“Um dia que vai entrar pra História”
Senador Marcos Rogério (DEM-RO) comemora a aprovação da Reforma da Previdência
Blindagem de corruptos no Rio cria precedente
A decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro de soltar cinco deputados presos há cerca de um ano, sob a acusação de receberem suborno, é um precedente que, na prática, restabelece a imunidade parlamentar e garante a impunidade. Afinal, a tendência será sempre o raciocínio “eu poderei ser você amanhã”. Ao transferir para a Alerj a decisão de soltar políticos corruptos, o STF estendeu essa prerrogativa a todas as assembleias estaduais e à Câmara do Distrito Federal.
Olha o perigo
O advogado Thiago Guimarães explica que o STF decidiu aplicar aos deputados estaduais o que a Constituição preconiza para o Congresso.
Ainda não
As câmaras municipais pelo país não foram contempladas. Ainda. “A decisão do pleno do STF não incluiu vereadores”, explica Guimarães.
Grana na veia
Segundo investigadores, além de cargos, os deputados recebiam entre de R$20 mil e R$100 mil, cada, para votar de acordo com o governo.
Corrupção suprapartidária
Foram soltos André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Marcus Neskau (PTB), Chiquinho da Mangueira (PSC) e Marcos Abrahão (Avante).
Aéreas cobram preços abusivos e sinalizam cartel
Após a falência da empresa aérea Avianca, as concorrentes rasgaram a máscara da exploração. A Azul, por exemplo, cobra R$1.832 por uma viagem de 20 minutos entre Ilhéus, sul da Bahia, e Salvador, enquanto a Latam toma do cliente R$2.018. Só ida. Na mesma Azul, uma viagem São Paulo-Miami, 8 horas de voo, custa R$1.724; na Latam, R$1.733. Azul e Gol cobram igual até nos centavos a passagem Ilhéus-Salvador nesta quarta (23): R$1.832,85. No exterior, preço combinado dá cadeia.
Cartel já foi crime
Na Gol, há uma cultura da arrogância. Além de negar preços idênticos, expostos no próprio site, uma assessora reagiu: “Qual é o problema?”.
Anac faz que não vê
A “agência reguladora” Anac, sempre muito boazinha com as aéreas, lava as mãos: o órgão responsável por investigar cartéis é o CADE.
Lá, estariam em cana
Nas rotas internacionais não há Anac e há concorrência, e crime de cartel dá cadeia. Aí as aéreas brasileiras praticam preços civilizados.
Ninguém teve mais
O presidiário Lula teve assegurado o mais amplo direito de defesa de que se tem notícia na História. Somente no caso da condenação por corrução e lavagem, foram mais de 140 recursos. Sem contar que suas demandas sempre ganham curiosa prioridade na pauta do STF.
Pose de velho
Uma esperança dos cansados de oportunismo político rastaquera, o deputado João Campos (PSB-PE) enfureceu eleitores calçando tênis imaculados e fazendo cara de fedor, em praia que já tinha sido limpa.
Primeiro aqui
O comandante da Marinha, Ilques Barbosa, confirmou informação desta coluna de que um navio clandestino (“dark ship”) provocou o despejo de petróleo que emporcalhou as praias do Nordeste.
Menos, senador
Em discurso contra a reforma da Previdência, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chutou “40 milhões subempregados ou desempregados” no País. As pesquisas apontam 11,8%, mas ele só enxerga 27,3%.
Quem ama não bate
Impressiona a fidelidade pet do senador Humberto Costa (PE) ao ex-presidente condenado por corrupção. Quando disputou pelo PT a prefeitura do Recife contra o candidato de Eduardo Campos, em 2012, Lula se recusou a pedir votos para ele na TV e até a posar para fotos.
Rindo à toa
Outro lulista devotado tratado com desdém pelo ídolo, o ministro aposentado Sepúlveda Pertence e o colega Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, deram juntos muitas risadas na primeira sessão do STF que examina a prisão em segunda instância. Têm seus motivos.
Profissional na mira
Encarregado de negócios na embaixada do Brasil em Washington, o diplomata Nestor Foster poderá ser efetivado no posto. Definitivamente é um diplomata cuja experiência não se limita a fritar hamburger.
Uma goiana no CNJ
Pela primeira vez, uma mulher goiana integrará o Conselho Nacional de Justiça. A procuradora Ivana Farina, do Ministério Público de Goiás, tomou posse no CNJ na tarde desta terça-feira (22).
Pensando bem...
...o reexame da prisão em segunda instância pelo STF parece caso de “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”.

PODER SEM PUDOR
Memória curta
Foi uma surra memorável. Candidato a vice-governador na chapa de Virgílio Távora em 1958, o ex-prefeito de Fortaleza Acrísio Moreira da Rocha não tinha o direito de esquecer aquela sova cívica. Mas esqueceu. Anos depois, numa entrevista, ele garantiu que jamais havia sido derrotado nas urnas. “E a eleição de 58?” – insistiu o repórter inconveniente. Acrísio não perdeu a pose: “Como é que eu poderia ganhar levando nas costas um piano pesado como Virgílio? Nem se fosse guindaste...”
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Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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