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SUPOSTA CHANTAGEM

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Deputados de MS, inclusive bolsonaristas, rebatem acusação de General Heleno

"Não tem chantagem, o que tem é negociação", disse Luiz Ovando (PSL)

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Tanto deputados federais sul-matogrossenses que apoiam o Governo federal como da oposição rebatem as afirmações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, de que o Congresso “chantageia” o Governo na definição sobre a votação dos vetos ao Orçamento da União deste ano. Para os parlamentares, o que há é um processo de negociação.  

A critica do militar se refere à insatisfação  com um acordo entre parlamentares e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, sobre o controle da execução de emendas parlamentares ao orçamento, que tem adiado a votação dos vetos ao Orçamento. A matéria deveria ter sido apreciada semana passada, porém a votação foi adiada para depois do Carnaval por falta de acordo.

Só que na última terça-feira vazou um áudio do Ministro Heleno, no qual ela afirma: “Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”. A afirmação foi feita aos ministros Paulo Guedes, Economia, e Luiz Eduardo Ramos, de Governo.

O deputado federal da oposição Vander Loubet (PT/MS) disse que “Acho estranho uma declaração como essa, o governo não tem preocupação em fazer base no Congresso Nacional. O governo, com mais integrantes das Forçar Armadas esta mais preocupado em intimidar o Congresso Nacional, só que esse não é melhor caminho”.

O deputado Dagoberto Nogueira (PDT/MS) foi mais enfático, ressaltando que “Vindo de quem veio, só poderíamos esperar isso mesmo. Infelizmente o Brasil esta nas mãos deste povo (militares). Pobre do Brasil. É um bando de aloprados”.

GOVERNISTA

Até deputado da base do governo rebateu a afirmação do ministro. Para o deputado Dr Luiz Ovando (PSL/MS) “o General Heleno não pode ser precipitado. Se ele falou para não ceder a chantagem, não tem a nenhuma chantagem, o que tem é negociação. A gente negocia e resolve aquilo que é possível. Tem de ter habilidade, ter sabedoria,  hora de ceder,  hora de avançar, de negociar. Não vejo nenhuma dificuldade, não vejo qualquer problema que possa estar existindo aí. A questão da manifestação de rua, manifestação da população é legítima é natural, a população que o elegeu tem direito de se manifestar”. O parlamentar se refere a outra afirmação do ministro Heleno que pede para o presidente convocar a população a sair às ruas ara pressionar o Congresso Nacional.  

Opinião semelhante tem outros integrantes da bancada do Estado no Congresso Nacional.

O deputado Fábio Trad (PSD/MS) discordou da afirmação do ministro, enfatizando que “não vejo nenhuma chantagem do Congresso, houve votação legítima (referindo-se a votação do Orçamento com as regras que o presidente vetou) , tem toda legitimidade  para pleitear aquilo que reputa justa em nome de suas atribuições. Uma declaração absolutamente infeliz confirma aquilo que venho dizendo: se o governo tem interesse em aprovar reformas deve fazer o dever de casa e evitar crises políticas com o legislativo”.

Para a deputada federal Rose Modesto (PSDB/MS), “o que existe é um processo de negociação de votação de vetos ao Orçamento no qual pretendemos garantir que o máximo de recursos chegue até a população. Não existe chantagem, existe negociação”.

O seu colega de partido, o deputado Beto Pereira (PSDB/MS) afirmou que “desconheço qualquer tipo de chantagem. Aqueles que não encampam a defesa da democracia ignoram o valor do diálogo, o sistema de freios e contrapesos e a independência entre os poderes.  Rechaço a tentativa de interferência de um poder da República no outro seja lá qual for o poder que queira subjugar.”

Até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), rebateu a fala do general. “Acho que é uma frase infeliz do ministro. Geralmente, na vida, quando vamos ficando mais velhos, vamos ganhando equilíbrio e experiência e paciência. O ministro, pelo jeito, está ficando mais velho e está falando como um jovem, um estudante no auge da sua juventude. Uma pena que um ministro com tantos títulos tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia, contra o parlamento, muito triste”, afirmou Maia.

RONNIE-LESSA

Justiça nega novo pedido para transferência de Ronnie Lessa ao RJ

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande

12/04/2024 15h00

Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Foto: Reprodução

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A Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da defesa de Ronnie Lessa para que ele deixasse a Penitenciária Federal de Campo Grande e fosse transferido para um presídio da PM no Rio de Janeiro.

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande. A informação foi confirmada ao UOL pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


Defesa é procurada. O UOL tenta contatar o novo advogado de Ronnie Lessa, que assumiu o caso desde que ele assinou acordo de delação e foi abandonado pela defesa anterior. O espaço segue aberto para manifestação.

PRESO EM CAMPO GRANDE DESDE 2020

Ronnie Lessa está preso em Campo Grande desde 2020. O ex-policial foi transferido para o Mato Grosso do Sul após ficar 1 ano e 8 meses no presídio de Porto Velho.

Delação feita pelo ex-PM à PF colocou os Chiquinho e Domingos Brazão na prisão. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso em 24 de março e levado para a Papuda.

Lessa disse que os irmãos garantiram lotes em uma zona de tráfico e milícia como pagamento pelo crime. Na ocasião, ele também citou Chiquinho como mentor do assassinato.

Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente". "Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia". Já Chiquinho disse que foi "surpreendido" com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

A investigação do caso já foi comandada por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).

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Depoimento

Esposa e melhor amigo relembram últimos momentos com entregador atropelado por Porsche

Família busca por justiça após trágico acidente que matou Hudson Ferreira de 39 anos; o autor, um empresário de Campo Grande fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia somente depois de 15 dias

11/04/2024 18h33

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302. Divulgação/Correio do Estado/Gerson Oliveira

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No desdobramento do trágico incidente que culminou na morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, na noite de 22 de março, esposa e amigo próximo compartilham os últimos instantes vividos com a vítima.

O fatídico acidente ocorreu na Rua Antônio Maria Coelho, quando Hudson foi brutalmente atingido por um Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário, Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que em seguida fugiu do local. Hudson veio a falecer dois dias após o incidente, na Santa Casa da Capital, devido à gravidade de seus ferimentos.

Segundo relatos, Hudson enviou um áudio desesperador à esposa, Kelly Ferreira, pedindo-lhe que fosse até o local do acidente.

"Vem aqui. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou", disse ele.

Kelly, ao responder ao chamado, assegurou que estava a caminho para socorrê-lo e comunicou que outra pessoa também estava se dirigindo ao local para prestar auxílio.

Em seu depoimento, Kelly Ferreira, de 39 anos, atendente no Restaurante Kobe, situado na Artur Jorge, relatou que Hudson, seu esposo, também trabalhava no mesmo estabelecimento, como entregador. Ela descreveu o momento em que recebeu a ligação de Hudson, por volta das 20h08min, informando sobre o acidente e a localização.

"Já estava presente no local uma Unidade do Corpo de Bombeiros prestando o atendimento a Hudson, que apresentava ferimento (fratura e esmagamento) da perna e pé direito", detalhou Kelly em seu depoimento à DEPAC/CEPOL.

Por sua vez, Marcos Ewerton Paulo de Campos, de 35 anos, também entregador e amigo de infância de Hudson, reiterou a proximidade entre eles, inclusive no ambiente profissional, onde ambos trabalhavam como motoentregadores.

Ele descreveu o momento em que encontrou a vítima caída na rua, com graves ferimentos, e ficou ao seu lado tentando acalmá-lo até o encaminhamento de Hudson para o hospital.

“Ele estava assustado com o ferimento e contou que o motorista fugiu do local em alta velocidade. Fiquei com ele e falei pra olhar pra cima, para não ficar olhando a perna. O Corpo de Bombeiros chegou e eu me ofereci para levar a moto dele para casa”, relembra o amigo de Hudson.

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conforme solicitação da família da vítima.

Enquanto Arthur Torres Rodrigues Navarro se apresentou à polícia após duas semanas do ocorrido, a família clama por justiça e questiona a impunidade diante de casos de irresponsabilidade ao volante, que ceifam vidas e deixam marcas irreversiveis nos que ficam.

“Se o motorista tivesse parado, prestado socorro. Esses minutos foram o diferencial entre a vida e a morte do Hudson”, analisa a advogada da família de Hudson, Janice Andrade.


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