Polícia

SERIAL KILLER

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Homem que já confessou sete assassinatos pode ter matado mais, diz delegado

Durante a semana, Polícia Civil vai cruzar dados em busca de novas vítimas

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O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios, Carlos Delano, informou que investiga a participação do pedreiro Cléber de Souza Carvalho em mais assassinatos. Por enquanto, Cléber já confessou a participação em sete crimes e deve ser indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver em todos eles. O pedreiro agia com frieza contra suas vítimas, e escolhia perfis semelhantes para atacar, característica que contribui para enquadrá-lo nos conceitos de psicopatia e de assassinatos em série.

Se acusado, julgado e condenado por esses sete delitos, o pedreiro estará sujeito a uma pena que pode chegar a 240 anos de prisão. “Acreditamos sim, que ele pode ter sido autor de mais crimes”, afirmou o delegado.  

Delano, responsável pela investigação dos assassinatos em série, fará um cruzamento nos dados da Polícia Civil de pessoas desaparecidas que se encaixam no perfil das vítimas escolhidas pelo pedreiro. O delegado, porém, faz uma ressalva: “Em alguns casos, a vítima que ele escolheu não tinha ninguém próximo para ir à delegacia fazer o boletim de ocorrência de desaparecimento. Então, pode ter novos casos sem nenhuma ocorrência de desaparecimento”, explica.  

Cléber é apontado, por enquanto, como o autor dos assassinatos de José Leonel ferreira dos Santos, 61 anos, assassinado no dia 2 de maio; José de Jesus de Souza, 45; um homem identificado como Geraldo, 48 anos; outro identificado como Taíra, 74 anos; Flávio Pereira, 34 anos; Claudionor Longo Xavier, 48 anos; e Timóteo Pontes Roman, 62 anos.

CRIMINOLOGIA

Conforme a criminologia, os assassinos em série são pessoas que matam uma porção de indivíduos seguindo uma lógica ou sequência em cada um deles. Geralmente as vítimas têm um mesmo tipo ou características semelhantes. No caso de Cléber, a lógica encontrada é que todas as vítimas eram homens, que moravam sozinhos e tinham bens em seus nomes.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Carlos Delano, o perfil das vítimas era o mesmo e o criminoso afirmou que as matou para que pudesse se apossar de seus bens.  

“É o perfil da vítima que evidenciamos que ele vem matando. Normalmente as vítimas tinham relacionamento com ele, nas que a gente identificou ontem e semana passada, eram pessoas com que ele havia ido trabalhar”, disse.

De acordo com a definição de serial killer, existem basicamente dois tipos de assassinos em série: os organizados e os desorganizados. Os do tipo organizado são os que normalmente exibem inteligência normal, conseguem se inserir bem na sociedade e tem vida aparentemente normal, com esposa e filhos.  

Em análise dedutiva, conforme relatos de vizinhos e conhecidos sobre o comportamento em sociedade, Cléber se encaixa no perfil de organizados. 

RONNIE-LESSA

Justiça nega novo pedido para transferência de Ronnie Lessa ao RJ

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande

12/04/2024 15h00

Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Foto: Reprodução

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A Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da defesa de Ronnie Lessa para que ele deixasse a Penitenciária Federal de Campo Grande e fosse transferido para um presídio da PM no Rio de Janeiro.

Decisão que indeferiu pedido da defesa foi da 5ª Vara Federal de Campo Grande. A informação foi confirmada ao UOL pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


Defesa é procurada. O UOL tenta contatar o novo advogado de Ronnie Lessa, que assumiu o caso desde que ele assinou acordo de delação e foi abandonado pela defesa anterior. O espaço segue aberto para manifestação.

PRESO EM CAMPO GRANDE DESDE 2020

Ronnie Lessa está preso em Campo Grande desde 2020. O ex-policial foi transferido para o Mato Grosso do Sul após ficar 1 ano e 8 meses no presídio de Porto Velho.

Delação feita pelo ex-PM à PF colocou os Chiquinho e Domingos Brazão na prisão. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso em 24 de março e levado para a Papuda.

Lessa disse que os irmãos garantiram lotes em uma zona de tráfico e milícia como pagamento pelo crime. Na ocasião, ele também citou Chiquinho como mentor do assassinato.

Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente". "Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia". Já Chiquinho disse que foi "surpreendido" com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal.

A investigação do caso já foi comandada por cinco delegados diferentes e três grupos de promotores. O Ministério da Justiça e Segurança Pública escalou uma equipe para investigar o caso logo nos primeiro meses do governo Lula (PT).

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Depoimento

Esposa e melhor amigo relembram últimos momentos com entregador atropelado por Porsche

Família busca por justiça após trágico acidente que matou Hudson Ferreira de 39 anos; o autor, um empresário de Campo Grande fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia somente depois de 15 dias

11/04/2024 18h33

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302. Divulgação/Correio do Estado/Gerson Oliveira

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No desdobramento do trágico incidente que culminou na morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, na noite de 22 de março, esposa e amigo próximo compartilham os últimos instantes vividos com a vítima.

O fatídico acidente ocorreu na Rua Antônio Maria Coelho, quando Hudson foi brutalmente atingido por um Porsche Cayenne, conduzido pelo empresário, Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 34 anos, que em seguida fugiu do local. Hudson veio a falecer dois dias após o incidente, na Santa Casa da Capital, devido à gravidade de seus ferimentos.

Segundo relatos, Hudson enviou um áudio desesperador à esposa, Kelly Ferreira, pedindo-lhe que fosse até o local do acidente.

"Vem aqui. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou", disse ele.

Kelly, ao responder ao chamado, assegurou que estava a caminho para socorrê-lo e comunicou que outra pessoa também estava se dirigindo ao local para prestar auxílio.

Em seu depoimento, Kelly Ferreira, de 39 anos, atendente no Restaurante Kobe, situado na Artur Jorge, relatou que Hudson, seu esposo, também trabalhava no mesmo estabelecimento, como entregador. Ela descreveu o momento em que recebeu a ligação de Hudson, por volta das 20h08min, informando sobre o acidente e a localização.

"Já estava presente no local uma Unidade do Corpo de Bombeiros prestando o atendimento a Hudson, que apresentava ferimento (fratura e esmagamento) da perna e pé direito", detalhou Kelly em seu depoimento à DEPAC/CEPOL.

Por sua vez, Marcos Ewerton Paulo de Campos, de 35 anos, também entregador e amigo de infância de Hudson, reiterou a proximidade entre eles, inclusive no ambiente profissional, onde ambos trabalhavam como motoentregadores.

Ele descreveu o momento em que encontrou a vítima caída na rua, com graves ferimentos, e ficou ao seu lado tentando acalmá-lo até o encaminhamento de Hudson para o hospital.

“Ele estava assustado com o ferimento e contou que o motorista fugiu do local em alta velocidade. Fiquei com ele e falei pra olhar pra cima, para não ficar olhando a perna. O Corpo de Bombeiros chegou e eu me ofereci para levar a moto dele para casa”, relembra o amigo de Hudson.

O caso, que inicialmente fora registrado como acidente de trânsito, teve sua tipificação alterada para Homicídio culposo Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conforme solicitação da família da vítima.

Enquanto Arthur Torres Rodrigues Navarro se apresentou à polícia após duas semanas do ocorrido, a família clama por justiça e questiona a impunidade diante de casos de irresponsabilidade ao volante, que ceifam vidas e deixam marcas irreversiveis nos que ficam.

“Se o motorista tivesse parado, prestado socorro. Esses minutos foram o diferencial entre a vida e a morte do Hudson”, analisa a advogada da família de Hudson, Janice Andrade.


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