ser forçado a agir não apenas para evitar a erosão do juro real, mas também para intensificar o aperto monetário. Mesmo que os dados sejam conflitantes e haja incerteza no mercado quanto à dinâmica futura, o BC terá que escolher entre reforçar sua credibilidade ou arriscar um cenário no qual a política monetária perde efetividade. Esse último caso implicaria em juros elevados por mais tempo, com custos significativos para a sociedade, até que a confiança fosse restabelecida.

Um auxílio do governo no campo fiscal seria fundamental para reduzir o custo de desinflação da economia brasileira e o impacto de juros mais altos sobre o setor privado. Enquanto isso, Galípolo e sua equipe estarão sob constante escrutínio do mercado para manter a credibilidade da política monetária em um cenário fiscal adverso. Com o cumprimento da meta de inflação sob pressão, a condução da política exigirá decisões difíceis, como Volcker sinalizou a Greenspan.

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