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EDITORIAL

Respeito ao INSS é respeito ao Brasil

Tratar mal o INSS é tratar mal a quem construiu o País nossos pais, nossos avós, nossos vizinhos e, inevitavelmente, nós mesmos no futuro

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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é, talvez, uma das instituições públicas mais maltratadas do País. Ainda que essencial para milhões de brasileiros, especialmente idosos e pessoas com deficiência, ele segue sendo alvo de descaso por parte do poder público, de interesses políticos escusos e até de uma parcela da sociedade que não compreende – ou prefere ignorar – sua importância histórica e social.

A operação recente da Polícia Federal que revelou um esquema criminoso de descontos ilegais em aposentadorias é mais do que um escândalo. É uma tragédia silenciosa e revoltante. Trata-se de um caso em que “lobos maus” se valeram da estrutura do INSS para literalmente roubar das “vovozinhas”, em uma cruel e lamentável analogia ao clássico da literatura infantil. A ousadia da fraude mostra como o sistema está vulnerável e como é urgente protegê-lo, não apenas por questões de segurança, mas por justiça social.

O maltrato ao INSS, no entanto, não vem apenas do submundo do crime. Vem também de uma parte da sociedade que, sentada no conforto do mercado financeiro, defende cortes de aposentadorias, reajustes mínimos e regras cada vez mais rígidas para quem deseja se aposentar. É claro que há um custo e uma conta a ser paga. Mas por que a conta dos aposentados recebe tanto foco, enquanto o serviço da dívida pública – que consome trilhões em juros – permanece relativamente blindado de críticas mais severas?

É inaceitável que um país que envelhece a passos largos trate sua rede de proteção social com tamanho desprezo. O INSS poderia e deveria ser muito mais moderno, ágil e eficiente. A digitalização e a gestão por dados são ferramentas que já estão à disposição, mas que raramente recebem os investimentos e a atenção política necessários. Quando não há modernização, o que sobra é burocracia, lentidão e brechas para fraudes, como as que vimos recentemente.

O resultado de todo esse abandono é direto: o trabalhador que passou a vida contribuindo com impostos, que ajudou o Brasil a crescer, termina seus dias lutando para receber o que é seu por direito. Tratar mal o INSS é, portanto, tratar mal quem construiu o País – nossos pais, nossos avós, nossos vizinhos e, inevitavelmente, nós mesmos no futuro.

A instauração de uma CPI mista no Congresso Nacional para apurar esses descontos ilegais pode, com sorte e pressão da sociedade, ajudar a frear esse tipo de abuso. Mais do que punir os responsáveis, é necessário dar um recado claro: o sistema de seguridade social não está abandonado. Ele será defendido e aprimorado, em respeito a quem depende dele hoje e a quem vai depender dele amanhã.

É hora de devolver ao INSS o respeito que ele merece. E isso passa por respeitar seus usuários, modernizar sua gestão, combater fraudes com firmeza e, acima de tudo, entender que esse instituto não é um peso: é uma conquista civilizatória que precisa ser valorizada, não desmontada.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Não há protocolo que me faça calar"

Primeira-dama Janja, jactando-se do vexame que protagonizou na visita à China

20/05/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Gestão Lula dobra gasto de viagens: R$5 bilhões

O governo Lula (PT) dobrou seus gastos com viagens, nos últimos 45 dias, passando de R$212,1 milhões em abril para R$423,3 milhões até 15 de maio, somando o espantosos R$5,05 bilhões desde a posse, em janeiro de 2023. Os dados são do Portal da Transparência, que voltou a expor os gastos, como manda a lei, após meses de inatividade. Nesses 45 dias, as diárias de assessores governamentais totalizaram R$255,3 milhões e as passagens aéreas custaram quase R$166 milhões.

 

Tem muito mais

A conta não inclui voos de Lula e Janja nos jatos da Força Aérea, nem as viagens do vice Geraldo Alckmin, ministros e outras autoridades.

 

Farras mundo afora

Até agora, em 2025, o pagador de impostos bancou R$61,7 milhões somente em viagens internacionais para funcionários do governo Lula.

 

Gastos desnecessários

Especialistas estranham os gastos porque há anos a tecnologia garante reuniões virtuais e acesso a dados pela internet que dispensam viagens.

 

Nunca antes na História

Nunca o governo federal gastou tanto com viagens quanto nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula: R$4,63 bilhões.

 

Veto eleitoral de Lula trava reforma ministerial

O veto de Lula para que seus ministros não disputem eleições em 2026 praticamente enterrou a arrastada reforma ministerial. Lula quer evitar a debandada de auxiliares em ano de entrega de obras, na esperança de dividendos políticos. Alguns, com Lula há mais tempo, já entraram no governo com a saída arranjada, como Camilo Santana (Educação), Jader Filho (Cidades), André Fufuca (Esporte), Waldez Góes (Integração) e Renan Filho (Transporte). A proibição é para os novatos.

 

Aviso prévio já saiu

A exigência de Lula foi repassada a partidos como MDB, PSD, União Brasil, Progressistas, os dois últimos já vazando da base governista.

 

Fufuca segura Ciro

Lula aposta em Fufuca para imobilizar o PP do opositor Ciro Nogueira. Há sondagens para o ministro disputar o governo maranhense.

 

Emprego garantido

Quem não reclama da imposição é Sidônio Palmeira (Secom). Ainda sem mostrar a que veio, nada deve disputar e tem cadeira garantida.

 

Tabuada

A doação de US$5 milhões da JBS ao comitê de posse de Donald Trump está longe dos US$150 milhões que Joesley disse ter pago a Lula e Dilma em contas no exterior, segundo sua delação à Lava Jato.

 

Tem prazo

Protegida pelo sigilo imposto no governo do maridão, Janja terá de explicar à Justiça Federal a gastança em viagens internacionais. A União também entrou no rolo. Tem 20 dias para explicar.

 

E sobre o roubo, nada?

Fernando Haddad (Fazenda) participa nesta quarta (21) de audiência pública na Câmara para falar sobre isenção do imposto de renda, mas a roubalheira bilionária aos aposentados está na pautada oposição.

 

Terra mãe

Apenas partidos de esquerda perderam assentos no parlamento, em Portugal, nas eleições do fim de semana: Partido Socialista (-20), Bloco de Esquerda (-4) e Partido Comunista Português (-1).

 

Mudança importante

Jair Bolsonaro comemorou o desempenho do Chega, partido de direita, nas eleições de Portugal. “Indica uma mudança significativa no panorama político português”, disse o ex-presidente.

 

Anota para cobrar

A futurologia do Boletim Focus, do BC, prevê dólar a R$5,90 daqui a um ano, em maio de 2026. Em 17 de maio de 2024, o chute do Boletim Focus era que o dólar valeria R$5,05. Fechou ontem a R$5,65.

 

Perdeu, Macêdo

Não anda boa a coisa para o ministro Márcio Macedo (Secretaria-Geral), com vaga prometida na tesouraria do PT, caso perdesse a boquinha. A vaga foi negociada para permanecer com Gleide Andrade.

 

Vaquinha

A ainda deputada Carla Zambelli (PL-SP) diz que não tem condição de pagar as multas impostas a ela, em vias de cassação. Diz a parlamentar que são mais de R$4 milhões, “Não tá fácil, a minha situação".

 

Pensando bem...

...a essa altura, silêncio seria a verdadeira quebra de protocolo.

 

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

O sono do tédio

Eleita prefeita de São Paulo, Luíza Erundina, na época filiada ao PT, foi a uma reunião com o prefeito Jânio Quadros, que logo caiu num sono profundo. A reunião durou duas horas, todos sussurrando para não incomodar Jânio. Sem jeito, Erundina não sabia o que fazer: despedia-se do prefeito? Ia embora? O secretário de Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, cutucou o dorminhoco: “Presidente, já terminamos.” Jânio acordou, já com olhos arregalados, ajeitando-se na cadeira: “Sim? E o que decidiram por mim? Onde assino?”

ARTIGOS

Benefício assistencial: um instrumento de justiça social!

19/05/2025 07h45

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O Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), representa um dos instrumentos mais importantes de combate à pobreza no Brasil.

Destinado a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem não possuir meios de prover sua subsistência, o benefício garante um salário mínimo mensal, sem necessidade de contribuição prévia à Previdência Social.

Em um país marcado por profundas desigualdades sociais, o BPC cumpre papel fundamental na proteção dos mais vulneráveis, funcionando como um amparo financeiro essencial à sobrevivência e à dignidade dessas pessoas. O acesso ao benefício permite, por exemplo, a aquisição de alimentos e medicamentos e o custeio de despesas básicas, aliviando a pressão econômica sobre famílias de baixa renda.

Além de seu impacto direto na vida dos beneficiários, o BPC movimenta a economia local, sobretudo em pequenas cidades e áreas rurais, onde muitas vezes é a principal fonte de renda de uma família. Dessa forma, o benefício não apenas protege indivíduos, mas também contribui para o fortalecimento das redes comunitárias e para a redução das desigualdades regionais.

No entanto, é imprescindível que o Estado mantenha políticas públicas eficazes de acesso ao BPC, com critérios que respeitem a realidade socioeconômica dos requerentes.

A burocracia excessiva e a interpretação restritiva dos requisitos ainda são barreiras enfrentadas por quem mais precisa.

Portanto, o benefício assistencial é mais do que uma ajuda financeira: é uma ferramenta de inclusão, justiça social e garantia de direitos fundamentais. Sua importância para as classes mais pobres não pode ser subestimada, devendo ser valorizada e protegida como parte essencial de um país mais igualitário.

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