"Não existia briga pra ele, só tinha amizade”, assim o marido de uma prima de Timóteo Pontes Roman, 62 anos, descreve o aposentado, encontrado morto hoje dentro de um poço, nos fundos se suas residência, na Vila Planalto. Timóteo é a sétima vítima do serial killer Cléber de Souza Carvalho, preso na última quinta-feira, em Campo Grande.
Corpo da vítima foi encontrado neste sábado (16), após vizinhos sentirem um cheiro ruim e acionarem a polícia. Ele foi assassinado no dia 2 de maio pelo pedreiro, que tinha contratado para fazer reparos na calçada de sua casa.
O aposentado morava sozinho, mas era conhecido por várias pessoas do bairro. Sua rotina, de sempre sair para pegar ônibus e cumprimentar a todos, foi uma das coisas que levaram os vizinhos a notarem o desaparecimento. O assassinato, no entanto, pegou a todos de surpresa.
“Todo mundo adorava ele, só tinha alegria, quem conviveu e mora por aqui sabe a alegria dele”, disse Benedito da Silva, 50 anos, que é casado com uma prima da vítima e chegou a morar com ele por cinco anos.
Cléber, que também morou no bairro por vários anos, confessou o crime. Ele disse que matou o aposentado com duas pauladas na cabeça e que o objetivo era se apropriar do imóvel do homem, que morava sozinho.
“Como tem capacidade de fazer uma coisa dessa? Ele não era rico. Eu falei pra ele arrumar a casa e ele não queria porque tinha medo de ladrão, aí foi acabar morrendo assim”, disse o familiar.
Ainda conforme o parente, antes da pandemia, o aposentado se reuniu com a família para comemorar o aniversário de uma cunhada e costumava ser presente e participativo nas reuniões familiares. O sentimento que fica é o de tristeza, mas Benedito garante que não deseja o mal do assassino.
“A gente só quer que Deus tome conta dele e da família dele, porque a gente não tem coragem de fazer nada. Jamais vou querer fazer mal pra ele, nem penso nisso, só Deus pode nos abençoar. Se é dinheiro, pegava o dinheiro e largava ele vivo, amarrava, ele dava um jeito de gritar, dinheiro não é problema, Deus dava o dobro. Agora matar, é triste”, lamentou.
Conforme o delegado Carlos Delano, da Delegacia de Homicídios, a morte ocorreu no dia 2 de maio, um domingo de manhã. A versão do assassino, de que matou a vítima com duas pauladas na cabeça, confere com os ferimentos encontrados em análise preliminar.
“Certamente o fato de ser sozinho, não morar com ninguém, pesou na decisão dele de praticar o crime. Ele havia combinado de consertar a calçada, tapar buracos, tem carga de pedra que ele pediu e no dia que veio executar o serviço, executou na verdade a infeliz vítima”, disse o delegado.
O assassino em série foi preso na madrugada de quinta-feira (15) e confessou, até este sábado, sete homicídios. Todas as vítimas eram homens e tiveram os corpos ocultados,