Família da estudante Carla Santana Magalhães, 25 anos, assassinada pelo vizinho em junho, pediu que o processo seja colocado sob sigilo para não agredir a memória da jovem.
Processo tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande e a primeira audiência foi marcada para o dia 8 de setembro deste ano.
Conforme a mãe da vítima, a motivação para o pedido de sigilo é “sobretudo em decorrência dos próprios delitivos que sofreu a vítima, tendo por inerência a necessidade da existência dos laudos periciais que acabam por agredir sua memória e imagem”.
Na primeira audiência, serão ouvidas testemunhas de acusação. O interrogatório das testemunhas de defesa e do acusado, Marcos André Vilalba Carvalho, 21 anos, será agendado posteriormente.
Carvalho era vizinho da vítima e confessou o crime. Ele vai responder por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, além de ocultação de cadáver e vilipêndio a cadáver.
Conforme consta no processo, audiência será realizada em sala virtual, devido à pandemia do coronavírus.
O caso
Vítima foi sequestrada na frente de casa no dia 30 de junho deste ano e encontrada morta três dias depois, em frente a uma mercearia, a 40 metros da residência onde morava, no Tiradentes.
No dia 13 de julho, Carvalho foi preso e confessou o crime, mas alegou que teve um apagão de memória e não se lembrava de detalhes.
Em depoimento à Polícia Civil no dia, ele disse que estava bebendo e viu a vítima passando pela rua, sendo a próxima coisa que se lembra é de acordar, no dia seguinte, com a estudante no chão do quarto dele, já morte com vários cortes no pescoço.
Conforme a denúncia, crime foi cometido porque o acusado cumprimentou a vítima com um bom dia e ela não respondeu.
No dia 30 de junho, ele abordou a vítima com um golpe conhecido como mata-leão e ela desmaiou, sendo então levada para a edícula onde ele morava.
Na casa, o acusado matou Carla por esgorjamento e vários golpes de faca, além de vilipendiar o cadáver, praticando sexo com a vítima já morta.
Na sequência, ele colocou o corpo embaixo da cama, onde o deixou até o dia 3 de julho, quando o carregou até a frente da mercearia.
O acusado está preso.